Corte de Morte e Ascensão

▪Capítulo 11▪

Quando o Sol se pôr no crepúsculo e a Lua atingir seu ápice, apenas se permita sentir sua força e seu poder encontrá-la para serem um só.
Para se tornar o que fora destinada a ser desde o início, você precisará enfrentar seu medo do vazio e se conectar.

Desde meu "surto" hoje pela manhã, venho escutando a mesma voz quase o tempo inteiro. Preciso de Amren aqui, mas não posso chamá-la quando já deve estar longe da cidade. Ela precisa cumprir com seus afazeres, e depois que voltar vou conversar com ela.

Elain se senta ao meu lado, seu vestido rosa chá bordado de flores farfalha com o movimento. Seu cabelo trançado por cima do ombro possui arranjos de galhos florais de prata. Me recosto no sofá e cruzo os braços, deito minha cabeça no encosto verde e respiro fundo.

O silêncio desconfortável na sala me causa náuseas. Apenas eu e Elain. Por que ela não pergunta o que quer perguntar e vai encontrar algo para fazer? Preciso me concentrar em cada palavra que a voz surrada vem a minha mente.

Não quero ser rude com ela. Elain é uma menina doce, mas talvez não saiba quando se afastar e quando se desapegar. Não quero que ela se machuque por causa do Azriel, mas se ela não aprender e entender que é o momento de deixá-lo, ela irá se despedaçar por inteira. Suas intenções podem ser as melhores, mas é como se eu sentisse que não daria certo entre os dois mesmo que eles se esforcem bastante. E acho que ele não se sente muito à vontade perto dela.

Mor entra na sala como minha salvadora. Agora com um vestido vermelho longo com uma fenda na perna direita. Não entendo o porquê de ficar assim em casa, porém se tratando da Mor, a gente repensa as regras de conforto. Em sua mão hà uma pequena bolsa de couro com costura grossa, e entrega o objeto para a feérica ao meu lado.

— Adam encontrou uma flor e pensou que você gostaria, então pegou as sementes para você — Fala se referindo a Adamner provavelmente. Ainda não o conheci, apenas sei que está na cidade. O sorriso de Elain era enorme, e em um pulo pediu licença e saiu do cômodo indo para o jardim.

Agradeço em um sussurro e seu "disponha" foi orgulhoso. Mor às vezes sabia quando eu precisava de uma ajuda, é como se fosse um sexto sentido dela. Uma comunicação apenas nossa.

— Tá bom, eu preciso perguntar. — Falo quando ela se joga ao meu lado e coloca seus pés em minhas pernas. Ela levanta uma sobrancelha como um "prossiga", então pergunto: — Quem é Adamner? — A curiosidade estava me matando. Ela sorri como se entendesse.

— Primeiro ponto: Ele prefere ser chamado de Adam. — Faz uma pausa e morde um pedaço do morango. Franzi o cenho por não ter notado que ela tinha um morango nas mãos. — É um excelente arqueiro. Feyre e ele gostam de competir. Irmão adotivo da general de Prythian, que está em algum lugar da cidade também mais sua outra irmã — Faz uma observação ela mesma como se para lembrar disso. — E ele tem lábios lindos. — Termina fechando os olhos e respirando fundo. Curioso esse fato, Mor não costuma falar da boca de macho. Mas porquê uma resposta vaga Mor? Me viro para ela que está com os olhos fechados.

Ela parecia cansada. Também uma semana de patrulha é muito. Seu cabelo estava trançado com os de Elain, mas um pouco mais frouxo, e ela não possuía nenhum acessório, tanto no cabelo como no corpo. Folga. Mesmos do vestido. Quando a respiração se torna mais pesada e leve, retiro com cuidado seus pés de cima de mim e saio em silêncio da sala inspirada na Corte Noturna. Pelo corredor percebo a casa silenciosa, como se não houvesse ninguém aqui, como se fantasmas assombrassem esse lugar.

Vejo Rhys sentado no campo atrás da casa, pensativo e solitário. Não sei como vi ele através da minha mente, mas fui até onde ele está. O corredor revestido de quadros, em alguns cantos jarros de plantas, e uma cômoda com detalhes de uma linda noite estrelada nas gavetas, têm algumas pinturas de Velaris no topo. A cidade da luz estelar, que saudades.