|C A P I T U L O 7|

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Hoje tinha mais trabalho na lojinha de conveniência. Coloquei uma calça preta, um top preto e uma camisa de botão grande uma jaqueta na cintura junto com o meu Vans.

Saí de casa, fechei a porta e fui em direção a padaria. Era por volta das Sete da manhã e o Bairro estava bem movimentado. Crianças Estavam na porta de suas casa esperando a Perua, alguns senhores faziam caminhadas ou estava com uma sacola de pão na mão, alguns adultos corriam pelo bairro em busca de um corpo padrão ou para se encaixar com a sociedade.

Desde pequena eu percebi que sou completamente fora do Padrão da sociedade.

Observando essas pessoas eu percebo o quanto elas são tolas em querer ser algo que não são. Muitas pessoas estão em busca de algo para tampar a porra do vazio que sentem, e quando acham que acharam a verdadeira felicidade, acabam cavando mais esse vazio dentro delas, e por fim...morrem em sua própria solidão.

- Bom dia, Jane.

- Bom Dia – Respondi ao senhor Gustovão. Gustovão era o gerente da padaria um homem de meia idade.

- O que a mocinha vai querer? – Ele fala se direcionando ao balcão.

- Me vê um toddy e um misto quente, por favor.

- É pra já.

Entreguei a dinheiro para a moça do caixa e esperei meu café da manhã.

Depois de alguns minutos Gustovão me entregou o meu pedido e saí da lanchonete, saboreando aquela delicia

Minha vó sempre fazia leite gelado com Nescau quando estava triste ou até mesmo quando estava feliz, o gosto do leite e o sorriso carinhoso, me traziam paz e abrigo...

[...]

Cheguei na lojinha de conveniência e fui colocar meu avental. Hoje trabalhava até as três da tarde, depois iria a um Bar beber até ficar com uma puta ressaca no dia seguinte.

- Chegou cedo! – Aurora fala entrando na loja, tocando o barulho do sino.

- Sim! – Falo olhando um dos jornais de hoje. Ela foi até o corredor de salgadinho e pegou um abrindo logo em seguida. Não demorou muito e ela já saiu da loja, achei estranho pois ela amava me importunar.

- Bom Dia Jane! – Dona fala saindo da parte de trás da loja.

- Bom Dia Dona...como está? – Perguntei deixando o jornal de lado e prestando atenção nela.

- Estou bem sim minha flor! – Ela diz pegando um espelho e um batom rosa claro – E você?

- Estou bem, dormi tranquila e estou descansada para mais um dia de trabalho! – Digo me levantando e dando um sorriso. Mesmo que esse sorriso seja falso, preciso ser realista. Como diz o Ruy ¨Nossa vida e um cinema¨.

- Então tá bom. Eu vou ao mercado e depois pra minha casa. Pode fechar a loja quando você for embora. – Balancei a cabeça positivamente e ela saiu da loja cumprimentando a vizinha da frente.

Fui até a parte de trás da loja. Hoje eu ia arrumar a loja, ver o que estava vencido e colocar outros produtos novos nas prateleiras, limpar, varrer e enfim muitas coisas.

[...]

Agora era por volta das quatro e meia da tarde, não consegui terminar mais cedo. Eu almocei arroz, brócolis e file de frango que a Dona deixou para mim.

Fechei a loja e deixei a chave no correio e fui pra casa.

Final de tarde e a melhor coisa, eu prefiro a madrugada, mais gosto de ver o sol entre as nuvens e a cor alaranjada no céu. E por uma fração de segundos eu consigo me ver em outra vida, com minha família em um almoço de domingo e no final da tarde comprar um Açaí e me lambuzar no leite condensado.

Assassina de AluguelOnde histórias criam vida. Descubra agora