Era apenas tesão?

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Fiquem putas com Miranda nesse capítulo, okay? Isso é tudo. Boa leitura suas safadenias!

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Depois que chegamos à estalagem, fomos direto para o quarto no intuito de arrumar nossas coisas para irmos embora, mas antes disso a madre ficou alguns minutos no banheiro para ter seu alívio antes de pegarmos estrada, mesmo eu sabendo que provavelmente ela tentaria algo comigo no caminho. Após esse momento nos direcionamos a charrete que já nos esperava na entrada da estalagem.

Estávamos na estrada a caminho do convento, acredito que a madrugada estava alta, pelo chute diria que era três da madrugada. Removi a pequena cortina que cobria a janela minúscula da charrete e olhei para fora, estava um verdadeiro breu. Mais da metade do caminho era composto por árvores enormes na beira da estrada, dando um ar assustador e se olhássemos bem e por muito tempo para a imensidão escura das árvores, juraria que existia seres malígnos vagando por aquele local a procura de uma alma viva para possuir.

Senti que subiu um arrepio tenebroso por minha espinha e olha que a noite estava sem vento, não dava para escutar os trotes dos cavalos e sem sinal do chicote do cocheiro. Uma noite monótona. Chegaríamos ao convento quando o sol estivesse nascendo. Olhei para frente e vi a madre me fitar com seus grandes olhos escuros, quase competindo com o tom da noite lá fora. Sem fazer uma barulho, ela levou seu dedo indicador aos lábios, fazendo um sinal para eu não emitir som algum.

Eu apenas balancei a cabeça sem perceber e ela se aproximou, ajoelhando-se no assoalho da charrete, subindo meu vestido e abrindo minhas pernas, e logo levando a boca ao meu íntimo.

Agora eu entendia o por quê do pedido de silêncio.

Eu mordia os lábios para não deixar escapar nenhum som, mesmo sentindo o gosto de sangue. Olhando para baixo eu a vi me observando, mas não tinha aquele fogo de sempre, a partir daquele momento, tomei por conhecimento que era melhor não ter olhado em sua direção. Em seus olhos eu via algo como uma despedida e senti que ela estava fazendo aquilo para eu lembrar dela como ela era. Insaciável e sem medo do perigo.

Eu estava chegando ao meu limite, sentindo meus músculos se contraírem quando a charrete parou e a pequena porta se abriu bruscamente, mostrando três homens horríveis com fogueiras e uma das mãos e na outra objetos cortantes. Eu rapidamente me cobri e a madre simplesmente olhou para eles como se soubesse que aquilo aconteceria. Um deles a puxou para fora e logo em seguida me puxaram também. O desespero já tomava conta do meu interior, estávamos mortas!

- Eu sabia que vocês duas não passavam de duas lésbicas nojentas e ainda usavam o convento para se esconder! - Um deles falou com repulsa e ódio no olhar. - Mas isso acabou agora.

Ele olhou para nós com perversidade e logo cuspiu no rosto da mulher a minha frente. Eu não entendia como eles descobriram e não entendia o por quê do silêncio dela. Sem nos dar a chance de dizer uma palavra, nos espancaram até quase perdermos a consciência.

- Apenas uma de vocês irá morrer, a outra vai assistir para aprender a gostar de homem. - Havia tanta crueldade na voz do homem que falou, que minhas dores intensificaram.

Eu jurava que naquele momento quem morreria era eu, e eu até preferia assim, não aguentaria ver a mulher que mesmo sem querer admitir, eu amava.

Um deles me obrigou a levantar e puxou meu cabelo, erguendo a minha cabeça e fazendo-me olhar em direção a madre, que estava ajoelhada no chão, e sem demorar um minuto, vi sua cabeça rolar até a frente dos meus pés e seu corpo que jorrava sangue, caiu para o lado. As dores em meu corpo não se comparavam a dor em meu coração, ouvia aqueles homens rirem mas eu não estava ali, minha vida tinha sido tirada de mim e estava estirada no chão...

Acordei num sobressalto, completamente assustada e suada. Quando dei por mim que era apenas um pesadelo, respirei fundo aliviada. Foi tão real, ela tinha sido morta e eu não podia fazer nada. Meu coração se apertou, se aquilo tivesse acontecido eu não aguentaria.

Meu quarto estava escuro e quando olhei para a janela em direção ao céu escuro, percebi que estava sem estrelas, igual ao meu pesadelo. Quando dei por mim, estava descendo às escadas em direção aos aposentos da madre, precisava ter certeza de que ela estava lá, sã e salva.

Seu quarto também era afastado dos demais, por isso não me importei com os barulhos dos meus pés que pisavam firmes no chão. Ao chegar em frente a porta, apenas abri e entrei. Ao avistar a cena em minha frente, um suspiro de alívio saiu sem meu consentimento.

Ela estava ali, dormindo como um anjo, com seus cabelos castanhos claros escorrendo por seu rosto e a boca levemente aberta, mesmo com o ambiente escuro, dava para ver. Era uma imagem linda de se contemplar. Sem controlar meus impulsos, fui em direção a sua cama me sentando na beirada, observando enquanto ela respirava serenamente.

Como no sonho, eu não queria admitir, mas meu coração já era dela e se ela morresse, minha vida acabaria no mesmo instante, pois minha vida era ela.

Levei uma de minhas mãos em seu cabelo, alisando uma mecha macia e sedosa, repetindo o ato algumas vezes até vê-la abrir os olhos e me fitar com o cenho franzido, ela era linda!

- O que está fazendo aqui, Andreah? - Sua voz estava rouca por conta do sono, gostosa de se ouvir.

- Tive um pesadelo horrível com a senhora, precisei ter certeza de que estava bem. - Respondi baixo. - E-eles nos descobriam e matavam você, obrigando-me a assistir tudo... - lágrimas encheram meus olhos, logo manchando minhas bochechas quando elas escorreram.

Ela deitou minha cabeça sobre seu peito, acariciando meus cabelos.

Aquilo me trouxe paz.

- Foi apenas um sonho, Andreah. Está tudo bem, eu estou aqui. Fico feliz que tenha se preocupado comigo, mas saiba que não precisa disso. - Como assim não precisa disso? Levantei minha cabeça olhando em seus olhos.

- Porque não precisa? Eu me preocupo com a senhora, mesmo sem querer. Eu... - Ela me interrompeu colocando um dedo sobre meus lábios.

- Nosso segredo só envolve sexo, nada de preocupações. Eu disse que vou cuidar de você, porque você é minha, apenas por isso. O mesmo deve ser com você, sentir apenas tesão por mim, nada mais.

Ouvir aquilo partiu meu coração, mesmo sabendo que ela só sentia desejo por mim. Mas quando se sabe sem escutar, não dói, não magoa.

- Agora volte para o seus aposentos, se alguma freira lhe ver aqui, será uma coisa extremamente irritante. E lembre-se, a única coisa necessária que deve sentir, é tesão. Nada mais.

Saí de lá com meus lábios tremendo para soltar o choro. " É tesão", agora não adiantava mais dizer isso para o meu coração que começou a gostar dela não sei em que momento. Aquelas palavras me feriram e de repente eu já não queria mais ter nenhum segredo com ela.

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Nossa, mas puta que pariu, em! A vontade de chorar não foi apenas da Andrea... Que inferno.

Madre Superiora • MirandyOnde histórias criam vida. Descubra agora