Eternal Love (Malec)

It Worked Out..

Alexander Lightwood-Bane point of view

"Eu vou deixar meu coração na porta, sem dizer uma palavra, todas já foram ditas antes, você sabe disso. Então por que não continuamos apenas fingindo? Como se não temêssemos o que está por vir, ou temêssemos que possa não ter restado nada?" — All I Ask (Adele)

Eu já havia perdido as contas de quantas garrafas de bourbon eu já havia esvaziado nas últimas horas, é uma boa que o álcool não faz efeito em vampiros, ocorreria uma chacina em massa, com um vampiro bêbado por aí.

Dou um sorriso com o meu próprio pensamento, eu não preciso estar bêbado para cometer uma chacina.

Olhei ao redor do bar onde eu estou, há uma mesa de sinuca ao lado, onde tem uns caras apostando alguma coisa, uma música soava ao fundo, algumas pessoas estavam conversando, e havia um casal na parte afastada do bar, eles pareciam que tirariam a roupa a qualquer instante.

A garota aparentava ter uns 20 anos e fazia expressões esquisitas, enquanto o outro atacava seu pescoço como se fosse um vampiro. 

Humanos e seus hormônios descontrolados.

Revirei os olhos, eu me sentia entediado e voltei a encarar o copo de bourbon em minhas mãos, eu não gostava de ficar entediado, momentos assim me faziam viajar em pensamentos.

Faz 425 anos que estou vivo, 425 anos cheio de memórias armazenadas em minha mente, memórias essas que passavam como um filme em frente aos meus olhos, nesses momentos. 

Chegava a ser estranho, pensar que um dia eu realmente senti alguma coisa que não fosse a vontade constante de estraçalhar o pescoço de alguém.

Era bom não sentir nada agora, pois sei que se um dia eu ligar minhas emoções novamente, tudo que sentirei será dor. 

Emoções nos fazem humanos, eu não sou humano.

Ser uma pessoa vazia e sem sentimentos é a melhor opção, assim ninguém se machuca.

— No que está pensando?  — Ouço uma voz e me viro, me deparando com uma moça loira de olhos verdes.

— Coisas aleatórias.  — Respondi, sem muita vontade. 

— Meu nome é Camille, prazer.  — Deu um sorriso, bonito até.

— Olá, Camille.  

— Qual é o seu no..

— Olha, eu não sei se você percebeu, mas eu não estou muito afim de conversar.  — Interrompi.  

— Desculpe.  — Murmurou baixinho, parecendo envergonhada.  — Só estou fugindo das minhas amigas, hoje é a minha despedida de solteira e eu nem queria estar aqui. 

Olhei-a, parecia triste e tão.. Humana.

— Você não parece feliz, como uma noiva que está prestes a casar deveria parecer.  — Eu não estava afim de conversar, mas também não tinha outra coisa para fazer.

— É um casamento arranjado.  

— Não sabia que isso ainda existia.  — Ergui as sobrancelhas, lembrando que na época em que eu era humano, isso era a coisa mais normal do mundo, principalmente no meio da realeza.