• everything I wanted •

Nice Duo

•Dylan•

"Dance a noite toda, viva a sua vida e permaneça jovem na pista, [...] pegue alguém, beba mais um pouco."

— O seu lugar misterioso era uma cafeteria, Dylan? Eu tô decepcionada com você.

Barbara cruzou os braços e eu ri, enquanto estacionava na frente do estabelecimento.

— Não, mas eu tô com fome. Você não vai querer sair comigo enquanto eu estiver com fome, eu garanto. Além do mais, beber álcool de barriga vazia não faz bem.

— Álcool?!

— Não faz essa cara, vai me dizer que você nunca tomou um porre?

Barbara se remexeu no banco do carona, com uma expressão um pouco incerta. Fiquei sério por um momento.

— Algum problema, Barb?

— É que faz algum tempo que eu bebi, e na verdade eu nunca bebi pra ficar bêbada de verdade, sabe?

— Se você quiser fazer alguma coisa de diferente, eu...

Barbara me interrompeu, colocando a mão um pouco acima do meu joelho, que estava exposto pelo jeans rasgado.

— Não. Acho que é exatamente disso que eu preciso. Vamos comer, e depois a gente vai pra onde quer que você queira me levar e bebe a noite toda.

Ela deu um sorriso triunfante e eu sorri junto, desafivelando o cinto de segurança.

— Então vamos, Barb, querida.

Fizemos nossos pedidos e sentamos em uma mesa com cadeiras acolchoadas, que deixavam o ambiente bem familiar, até.

— Eu sei que disse que não queria falar sobre isso, mas acho que eu preciso. Que dia de merda, sério.

Eu ri.

— Você tá confortável pra me falar sobre o que rolou com seu pai mais cedo?

— Acho que ele tá traindo minha mãe.

Não vou negar, a naturalidade com que ela falou isso me pegou um pouco de surpresa. Acho que ela percebeu, porque suspirou e deu um sorriso triste.

— Não é a primeira vez que isso acontece. Cresci vendo isso acontecer, mas, porra, precisava ser com a mãe do Alex?!

— É bem irônico, levando em conta os últimos acontecimentos.

Uma garçonete veio com uma pequena bandeja e colocou um croissant e um cappuccino médio diante de Barbara e em seguida, me entregou dois muffins e um copo grande de frapê de café. Agradecemos e a garota se retirou.

— Eu não sei se devo contar isso pro Alex ou não. Outro dia, eu tava na casa dele e meu pai apareceu lá do nada, mas agora tudo faz sentido, que cara de pau.

— Acho que você tem que esperar a poeira baixar e precisa ter provas também. Claro que a situação toda foi bem sugestiva, mas nem tudo é o que parece, e ninguém melhor do que nós pra exemplificar isso.

Barbara deu um gole no café e uma risada sem humor.

— Pior que você tem razão.