Corte de Morte e Ascensão

▫Capítulo 8▫

Ainda nos abraços de Az — que não quer me soltar por nada, e Cass está bravo com isso — sou apresentada as duas irmãs de Feyre: Nestha — Orgulhosa — e Elain — Ama plantas — acho que esse é o melhor resumo para descrevê-las. A garota de cabelos castanhos e olhos castanhos parecia um pouco irritada, e o olhar superior para mim. Ela está brava comigo, mas nem me conhece.

— Onde está Mor? — Pergunto querendo saber onde aquela loira está. Rhys se prontificou a responder

— Ela está fazendo patrulha — Franzi o cenho com sua resposta. Mor pode ir para guerras e batalhas, mas ela não faz patrulhas. Rhys percebe minha confusão e tenta explicar, porém Cassian é mais rápido.

— Adamner a obrigou a ir — Fala cruzando os braços

— Adamner? — Não o conheço, e Cass falou com tanta intimidade

— Digamos que temos um novo membro no Círculo Íntimo — Az responde, sua voz rouca contra o peito.

— Só um? — Amren fala como afirmação interrogativa. Então temos novos membros no Círculo Íntimo. 

Me desfaço do abraço com Azriel e caminho até a mesa que tinha ali. Eu gostaria de uma atualização de como as coisas estão e porque não estamos em Velaris. Ah! Minha doce Velaris. Me sento na cadeira e cruzo os braços na sobre a madeira.

— O que houve durante todos esses anos? — Eu estava com medo sim da resposta, mas preciso encarar os fatos para saber como agir e recuperar meu reino. Rhys se senta à frente, os olhos um pouco mais escuros que os meus estão frustrados e cheios de culpa.

— Depois do ataque a Erthera, quando seu irmão assumiu o trono, as coisas estavam indo bem. As pessoas se acostumando ao novo rei, as aldeias recebiam suprimentos maiores de alimentos. Então um dia ele simplesmente começou a atacar esses povoados e pegar tudo o que eles possuíam, atacou as cortes, e por coincidência, a primaveril não — Eu entendi o seu olhar: Tamlin está com ele.

São aliados, e era de se esperar que ele não o trairia. São amigos desde sempre, mesmo meu irmão me prometendo que me protegeria dele. Creio que Linaleck esqueceu o significado de ser leal e cumprir com sua palavra.

— Não só Tamlin se aliou a ele como também ajudou nos ataques — Cass acrescenta e estremeço ao pensar o que o povo passou.

— Tentamos impedir que ele ficasse mais corrompido do que já estava — Olho novamente para Rhys —, mas ao fazermos isso ele se irou e se aliou a Corte dos Pesadelos, e juntos dominaram a Corte Noturna...— Ele hesita em dizer e meu olhar se torna temeroso — ... Tomaram o poder sobre Velaris. — Arfei me levantando da cadeira em um pulo. Não, isso não pode ser verdade.

— Não, não, não, não — Sussurro dando passos para trás até sentir a parede fria tocar minhas costas. Rhysand não brincaria com algo tão sério assim. Observo seu olhar amedrontado, os de Cassian, Azriel, Amren e Feyre não estão diferentes, como se acabassem de se lembrar do trágico acontecimento.

Espremo meus lábios na tentativa de segurar o choro. O que foi que eu deixei acontecer? Porque eu não fui capaz de impedir que algo assim acontecesse? Era minha responsabilidade proteger o povo. O primeiro juramento, e eu o quebrei, rompi uma promessa que não deveria ser quebrada. Talvez eu não seja digna de usar a Coroa das Cortes, não sou digna de empunhar o Cetro das Estrelas Celestes.

Elevo meu olhar do chão para a fêmea andando em direção ao macho de vestes pretas. Feyre usa um top azul de manga curta, a calça azul escura com o que parecia ser... Nuvens? Meus pensamentos vagaram para o vento bagunçando meus cabelos e oscilando meu vestido enquanto voo pelo céu. Voar... Encaro Rhys com aflição e pavor. Se meu irmão dominou Velaris então quer dizer que se ele decidir explorar os arredores das montanhas perto do acampamento Illyriano, ele encontrará o que não deve.

— Me diga que Dawkeo ainda está no esconderijo — Não gosto de exigir nada deles ou lhes dar uma ordem, mas se tratando do tamanho desse problema minha autoridade como Grã-Rainha não me deixa escolha.

