_voce não esta sozinho mitsu - digo com um olhar sereno enquanto mitsu enxuga as lagrimas_não me diga que aquelas pessoas estão ao meu lado - mitsu indicando os outros que estavam no enterro - eles só se importam com o dinheiro do testamento - diz indiferente mas podia ouvir o desprezo na voz
_afinal o que poderia ter no seu testamento? - perguntei me afastando
_ o testamento só diz que tudo no nome do meu pai vai ser passado diretamente a mim - diz mitsu um pouco frustrado - se me matarem toda a fortuna será entregue ao governo e nenhum deles ficara com um centavo.
arqueio as sobrancelhas surpresa por ele citar "se me matarem".
_por que te matariam? - perguntei indignada e ele suspira me olhando como se a resposta fosse obvia porem não compreendi.
o som do sino tocou, avisando já ser 4 horas, pouco a pouco as pessoas começaram a se retirar, o céu assume a cor laranja conforme mitsu tira minhas mãos de seus ombros e se afasta para evitar que os parentes curiosos o provocasse.
o clima estava melancólico até que um som alto de um escapamento de moto, um som extremamente família ja que vinha da minha moto na qual yuri dirigia.
havíamos trocado de moto por que uma peça da minha quebrou na ultima hora e para não me atrasar peguei a dele que particularmente é tão silenciosa que duvido que incomode uma mosca sequer.
yuri estaciona a moto e vem até mim, os parentes começaram a cochichar dizendo o quão desrespeitoso o barulho estava sendo, yuri realmente parecia constrangido por atrapalhar.
_da próxima eu mesmo troco esse escapamento - reclama yuri vindo ate mim - o enterro acabou?
_ah sim - digo olhando as pessoas que iam embora - veio me buscar? - pergunto com um sorrisinho
_pode considerar um motivo - responde yuri - mikey vai reunir a toman, sei que vai querer comer algo e trocar de roupa - diz ele sabendo de toda minha rotina
_voce tem razão - digo dando de ombros e olho para mitsu que assistia a cena - ei, quer vir comer algo com a gente?
ele arqueia as sobrancelhas surpreso a olha para nos dois
_ah bem... - disse tímido
_bora - aviso me virando e indo ate as motos enquanto troco as chaves com yuri
_ei! - chama mitsu que ficou para tras
_vamos logo - olho para ele por cima do ombro e sorrio, percebo suas bochechas corarem
_não me deixa sozinho - reclama enquanto corre ate mim
subo na minha moto e ligo ela
_sobe - digo inclinando o cabeça para a garupa e ele olha confuso - nunca andou de moto?
ele fica em silencio e eu rio
_relaxa, nunca sofri nenhum acidente - digo falando segura de mim mesma e mitsu sobe na garupa
_a quanto tempo voce anda de moto? - pergunta receoso e eu acelero
assim que dei partida o alto som do escapamento ecoou pelo cemitério, algum morto deve ter se revirado no tumulo pelo barulho.
_uns 4 meses - digo sorrindo
_perai, é o que? - diz indignado mitsu
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Love in Tokyo 2
FanfictionA dor do luto não é facilmente superável, mas o mundo não parou para sentir minha perda; Aquele não era o fim, havia mais que estava por vir. Me pergunto se um dia poderei ser feliz... Com você.