Morpheus

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Em Fantasis, Morpheus se reunia com o clero, rei, nobres e o conselho. Sentia que algo estava para acontecer. Seus sentidos estavam martelando em sua mente que deveria ficar de olho em Hades. O receio o maltratava. Não sentia necessidade alguma de grandes banquetes para a ocasião.

- Precisamos ficar atentos. Hades está prestes a sair do trono de pedra e ele tentará algo. – disse observando o semblante de todos. O mais puro sentimento de tensão pairava.

- Sabemos que ele não vê problema em se livrar de quem se põe contra ele. – disse um dos conselheiros que enchia a taça de vinho. – Somos provas vivas disso. O efeito que o poder soberano de quem se senta no trono de pedra faz com que ficamos de mãos atadas. – tomou um gole do vinho e olhou para o conselheiro que estava ao seu lado. O pobre que havia perdido o irmão. Sabiam quem havia mandado o matar.

- Deveríamos acordar Zoe! – disse um senhor que estava na ponta da mesa. De barba volumosa que se individualizava das outras figuras caricatas. Passava a mão pela barba grisalha, uma forma de caricia, e em momentos falava sozinho. Como se alguém estivesse ao seu lado.

- Zoe não quer ser despertada. Pode parecer delirante o que irei dizer, Ela não gosta de ser quem é. Imaginem simplesmente existir sem um criador. Do nada. Sem lembranças de sua origem e sem ter com quem conversar e observar que o livre arbítrio que você entrega para as suas criaturas só resulta em ódio e sofrimento. Ela não tem para quem recorrer. Passar o trono para seus filhos foi uma forma simples de se ausentar da própria culpa.

- Você está dizendo que ela não gosta de ser quem é? – questionou atônito o conselheiro que havia sugerido o desperta da Grande Mãe.

- Estou dizendo que todos temos escolhas, Ela não tem. Zoe é a razão irracional de ter o poder para mudar o que bem entender, mas que não pode mudar o que de fato quer.

- E o que seria, Morpheus?

- Menos responsável pelas merdas que escolhemos.

Mark estava ansioso pelo encontro com os novos amigos, estava pressentido que tudo seria diferente. Que tendo a prova de que uma conspiração de fato era real poderia abrir portas para seu futuro e ajudar a sua mãe. Estava contente que tudo estava dando certo. Que dona Luzia se encontrava descansado em sua casa, Arthur, embora envergonhado pela forma como se comportou, estava ali. Ao seu lado. Luís e Leticia também estavam. A ansiedade fez com que seu estomago o martirizasse. Tentou balbuciar algo para os amigos ao lado, mas desistiu.

- Eles já deveriam estar aqui. – disse Leticia olhando para a tela do celular.

- Sim, deve ter acontecido algum imprevisto. – disse Mark esperançoso.

- Não sei de onde você tira tanta confiança nessas pessoas. – disse Arthur.

- Eu tenho que confiar em quem não me acha um maluco, lunático. – pegou o folego para continuar. – afinal estamos lidando com algo diferente de tudo que já vimos.

- A verdade está lá fora, não é mesmo?! – disse com o sorriso sincero, Luís estava mais contente do que desconfiado, se sentia em uma serie de tv.

- Sim. Nunca essa frase foi tão real.

- Eu acho que eles estão vindo. – disse Leticia que apontava para o carro que se aproximava. Todos haviam combinado aquele lugar, naquele horário, naquele exato dia. não contavam com as gotas de chuva, que se tornavam momentaneamente fortes.

Ao mesmo tempo, Morgana estava à procura de Artêmis, sabia onde a deusa havia ficado com os rapazes, mas isso não era o suficiente, não havia ninguém no hotel e todas as vezes que informava a descrição que recebera de Hades, recebia um singelo e preciso. "Não vi." E isto estava a irritando profundamente. Observava o céu, se questionando de que forma poderia desempenhar o serviço. Artêmis tinha Tybalt e Pan ao seu lado. Ela estava só, pensou que poderia precisar de ajuda. Em seu pensamento veio Ankrarth e o suspiro interveio quebrando o silencio.

