A casa

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Francis

De frente ao portão de metal sinto-me intimidada. Pego minhas malas no bagageiro do táxi e pago ao motorista, assim que o rapaz vai embora observo cada detalhe, onde agora, será meu novo local de trabalho.

A casa é realmente enorme, concluo sem nem ao menos adentrar de fato, mas só pelas câmeras de seguranças e pelo incrível portão com detalhes clássicos, já consigo imaginar.

Aperto o botão eletrônico que estava na entrada e imediatamente um som semelhante à um alarme ecoa e libera a minha passagem. Era como ter acesso ao paraíso, caminho lentamente, estava realmente fascinada, certamente pareço uma criança abismada ao descobrir algo novo.

O caminho era cheio de pedras e rosas que guiavam meu destino, o som dos pássaros faziam com que me sentisse uma princesa em um conto de fadas. Chega! Não posso misturar as coisas, vim para trabalhar e não para me distrair. Seja mais séria Francis.

Conserto minha postura assim que avisto minha tia saindo da mansão indo ao meu encontro, relaxo meus ombros, e percebo que toda a tensão durante a viagem se esvaiu quando a vejo.

— Você chegou bem na hora querida, os Dalgliesh são bastante rígidos com pontualidade, chegar no horário é acima de tudo determinação e respeito. Como foi de viagem? — pergunta generosa, ajudando-me com a bagagem.

— Foi bem tranquilo, só estou bastante nervosa. — confesso. — Nunca trabalhei pra ninguém importante antes.

— Não fique. — sorriu amigável. — É um trabalho como qualquer outro, sei que você vai se sair muito bem minha sobrinha, eles não concordariam com minha indicação, se não confiasse em minha palavra.

— É diferente tia, a senhora trabalhou anos nessa casa, tem mais experiência e a confiança deles, eu tenho muito medo de decepciona-los.

— Eu acredito no seu potencial, sei que não vai desaponta-los. — garantiu e assinto com a cabeça, de agora em diante preciso mostrar segurança e competência, nada de covardia.

Por dentro da mansão exalava um aroma agradável de baunilha, na decoração há detalhes vitorianos e rústicos, o que deixa o ambiente sofisticado e moderno ao mesmo tempo, toda construção da casa é antiga e a paleta de cores são neutras.

Entro em uma sala ampla com cores claras, repleta de vasos de plantas, livros, e espelhos estrategicamente elaborados, além de uma enorme janela com vista para a área de lazer.

— Olá senhorita Marjorie. — a mulher que estava sentada tomando chá chama meu nome. — Sente-se por favor.

— É um prazer conhecê-la senhora Dalgliesh. — digo ao me acomodar, minha tia senta ao ao meu lado, como uma forma de me apoiar.

— Ah, por favor, não precisa de tanta formalidade. Apenas Margot.

— Entendido. — sorri amarelo.

Margot é uma mulher bastante elegante e ponderada, ela estava simples e glamourosa ao mesmo tempo, seu cabelo é loiro e curto nas orelhas, nas suas mãos e em seu pescoço há tantas jóias que fazem meus olhos cegarem de tanto brilho. E mesmo assim, ela continua delicada.

— Gostaria que soubesse que estou lisonjeada pela oportunidade que estou recebendo, sei que vocês gostam muito e confiam no trabalho da minha tia, e ela ter me escolhido como sucessora significa muito para mim, e vai significar muito para vocês e para esta casa. — começo a dizer e me arrependo na mesma hora, o que estou fazendo?

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