Jealous

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"Fria o bastante para arrepiar meus ossos [...] A cada respiração sua, eu percebo que tem algo acontecendo. Não entendo o porquê de você estar tão fria."

•Barbara•

Acordei com a vibração constante do meu celular no criado mudo do meu lado. Minha vontade era de quebrar ele com minhas próprias mãos. O peguei e vi quem estava me ligando. A tela mostrava o nome do contato salvo como "Baby ❤".

A vontade de quebrar o celular só aumentou ainda mais.

Recusei a chamada e vi a hora. Sete da manhã. Xinguei e voltei a fechar os olhos, mas o celular voltou a tocar. Recusei. Tocou de novo. Recusei. Tocou de novo. Atendi.

— Alex, PUTA QUE PARIU, são SETE DA MANHÃ, o que é que você quer?

— Nossa Barb, isso é maneira de me atender? Eu hein, fiz alguma coisa pra você? Já fazem três dias que você mal fala comigo!

Eu nunca sabia se ele se fazia de sonso ou se era burro mesmo.

— Olha, Alex. Essa semana tá uma merda e eu gostaria de dormir.

— Como assim?

— Vai à merda, Alexander.

Desliguei a chamada e em seguida desliguei o celular também. Passei algum tempo tentando, até que consegui dormir.

***

Lá pelas duas da tarde, eu estava jogada no sofá assistindo um filme qualquer, quando minha mãe passou avisando que ia encontrar umas amigas.

— Você vai precisar de algo até eu voltar, querido?

Ela perguntou pro meu pai, como sempre fazia antes de ir pra qualquer lugar.

— Não. Vou sair pro trabalho agora e comprar algo pra comer no caminho.

— Ué pai, você mudou de turno?

— Tô fazendo hora extra, Barb. O terapeuta disse que focar no trabalho me ajudaria a centralizar a mente e me concentrar melhor.

— Oh, então tá. Bom trabalho, paizinho. E você, dona Veronica, divirta-se.

Os dois sorriram e cada um me deu um beijo na testa. Meu pai foi na frente depois de se despedir da minha mãe. Ela me deixou uma lista de coisas que faltavam na dispensa e ela queria que eu fosse comprar. Depois que ela saiu, decidi tirar um cochilo rápido.

Quando acordei eram quatro horas. Alguém estava quase derrubando a campainha da minha casa de tanto que tocava. Levantei assustada e passei as mãos no cabelo, tentando abaixá-lo.

— Se o Alex tiver me acordado de novo...

Resmunguei e abri a porta, vendo Madison parada ali, tentando equilibrar três copos de milk shake nas mãos.

— Como você conseguiu tocar a campainha, garota?

— Esqueceu que eu tenho elasticidade?

Ela levantou a sobrancelha e a perna ao mesmo tempo. Ela era quase a Sra. Incrivel nesse quesito. Revirei os olhos e segurei dois dos copos de milk shake.

— Trouxe pra gente tomar juntas e trouxe uns filmes da Barbie também. No meu carro tem uns salgadinhos pra gente comer vendo o filme e o pen drive tá no meu bolso. Você não achou mesmo que eu ia esquecer da nossa tradição de início de verão, né?

• everything I wanted •Onde histórias criam vida. Descubra agora