capítulo 15

66 10 2
                                    

Jina P.V

Era segunda feira, dia de trabalho. Separei alguns moletons que Jackson pedira, colocando-os em sacolas personalizadas de minha loja. Ele não viria buscar, pediu por mensagem para que entregasse em sua casa.

Era difícil não pensar nele, no homem maravilhoso que ele parecia ser. Não apenas esteticamente, mas... internamente. Na noite de sábado, enquanto tentava dormir, a imagem do peitoral perfeitamente trabalhado de Jackson invadiu minha mente, as tatuagens, os ombros largos, tudo que eu não deveria pensar. Eu havia olhado para o lado e encarado Jaebeom dormir, ele também era lindo, no entanto, algo em mim insistia em lembrar em quem não deveria.

Suspirei, lembrando que hoje Suny estava de folga. Ela adoraria fazer uma visitinha ao chinês.

— Não há ninguém que possa fazer essa entrega no final da tarde ?.- Indaguei. A outra funcionária balançou a cabeça negativamente.

Eu mesma entregaria, mas talvez Jackson não quisesse cruzar comigo, por isso não viria buscar as próprias roupas. Não havia outra solução ao não ser isso.

— Então eu mesma vou.- Disse, entrando em minha sala e deixando as sacolas sobre uma das cadeiras.

Meus dedos envolveram a xícara de café, levando-a em direção à meus lábios. Eu precisava tira-lo de minha cabeça, urgentemente.

O dia passou rápido, ao julgar pela quantidade de trabalho que me manteve ocupada em minha sala, sequer saí para o almoço. Terminei de fechar a loja, e direcionei-me para meu carro estacionado. Dei partido, dirigindo rumo à casa de Jackson, que eu torcia lembrar.

— Essa!.- estacionei, e saí com as sacolas em mão. Poucos minutos após tocar a campainha, uma mulher de aproximadamente quarenta e oito anos abriu a porta. Lembrava-me dela de uma entrevista de emprego em minha casa.

Ela também pareceu lembrar de mim.

— Dona Jina, entre por favor.- Ela deu espaço, gesticulando para que entrasse.— Jackson está no banho.

Um arrepio percorreu meu corpo com o pensamento que preencheu-me, a imagem daquele homem nú, as gota d'água deslizando por ele...

— Eu vim apenas entregar umas roupas.- Levantei as sacolas em sua direção, mas ela não as pegou.

— Ele já fez o pagamento?.- Indagou. Balancei a cabeça negativamente, ele disse que depositaria depois que saísse do trabalho.— Provavelmente deve ter esquecido. Esse é mais um motivo para entrar e esperar por ele.

Uma parte de mim relutava para não entrar. Mas acabei entrando mesmo assim.

— Venha comigo, ele deve ter terminado.- Gianne estendeu a mão em minha direção, segurei a sua com a que não carregava as sacolas e a deixei me guiar.

Paramos em frente à uma porta enorme marrom claro. Ela dera algumas batidas e em questão de minutos Jackson surgiu do outro lado. Meus olhos arregalaram-se levemente com a imagem à minha frente. Lutei para não ficar boquiaberta com seu corpo coberto apenas por uma toalha enrolada em seu quadril. Embora eu tenha o visto sem camisa, era diferente. Ele não usava nada além daquela maldita toalha.

Minhas bochechas arderam em rubor.

— Não é apropriado receber alguém vestindo uma toalha, menino.- Disse em um tom visivelmente brincalhão, embora falasse sério.

— Não sabia que tinha visita.- Ele passou a mão entre os fios molhados. Céus, que homem.— Fico pronto em um  minuto, tudo bem ?

Assenti. Ele fechou a porta.

— Eu estou apertada, posso ir ao banheiro ?.- Pedi, entregando-lhe as sacolas e seguindo o trajeto que Gianne descrevera.

Uma onda de calor percorreu meu corpo, fazendo-me soltar um suspiro. Jurei ter sentido um leve latejar entre minhas pernas. Com as mãos apoiadas na piada, ergui o rosto para olhar meu próprio reflexo.

Não, não, não, não. Não era desejo ou excitação... era nevorsismo.

Dei descarga no vaso, fingindo ter feito o que havia dito para Gianne. Quando saí do banheiro, Jackson esperava por mim no sofá. Com roupas, menos mal.

— Vim trazer seus moletons, não havia ninguém para fazer isso por mim..- Expliquei, olhando-o.— Entreguei as sacolas para Gianne.

— Essa explicação toda se dá ao fato de você ter vindo em minha casa ?.- Ele riu baixinho, entregando-me uma quantia em dinheiro. Não conferi, apenas enfieei em minha bolsa.

Eu não sabia o que falar. Ele olhou para mim, sentia que minhas pernas ficariam bambas se ele continuasse a me encarar com tamanha profundidade.

— Seu rosto está melhor?.- Ele indagou.— Ou ainda dói em consequência a meu arremesso ?

— Está ótimo, se não fosse por você, eu mal lembraria daquela bolada.

Jackson gargalhou, contagiando-me com sua risada. seu sorriso lindo, céus, nunca me cansaria de apreciar sua beleza.

— Sinto-me aliviado por isso.- Disse ele.— Fiquei preocupado com você, com o que o meu descuido poderia causar.

Automaticamente meus lábios se repuxaram em um sorriso, saber que ele se preocupava comigo havia despertado algo em meu coração.

— Não deveria ter se preocupado tanto.- Disse, desviando meu olhar para a porta.— Bem, preciso ir agora.

Jackson levantou-se do sofá, aproximando-se de mim.

— Não.- Olhei para aqueles olhos que encaravam-me.— Digo... Gostaria de jantar comigo ?

Entreabri os lábios enquanto pensava em como lhe responderia. Não? Sim ?

— Jaebeom...

— Ele não vai voltar cedo para casa.- Jackson respondeu, sem intenção alguma.— Disse que vai trabalhar até às dez. Então, pensei que não teria problema em convida-la.

Mais uma vez meu marido iria ficar preso no trabalho, e mais uma vez ele não se dera ao trabalho de avisar. Respirei fundo, e em seguida, abri um sorriso como resposta. Jackson entendeu e sorriu de volta.












Loucamente Sua Onde histórias criam vida. Descubra agora