Mais um dia que eu havia acordado sozinha, como na maioria das vezes, desde que eu e Jaebeom nos casamos. Há exatamente um ano atrás...
Provavelmente ele estava na empresa, cuidando dos negócios do pai, mas não lhe custaria nada me acordar para ao menos se despedir ou me dar um beijo.
Mas já estava acostumada o suficiente a ponto de parar de lhe cobrar esses pequenos atos, agora eu apenas pensava em minha loja de roupas que não parava de obter lucros.—Bom dia.- Disse assim que cheguei, os funcionários estavam andando de um lado para o outro, organizando tudo antes de abrir para os clientes.
—Bom dia, Jina.- Suny veio em minha direção com um sorriso singelo nos lábios, além de funcionária, Suny se tornara minha melhor amiga.—Está tudo bem ?
Assenti vagamente com a cabeça e entrei em minha pequena sala, ainda precisaria consultar a agenda de orçamentos desse mês. Recostei meu corpo na cadeira macia, deixando o estofado aliviar minhas tensões, Fechei os olhos e respirei fundo antes de começar o trabalho.
—Estamos vendendo tão bem ultimamente, Jina.- A voz de Suny tomou conta da sala, fazendo-me abrir os olhos e exibir um sorriso discreto.— É uma pena que minha chefe não aparente estar entusiasmada.
—Quem disse que não estou ?.- Indaguei, embora soubesse que minha expressão cabisbaixa entregasse minha falta de ânimo.—Você sabe o que anda interferindo em meu humor.
—Gostaria de te ver melhor..- Ela se aproximou e acariciou os fios de meu cabelo.— Só entrei para avisar que já recebemos novas peças, dê uma olhada quando puder.
Ela saiu, deixando-me sozinha. Eu e meus pensamentos.
Na maioria das vezes eu não saira da sala para verificar o movimento da loja, e hoje não seria direfente. Passaria o dia inteiro analisando contas, organizando pagamentos e promoções para datas comemorativas. Mal percebia o tempo passar, e ultimamente trabalho fora o único refúgio que havia encontrado para escapar de meus próprios pensamentos.
Deixei a caneta sobre a pilha de papéis e olhei para meu celular, tinha duas ligações de Jaebeom. Na terceira, atendi.
—Amor, por que não me atendeu antes ?.- Questionou, a voz estava baixa como de costume.—Tenho uma folga no horário de almoço, podemos almoçar juntos ?
—Estou na loja.- Retirei o celular do ouvido para verificar a hora, era praticamente meio dia. Suny sempre me chamava para almoçar, mas talvez o movimento hoje estava grande demais para uma pausa.—Não percebi que estava no horário de almoço, podemos comer na lanchonete aqui ao lado ?
—Claro, Chegarei em dez minutos, até mais.- Ele se despediu e eu fiz o mesmo, não demorando a desligar e sair de minha sala. E logo entendi o motivo pelo qual Suny não passara para me chamar, a loja estava absolutamente lotada.
—Estou indo almoçar.- Avisei, olhando ao redor.— Ainda não é meio dia, mas por favor, comam no horário certo.
Me preocupava em manter meus funcionários bem, na verdade, eles também faziam parte de minha família. Todos eram de extrema confiança, foram escolhidos a dedo por mim.
A lanchonete também estava cheia, o que dificultou bastante em achar um lugar para sentar e esperar meu marido, mas acabei por achar uma mesa vazia no fim do estabelecimento. O garçom entregou-me o cardápio.
—Obrigada, por enquanto vou apenas olhar.- Sorri para o rapaz.— Estou esperando alguém.- Ele saiu e eu mantive meu olhar fixo no cardápio, tentando escolher o que comeria. Japchae séria ótimo para mim, e Kimchi para Jaebeom, sabia o quanto ele adorava um prato típico.
Estava alegre em poder almoçar com meu marido, isso era algo tão raro para mim. Pensei até em fazer os pedidos para adiantar as coisas e ter a oportunidade de conversar melhor com ele, Jaebeom chegaria em dez minutos, e se contasse os minutos desde que sai da loja, restara pouco para a sua chegada. Em um aceno discreto e elegante, chamei o garçom.
— Um Japchae para mim.- Fechei o cardápio e o entreguei, ele sorriu e começou a anotar meus pedidos.— E um kimchi para a pessoa que estou esperando.- O rapaz franziu a testa e me lançou um olhar duvidoso, como se fosse loucura minha escolher o prato de uma pessoa que nem havia chegado.— Só isso por enquanto, obrigada.
Quando ele se retirou, verifiquei o horário em meu celular e o pus sobre a mesa redonda. Os pedidos não demoraram a chegar, diferente de Jaebeom.
Dez, Quinze, Vinte minutos de atraso..
Minha vergonha e constrangimento podia ser notada há metros de distância, pelo menos mantia o olhar no prato para disfaçar o incomodo e a sensação de tristeza que havia me preenchido.
Trinta minutos..
Com a cabeça baixa, observei uma figura masculina sentar na cadeira a frente da minha, era ele, vestido com um típico terno de executivo. Dedos frios pelo ar condicionado de seu escritório acariciaram levemente minha mão por cima da mesa.
—Desculpe, querida.-- Sussurrou como uma brisa, a voz carregava uma pontada de remorso.— Eu tive imprevistos, um amigo da época do colégio retornou para seul e quer fechar negócios, se tornar meu sócio.
—Por que não mandou mensagem ?.-- Ergui o rosto para encara-lo, ele parecia triste por me ver daquela forma.— Custava me avisar ?
—Eu estava tão ocupado, amor.-- Jaebeom ergueu a mão, encostando a palma gélida em minha bochecha, acariciando-a devagar.—Sinto muito, sinto mesmo..- Ele respirou fundo, e eu fechei os olhos para aproveitar aquele contato carinhoso que há dias não recebia.— Ainda preciso conversar com ele, por isso o chamei para um jantar em nossa casa, para que eu possa jantar com você.
Abri os olhos, olhando-o.
Sabia que na maior parte do tempo ele conversaria sobre negocios com o amigo, mas a proposta era válida considerando seu raciocínio de estar comigo durante o jantar. Pelo menos estaríamos juntos.
— Tudo bem, amor..- Pousei minha mão sobre a dele, que por sinal ainda estava acariciando minha bochecha.— Pelo menos assim vamos estar juntos.
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Loucamente Sua
Fiksi PenggemarCasados à um ano, Jaebeom e Jina enfrentam dificuldades no casamento, e a ausência é a maior delas. A falta do marido, torna Jina uma mulher carente e vulnerável por algo ou alguém que possa preencher o vazio instalando-se em seu peito, por alguém...