▪Prólogo▪

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Morta.
Eu fui morta.

A única pessoa em quem confiei, me traiu cravando uma adaga de escama de dragão em meu coração. A chama me consumiu, queimando meu corpo e não deixando nada para trás. Meus gritos de agonia e dor podiam ser ouvidos a quilômetros de distância, se não além do reino dos mortos.

Quando se é traído, a dor pode ser comparado a perda, pois perdeu a pessoa que você se sacrificaria por ela, se isso significa-se a felicidade dala. Mas ao invés disso, essa pessoa traiu você por pura ganância, inveja e ódio e desejo de poder.

E isso é mais frequentemente quando se é a Grã-Rainha de toda Walisshyan. A capital das oito Cortes que eram governadas por Grão-Senhores idiotas e estúpidos que foram mortos em uma batalha contra rebeldes feéricos sem tamanha força de poder. Agora seus filhos herdeiros governam as Cortes com mais maestria e dignidade; alguns ainda estão aprendendo o ofício, outros já conseguem liderar sem um regente ao seu lado.

Mas o empecilho é o Rei governante de Walisshyan, que não só é um traidor tirano e hipócrita e sem coração como era meu amigo, mas principalmente, meu irmão. Sangue do meu sangue, gêmeos não só na aparência mas em compreensão e amor mútuo e união forte, que foi partido quando seus olhos azuis celestes estavam tão frios, sombrios e calmos que quando a adaga foi fincada em meu peito ele pareceu adorar matar aquela que mais o amou no mundo.

Eu morri naquele dia no grande salão real de Erthera ao extremo sul da Corte Paraíso. Minhas cinzas foram deixadas debaixo dos escombros da casa real que foi destruída após minha morte. E o único erro daqueles que conspiraram para com meu fim, foi não ter jogado os meus restos na lava de dragão, pois assim eu renasci quando a lua de gelo chegou ao seu ápice na noite mais sombria de Walisshyan das cinzas como a Fênix Impiedosa de Gelo das Trevas.

Posso estar atrasada para reivindicar o que é meu, e ele pode não querer devolver o que me pertence, mas o que ele não sabe é que uma vez coroada a Grã-Rainha, sempre será a Grã-Rainha.

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Corte de Morte e AscensãoOnde histórias criam vida. Descubra agora