- Antes só que mal acompanhada.

- Isso que eu estou dizendo. Precisamos verificar quem são as pessoas que vem trabalhando para Hades. Não podemos confiar em Tybalt. Embora Delta tenha sido um grande homem, receio que a gloria tenha contaminado aquele rapaz.

- Me deixe ir para a Terra. – questionou Sarah. A filha do rei de Fantasis. – prometo que se perceber qualquer gracinha de Tybalt eu irei esfola-lo.

- Essa linguagem não é de uma princesa. – disse Morpheus, que tentou não demonstrar a face de surpresa ao se deparar com tais palavras.

- Antes de ser uma princesa eu sou uma guerreira. – se lamentando e pedindo para que um dos conselheiro lhe dessem a sua lança. Sarah tinha orgulho da lança que recebera de seu pai. As pontas do ferro mais poderoso e as pedras cravejadas na lateral entre os dedos de quem a conduzisse lhe credenciava uma posição favorável em batalha.

- Não podemos nos precipitar! – disse o velho vistoso de barba longa.

- Enquanto estamos bebendo vinho, Hades está enviando seus carrascos para consumir nossa carne. – disse a moça, de cabelos grandes e pele negra. A mais bela de toda Fantasis.

- Me leve com você. – sugeriu seu pequeno irmão que estava no colo da rainha.

- Você não pode ainda, mas prometo que sairemos dessa vencedores. – e estendeu a mão para o pequeno.

- E quem disse que você irá? – vociferou Morpheus.

- Eu sei que sou a melhor opção para matar quem se opuser à Artêmis.

- Nesse sentido ela tem razão. Pan abriu mão dos poderes para se tornar semelhante aos humanos. – disse um dos conselheiros.

Ankrarth estava observando a reunião dos jovens que tinham em suas mãos o controle. Hades não tinha avisado Morgana, não sentia a necessidade. O grau de sua superioridade o fazia não ficar receosos quando expressava nos mínimos detalhes o que desejava. Deuses não precisam de uma justificativa nem de porquês. Apenas fazem e pronto. E não havia ser mais apto para matar um deus que não fosse Ankrarth e Morgana.

- Sarah você poderá ir, traga o controle, Pan e Artêmis em segurança. – Morpheus abriu a grande tela que havia dentro da sala. Todos fitaram a grande tela. Os pontos verdes eram os "controláveis". Os azuis os "não controláveis" e os vermelhos os três que estavam em missão. As telas não definiram a espécie de Ankrarth e Morgana, então ambos não apareceram para os presentes naquela reunião.

- Mate quem se levantar contra você. – disse Morpheus. – isso é uma ordem irrevogável.

- Sim, Senhor. – disse Pan. – iremos ajudar vocês com essa peça. Gostamos de fazer análises. E sinto que podemos chegar em lugares grandiosos.

- Eu espero. Nem acredito nisso. – disse Mark reluzente. Porém seu sorriso foi absolvido pela expressão mais grotesca que poderia fazer. Luís estava agonizando. Um líquido pastoso ressaltou de seus lábios. O pobre rapaz balbuciava uma sequência de vogais. Quando caiu de joelho e permaneceu imóvel.

- LUUUUUUUIIIIS! - os olhos de todos saltaram de suas órbitas ao ver que o rapaz estava sem pulso.

- O QUE ACONTECEU, PORRA! – disse desnorteado Mark que em seu desespero trouxe a peça para dentro do seu casaco.

- Precisamos correr com ele daqui! – disse Tybalt que segurou o corpo de Luís.

- Tybalt. Pobre Tybalt. Você não aprendeu a abandonar os mortos? – sorrindo Ankrarth estendeu os braços. – sou um bom professor e posso te ajudar dessa vez.

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