🌑Décima Primeira Lua Nova🌑

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Aquela era provavelmente a primeira vez que Minhyuk do Sol entrava tão silenciosamente na Casa do Bosque, mas isso talvez se devesse à sua companhia inesperada; Changkyun da Lua abriu a porta com cuidado para o sino de vento não chacoalhar demais e, com um educado "Com licença", adentrou a loja.

Kihyun levantou os olhos dos livros que se aglomeravam ao seu redor, um pouco espantado com a sutileza e a súbita visita.

— KIHYUN! — Minhyuk não se aguentou e exclamou, pulando de trás do mago da Lua e quase correndo em direção ao amigo sentado no balcão. Os dois outros magos sobressaltaram-se com o barulho e energia, e Changkyun arrumou os óculos na ponta do nariz.

— Que inusitado ver vocês dois juntos — Kihyun comentou, um sorriso esticando-se tímido entre seus lábios. Levantou a mão para cumprimentar Minhyuk, que mantinha os olhos levemente arregalados.

— Eu o encontrei vagando em círculos pelo Bosque e perguntei se precisava de ajuda ele me contou que vinha para a Casa do Bosque e perguntou se eu conhecia você falei que claro somos amigos então o guiei até aqui mas foi tão difícil! Por que está tão mais difícil de chegar aqui? — Minhyuk metralhou as palavras, sem pausas para respirar, e Kihyun teve que processar que a última parte havia sido uma pergunta.

— Ah... são só... precauções... — ele comentou, tentando desconversar, até lembrar que toda sua paranoia e a necessidade de proteção eram culpa da pedra que Minhyuk havia lhe dado de presente da última vez. Virou-se para ele com uma expressão irritada.

— O quê? O que foi que eu fiz? Você está se precavendo... contra mim? — Minhyuk exclamou de novo, colocando a mão no peito e parecendo profundamente ofendido. Kihyun rolou os olhos e ignorou-o, inclinando-se um pouco na cadeira para poder ver Changkyun devidamente, já que o rapaz havia se acomodado perto de uma das prateleiras repletas de velas das mais diversas cores, silenciosamente observando os dois.

— Bem vindo de volta, Changkyun da Lua. É um prazer recebe-lo novamente — Kihyun sorriu, fazendo sinal para que ele se aproximasse.

— Sinto muito aparecer sem avisar, Yoo Kihyun. Eu estava finalizando um trabalho aqui perto, e decidi passar para ver se você teria alguns ingredientes. Espero não estar incomodando — ele falou, sua voz grave ressoando calma e lenta. Minhyuk, desinteressado da cordialidade do vendedor e de seu cliente, espiou os livros que Kihyun espalhara ao redor de si.

— Está tudo bem. Se eu soubesse que viria, no entanto, teria diminuído os feitiços de proteção para que chegasse aqui mais facilmente. Isso te evitaria certos encontros desastrosos, pelo menos — comentou, lançando um olhar de soslaio para o mago nas vestes azuis claras. Minhyuk inflou as bochechas. Changkyun soltou um sorriso de lado, baixando a cabeça para escondê-lo.

— Para sua informação, se não fosse por mim, o pobre coitado ainda estaria rodando o Bosque em busca da sua loja. Eu ainda não entendi por que você é tão cagão, mas se não quiser contar, tudo bem — ele deu ombros. Antes que Kihyun pudesse se defender de tais acusações, ele pegou um livro grosso de capa cinzenta e ergueu nos braços. — Por que você está tão investido em pesquisar sobre pedras, cristais, rochas e afins? Eu nem sabia que você tinha tantos livros sobre isso aqui — ele questionou, levantando os olhos dos livros na mesa para seus respectivos buracos na enorme estante que ficava atrás do balcão, cobrindo toda a parede.

Kihyun tinha livros sobre todos os assuntos possíveis, não só para sua própria consulta, mas para empréstimos, como fizera com Jooheon. O livro que ele fornecera para o mago das Colmeias inclusive já havia magicamente retornado ao seu lugar, com uma pequena nota de agradecimento entre as páginas, uma caligrafia torta e cheia de exclamações que fizera Kihyun sorrir. Ter livros sobre pedras e cristais era mais para consulta quando precisava de algum mais diferente a pedidos de clientes, uma vez que decorara praticamente todos os principais que o auxiliavam em conjurar feitiços.

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