Simulação dos deuses

O Fim do Prólogo

Ankrarth estava se preparando para um de seus encantos quando um grito estala.

- Rowan, Mate. – Tybalt inclinou seu corpo para a coruja que sem pestanejar voou contra o rosto do Castiçal.

A ave fincou a garra no rosto do rapaz, que se comprimiu em dor. Dando um forte grunhido, Tybalt sabia dos pontos fracos dos castiçais, conjurar requeria tempo. Um tempo que Rowan estava minando ao ataques surdos no canto dos olhos de Ankrarth. Os tapas e socos que o homem dava na coruja em nada mudava a força com que as garras fincavam em cada curva do seu rosto.

Rowan enfiou uma garra na orelha esquerda, a outra batia copiosamente no rosto do carrasco de Hades. Que grunhia e começou a balbuciar. O ódio na expressão começou a ser preenchido pelo sangue saindo de cada detalhe da sua face.

- Vamos, Rowan vai atrasá-lo! Precisamos sair daqui! – disse Tybalt que ofegava e aspirava um desespero que foi sentido por todos que estavam ali.

- Mas e o Luís? – perguntou Mark.

- Ele está morto! – vociferou Pan. – Precisamos sair daqui!

- Não posso abandona-lo assim. Aqui. Ele é meu amigo! – disse em aflição com os olhos marejados buscando que alguém concordasse com ele. Mas nem ele mesmo achava são acreditar que deveria proteger um corpo que esfriava, sem vida e a chuva aumentava, deixando a situação pior.

- Vamos! Esse cara parece ser poderoso. – disse Artêmis, que foi surpreendida com um golpe seco em seu pescoço. Ao olhar para trás percebeu uma mulher com os olhos amarelos sorrindo. Era Morgana. Havia chegado em tempo para matar Artêmis.

- Quem é você? – a deusa expressava a mais sincera confusão.

- Sou Morgana e vim em busca da sua cabeça! – Pan pegou todos em seus braços e correu em direção para o carro.

- Vamos! – Tybalt tomou a frente da direção em que ambos fugiam para impedir que Morgana os perseguisse.

- O que está acontecendo aqui?

- Tybalt, pobre Tybalt. Filho de Delta. Responsável por atrasar a sua mamãe quando ainda era uma criança estúpida. Viu o amor de sua vida sendo morta. Tocou o cadafalso na manhã seguinte? Você nunca salvou ninguém!

- Morgana! – seus olhos reluziam toda tristeza e ódio que carregava. – Porque... – mordeu o lábio inferior e concluiu. – Não importa, aparentemente estamos em lados opostos.

O bico de Rowan sentiu um líquido pastoso e ao fincar novamente pôde sentir a micro explosão do globo ocular do castiçal que cerrou os punhos com toda a força e deferiu golpes no pequeno corpo da ave que foi perdendo o folego e a força em suas garras que soltaram o rosto.

- Gnin'hwoniks – ao dizer essas palavras. Rowan explodiu e as tripas banharam o lugar e o rosto de Ankrarth. O sorriso que sai do rosto perverso daquele rapaz, era demoníaco.

- Tybalt, você é fraco. Manda uma ave fazer o serviço de um guerreiro! – e ao deferir essas palavras em meio a risos horripilantes que desciam com um cubo de gelo na espinha com o corpo ainda quente. Sangue quente respingava do rosto sem uma das orbitas do globo ocular. Um cheiro de cobre esmerilhado.

- O que caralhos está acontecendo? – perguntou Mark, completamente transtornado.

- Mark, sei que tudo isso pode estar te assustando. Mas se acalme. – disse Pan sem sentir que tinha dado algum efeito.

- O Luís morreu depois que um cara estranho olhou para ele. Quem ele é?

- Não sabemos. Mas sinto que não é nosso amigo.