♡•°EPÍLOGO ~ 2/3°•♡
ADDISON:
Um ano depois
🌈Nas últimas semanas foi difícil de se conviver com Meredith, difícil não... impossível. A loira estava ainda mais sentimental, não obstante, oscilava de humor em questão de segundos. No início, nutri a ideia que ela pudesse estar grávida, visto que estávamos na terceira tentativa de inseminação in vitro. Mas, contestei que seria um pouco difícil, sendo que nós duas fomos comunicadas, pela obstetra, que a fertilização não ocorreu... Até vimos o ultrassom que não tinha feto. Então, essa possibilidade poderia ser descartada.
Mas, que algo de muito errado acontecia, era um fato.
Nunca, em treze anos de convivência, Meredith se portou assim — nem mesmo durante sua gestação de Luna, que foi super tranquila... Eu estava tentando todas as intervenções para tentar apaziguar seu estado, mas era sempre uma luta completa, sendo que ela não me dava brechas, não permitia com que eu me aproximasse. Então, eu apenas mantinha espaço em prol de respeitar seus limites; mesmo sendo sua esposa, jamais poderia ultrapassar as barreiras instauradas por autopreservação.
Era noite, eu estava pintando com Luna; atentando-me aos seus traços precisos e ao fato dela sobrepor perfeitamente as cores em sua pequena tela. Luna gosta de coisas como a mim e Mer, e se porta em virtude disso. Acabando por ter aspectos de sua personalidade deveras semelhantes entre nós duas.
— Mommy, acabei! — vislumbrei sua pintura já finalizada, estava incrível. Ela havia pintado um jardim, dando bastante ênfase à seleção de cores vivas e verossímeis — O que achou? — Perguntou exalando extrema ansiedade, como à sua mãe, Luna não consegue esperar por muito tempo.
— Está perfeito, Luna! Muito lindo. Sabe, você vai ter um futuro brilhante. Mas não se pode esquecer de sempre praticar, estudar e manter a boa educação — aconselhei-a.
Sempre gostei de ser para a minha filha, quem minha mãe não foi. Está certo que eu a amo, e que ela é muito importante... Mas ela já me fez passar por cada situação ruim, apenas por falta de diálogo e compreensão. Então, era justamente por isso que eu buscava ouvir Luna, seus sentimentos, seus gostos; procurava entendê-la. Sempre me dedicando a lhe mostrar que a simplicidade e o esforço são a base para uma vida produtiva.
— Obrigada, mommy, eu amo você — ela me abraçou demoradamente, logo tirei sua tela do suporte para não derrubá-la — Mommy, já escovei os dentinhos, olha.
— Uh, que bom, é importante.
— Agora posso ir dar beijinho de boa noite na mamma? — ela segurava a barra de sua blusa de pijama, movimentando o corpo em função de demonstrar sua ansiedade.
— Pode sim! — Luna se atirou para fora do quarto, e eu me prontifiquei a arrumar sua cama, tirando todos aqueles milhares de ursinhos que enfeitavam, para ela poder dormir.
Quando Luna voltou, nenhum som ou atitude sua foi executada; ela apenas se deitou à cama, neutra, amena. Me assustei com a discrepância; justo ela que é sempre tão ativa e espevitada.
— O que foi, amorzinho? — beijei sua testa, pegando seu livro favorito para ler e a ninar.
— Mamma está triste — contestou, firmando com força a ponta dos dedos no edredom. Perguntei o motivo de tal ideia, ela respondeu: — Eu não sei, mas ela está triste. Nem quis vir aqui ler a historinha com você; também não quis ver o quadro que eu pintei. Ela falou que tá cansada — Luna coçou os próprios olhinhos e eu já sabia que ela fazia isso quando queria reprimir as lágrimas.
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Sweet.
FanficA voz daquela garota ressoava doce, afagando meu coração. E tudo que eu mais desejava descobrir: quem ela era.