Os Males de um Deus - Parte I

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- Precisamos tomar cuidado - olhou atentamente para o ambiente que os cercava. Artêmis sempre foi muito observadora, e sabia, que embora Pan estivesse muito confiante, as coisas poderiam sair do controle.

- Sim, eu percebo que a notícia mexeu com todos.

- Se não houvesse mexido eu até suspeitaria de algo.

- Meu grande temor é o que pode acontecer agora, estamos numa tensão e temo que no momento já chamamos a atenção de pessoas que não deveríamos.

- Torço para que isso não nos atrapalhe no futu... - Nesse momento todos que estavam presentes formaram uma pequena fila, onde foram divididos os deuses e os reis, todos para o fim de saberem como proceder através dos conselhos de Lyssa.

A ordem dos deuses estava assim; primeiro Jotun, deus de Gorgora, concebido pela cobiça de Zoe, repleto de poder. A força de seus pés e braços eram notórios e seu tamanho era observado por todos com muito respeito, sobretudo pelos habitantes de seu reino. Quem vinha logo atras era o deus de Amour, Mimir, que estava relutante aos acontecimentos; conhecido pela sua sabedoria, sentia que o futuro que lhe aguardava poderia ser diferente do que gostaria, até mesmo matar Hades tinha se tornado tinha se tornado uma opção que lhe agradava, tudo em benefício da maioria. Após Mimir, vinha o deus de Quetirano, Paduan, deus conhecido pela sua forma bem peculiar de resolver as situações de conflito de seu povo, o poder de entrar nas mentes e desenhar o passado das pessoas, garantia a paz dos híbridos, sendo associado por todos por esse estado, sendo o mais tímido dos deuses.

Por mais poderosos que fosse, sua intenção era sempre o pacifismo.

- Você acredita que os ânimos iram se acalmar, Morpheus? - questionou Paduan, relutante, pois suspeitava da resposta de seu amigo.

- Torço que sim, as coisas não estão saindo como planejávamos, as decisões caíram sobre nós com um peso que não estamos muito aptos a lidar.

- De que peso estamos falando, especificamente?

- Uma guerra - olhou para os olhos de Paduan que estava descrente disso.

- Acredito que você esteja exagerando, e até parece que se eu percebesse isso, não faria algo!

- Sei dos êxitos que você tem, meu irmão, mas estamos em terra duvidosa com deuses com mente tão complexas quanto a imensidão das escolhas de nossa mãe, a sua capacidade de desenhar um novo passado me agrada, mas temo que não seja o suficiente para interromper o ódio que temo, que tenha crescido em nosso irmão.

- Mimir? - questionou abaixando o tom de voz de maneira que quase Morpheus não escutou.

- Sim.

- Mas por que será que o deus do reino mais virtuoso e que é conhecido pelo bom humor é assim?

- Temo não saber a resposta, Paduan. Mas acredito que coisas acontecem e que podem mudar as ações de qualquer ser.

- Eu espero que tudo fique bem no final.

- Eu também, embora eu acredito que isso não seja a opção.

Foi quando a grande porta, selada pelos poderes de Lyssa se abriu, ela olhou atentamente para todos e chamou o primeiro para que este fosse consultado. O oraculo de Lyssa poderia ver coisas que vão acontecer, e a lenda dizia que ao conflitar quanto ao futuro, o ser teria que pagar penitencias. A grande verdade que todos confiavam às suas vidas, era que se alguém poderia substituir Zoe em algum momento, essa seria Lyssa.

A porta da sala em que Lyssa estava era da madeira mais pura com um acabamento de prata, o seu tamanho era gigantesco e nem mesmo mil híbridos conseguiriam abrir, o som não alcançava o fim por ali, sendo impossível alguém escutar as coisas que aconteciam lá dentro, até mesmo para não expor quem ali estivesse, havia um pouco de ética entre os reinos e a linha tênue dessa ética era o oraculo. Todos sabiam que o futuro poderia ser próspero ou amargo, mas a questão é como agir em conhecimento do que virá, os deuses eram mimados em toda a sua excelência, os reis eram mimados por seus súditos, porém ninguém encontraria estes mimos com Lyssa.

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