Me Veja Queimar

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Francis

Harry desceu do carro aos tropeços, eu fiquei logo atrás de seu alcance, não dava para acreditar que era realmente um incêndio. Meu espanto foi tão grande, que meu sangue gelou. Afoito, Harry tentava passar por cima dos bombeiros e da fita excedida para separar as pessoas do local isolado.

— ME DEIXEM PASSAR, MEUS PAIS ESTÃO LÁ DENTRO!

— Todos foram retirados, senhor. Por favor, peço que se afaste para sua segurança. — apaziguou os policiais, criando uma barreira humana para retira-lo de perto.

Diante da cena, me dou conta do tamanho da gravidade. O desespero me consumiu, as mãos suando frio e tremendo, busquei senhor Henry com o olhar e nada de achá-lo, agradeço mentalmente por Styles estar ao meu lado são e salvo, por outro, sinto uma pontada de angústia no meu peito por não achar Cavill.

Harry!

Viro no mesmo instante que ele, e para nosso alívio era sua mãe.

— Mãe!

Ela estava agasalhada e estava sendo amparada por uma ambulância. Harry correu para seus braços, era louvável o amor e carinho que ele sentia por ela. