Vermelho Escuro

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Harry

— Acho que não foi apropriado sair dessa forma, senhor Harry. — Francis olhava preocupada para trás, enquanto eu a guiava até o carro.

— Não há nada de errado em deixa-los curiosos.

— Não quero outro escândalo, lembro a dor de cabeça que foi aquela viagem que fizemos. Você parece que gosta de provoca-los.

Sua última fala chamou minha atenção, parei de imediato, será que estou passando a imagem de um adolescente carente e desesperado por atenção? Na pior das hipóteses, isso me afastaria da ruiva que quero tanto impressionar. Ou eu poderia arriscar tudo, para não perdê-la mais uma vez, afinal meu irmão sempre sai ganhando no quesito mulheres.

Francis era a primeira mulher que despertou um interesse que estava adormecido em mim, eu não queria ser moleque como havia sido com meus antigos romances, provar que sou digno de sua confiança não era um mero objetivo, eu queria honra-la.

— Você está certa. — soltei sua mão cuidadosamente. — Agir igual a um imaturo, não vai nos tornar mais próximos. Podemos voltar e esquecer esse constrangimento que causei a você, mas eu sinto que estou perdendo você para ele.

— Está com ciúmes do seu irmão? — Francis pareceu chocada ao descobrir a verdade, era um sentimento tão prematuro que me deixou envergonhado.

— Não! Não vamos fazer dessa pequena discussão uma sessão de terapia. — passei as mãos nos meus cachos, era um hábito para controlar o meu nervosismo.

— Então conversa comigo, eu quero entender o seu lado. — diz em um tom compressivo, doce.

— Ao invés de contar, eu posso mostrar. — sugeri implorando internamente que ela não voltasse atrás.

— Mostre-me.

Com cautela, minha convidada entrou no carro, dei partida em nossa viagem e para quebrar o gelo entre nós liguei o rádio em um som ambiente, sorrindo feito bobo por ela escolher a mim.

{***}

As luzes estavam apagadas, apenas o foral do carro iluminava a trilha do caminho até o portão misterioso. Uma tempestade acabou nos pegando no caminho fazendo com que a estrada virasse um breu sem energia. Por sorte, eu não iria me preocupar com a escuridão da rua pois no ateliê havia gerador de energia. Francis e eu entramos rapidamente no cômodo.

— Tome. — entreguei meu casaco, que apesar de molhado iria aquece-lá. — Vou buscar por toalhas.

— Obrigada.

Segundos depois, volto com o pano e trato de enxuga-la com cuidado.

— Eu ainda posso me enxugar sozinha, Styles.

Shi! Eu cuido disso para você. Prontinho.

— Obrigada pela gentileza, não vai se enxugar também? — apontou para minha roupa ensopada.

— Ah, não preciso. — retiro minha camisa, sacudindo a cabeça para secar os fios molhados.

Ao parar Francis encarava meu peitoral desnudo sem disfarçar, confesso que receber aquele tipo de olhar vindo dela me fez ter frio na barriga. Sorri tímido, de orelha a orelha.

— Quer um café?

— Não e você? — respondeu ainda em transe.

— Eu estou bem. O que achou?

— Desculpa, onde estamos? — Francis percebeu seus olhares impróprios sobre mim e verificou se os lábios estavam babando.

— No meu lugar secreto, é meu ateliê.

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