dias depois:
_voce não deferia ficar na neve capitã - diz um dos membros da minha divisão ao me ver sentada em um banco da praça na neve
_ah não se preocupe - digo dando de ombros - a divisão ja foi informada da reunião?
_sim capitã - respondeu ele - mas por que no primeiro dia do ano?
_grande noticias sempre acontecem em grande dias - digo sorrindo enquanto me levanto - me avise se precisarem de alguma coisa, nos vemos no festival de ano novo
_certo - assentiu fazendo um comprimento enquanto me afasto dele e vou até minha moto.
hoje era o ultimo dia do ano, o corte da faca formou uma cicatriz para o resto da minha vida, kazutora ainda não recebeu alta do hospital, draken não tirou os olhos de mikey durante sua recuperação assim como yuri fez comigo.
hoje a noite iriamos para o festival para a virada do ano e amanha, dia 1 de janeiro do ano de 2005, mikey iria fazer um anuncio, nem eu sabia o que seria.
baji não morreu, kazutora não foi preso e kisaki não levou grande créditos por cuidar de mikey, isso com certeza vai passar sobre minha realidade atual.
me pergunto o que vem em seguida.
estava anoitecendo e nem era 6 da tarde ainda, o dia estava nublado e nevava um pouco. parei no estacionamento do hospital keio do distrito de shinjuku.
tiro a neve que se acumulou na minha roupa enquanto vou até o elevador do hospital.
a porta se abre no quarto andar, vou até a primeira porta da direta, assim que a abri vejo kazutora sentado olhando a neve que caia em frente a janela, ele me encara pelo reflexo do vidro.
_voce veio - diz receoso
_claro que vim - digo soando obvia enquanto me aproximo dele
ele engole em seco como se estive se preparando para algum interrogatório, ele abaixa o olhar e vira o rosto para mim
_eu... me desculpe... - diz constrangido
_"desculpa" - repito me sentando na beira da cama - ao invés de me pedir perdão por que voce não evita com que isso acontecesse?
ele recua como se tivesse medo da sua própria sombra
_olhe para mim - ordeno com olhar cruel, ele engole em seco e me encara - o que faria se eu tivesse morrido?
kazutora continua a me olhar sem dizer uma palavra.
levanto minha blusa, o suficiente para que kazutora visse os gazes que cobriam
_quer ver como ficou? - pergunto friamente e ele olha para ferida e depois para mim
_me perdoe - falou nervoso, como se estivesse em uma tortura psicologica
toco nos gazes e os tiro de cima dos pontos de costura feitos na pele que mantinham a ferida fechada enquanto cicatrizava
_essa cicatriz ficara comigo para o resto da vida - falei ainda o encarando, ele realmente parecia arrependido - voce sabe que eu te perdoei por matar shinchiro, ja que eu coloquei a culpa em mim mesma
kazutora volta e me olhar nos olhos esperando a continuação das minhas palavras
_kazutora... a culpa não é minha, afinal foi voce quem deu o golpe - conclui cruelmente e então volto meu olhar para a ferida em que cubro novamente - foi voce quem matou meu irmão e a culpa não é minha, ou do mikey mas sim sua, então pare de fugir por que o único culpado aqui a voce
kazutora me olha surpreso por não esperar essas palavras.
eu estava frustrada em me lembrar com perfeição das paginas do conflito com a valhalla, kazutora era mais babaca do que pensava em por a culpa em mikey, isso me irritou profundamente
_a culpa da morte de shinchiro pesará nos seus ombros para sempre - digo me levantando ainda brava - mas ainda assim eu te perdoo por aquilo
kazutora me olha confuso sem intender onde eu queria chegar
_eu te perdoo por tentar me matar - digo e ele suspira aliviado
me aproximo mais perto de seu rosto e coloco minha mão em seu queixo para que ele continuasse a me olhar nos olhos
_mas saiba que jamais te perdoarei por ferir mikey - conclui o ameaçando - por que assim como voce não pensou duas vezes em nos matar eu também não pensarei duas vezes se tentar nos ferir novamente.
solto seu rosto e me afasto, ando de costas até a porta
_essa é minha única condição - abro a porta e saio sem que ele dissesse mais alguma palavra
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Love in Tokyo 2
FanfictionA dor do luto não é facilmente superável, mas o mundo não parou para sentir minha perda; Aquele não era o fim, havia mais que estava por vir. Me pergunto se um dia poderei ser feliz... Com você.