— Eu e Az fomos verificar o local. E não o encontramos lá — Minha respiração falha. Az se coloca ao meu lado e suas sombras se enroscam em meus ombros como um abraço terno.

— Quem é Dawkeo? — Elain pergunta com uma voz doce, mas séria.

— Uma criatura que o mundo não está preparado para conhecer — Respondo me recostando no peitoral do Encantador de sombras e percebo o maxilar da garota se contrair. Eu teria feito alguma brincadeira com isso, mas minha preocupação é maio.

— E o que essa "criatura" é? — Nestha pergunta com os braços cruzados.

— Digamos que é meu bichinho de estimação muito raro e poderoso que te mataria com um sopro — Respondo sem o ar de brincadeira, porém verdade que eu queria. Estou aflita demais.

O clima está um pouco estranho, não queria que ficasse assim. Tento contornar a situação e pensar em algo que nos possa aliviar a tensão. Então por uma fração de segundos me lembro sobre o que Rhys disse sobre Linaleck dominar Velaris junto da Corte dos Pesadelos.

— A onde exatamente nós estamos? — Perguntei realmente curiosa e tentando espraiar os pensamentos um pouco, para depois me focar em tudo o que acabei de descobrir.

Rhys sorri e se levanta, deposita um beijo nos lábios de Feyre e vem em minha direção. Sinto meu pulso ser puxo e vejo Az correndo para algum lugar o que fez Rhys gritar logo atrás de nós::

— AZRIEL!!! — Cassian gritou junto do Grão-Senhor.

Az ri, e me senti mais aliviada de ouvir mesmo que abafada. Passamos por alguns corredores e atravessamos quando Rhys e Cass apareceram em nossa frente do nada. Azriel para subitamente me fazendo bater com o rosto em seus músculos das costas.

O encaro curiosa por termos parado em frente às duplas portas de madeira de ébano. Escuto risadas de crianças, conversas de adultos, o cheiro era de mato e mistura de humanos e feéricos. A curiosidade aumentou a cada segundo que ele não abre a porta; ele está a encarando como se fosse um empecilho em seu caminho. Então porquê ele não abre?. Viro-me para trás quando escuto o barulho de Cass e Rhys vindo em nossa direção. Os olhos de Rhys estão furiosos de uma maneira engraçada e divertida, como se fosse arrancar as mãos de Az; Cass... bem, ele parece querer torturar o illyriano de muitas maneiras malvadas.

— Bem-vinda à Prythian, a cidade perdida de Walisshyan — As palavras me deixaram em choque quando Rhys disse onde estamos. Ele abre as portas e fecho meus olhos com a claridade que surgiu dela. Pisco algumas vezes e quando estou acostumada vejo uma das cidades mais belas já feitas e que se perdeu quando a Mãe decidiu escondê-la dos gananciosos e oportunistas.

Observo abismada o local. As ruas ladrilhadas perfeitamente com pedras, casa e prédios, os humanos e feéricos andando juntos lado a lado, e outros estão de mãos dadas e riem como se fossem um casal. prythian foi construída para que humanos e feéricos possam viver juntos, para ser um lugar de harmonia, paz, amor, união, não uma cidade para os ambiciosos, às desordem, mortes. A Mãe ficou muito desapontada com o destino de sua cidade amada, então expulsou aqueles que não tinham um coração de amor e paz, deixando assim apenas aqueles que tinham bondade e escondeu a cidade do resto do mundo. Por vários anos, muitos humanos e feéricos procuraram Prythian por sua riqueza, mas fracassaram. Pois só aqueles de puro coração e bondade a amor para com todos será digno de encontrar a cidade perdida de Walisshyan.

Olho para tudo com deslumbre e paixão. Sempre sonhei em encontrar essa cidade para saber como a comunhão com os humanos era, mas nunca tive tempo para me aventurar, e todos diziam que esse lugar não existia, que era apenas um burburinho dos contadores de histórias, então comecei a acreditar nisso também, que era apenas uma história de um homem que não tinha nada para fazer. Mas agora, estou bem aqui, em Prythian olhando para tudo isso que sempre sonhei quando criança. E é simplesmente perfeito.

— É real! — Exclamo com admiração.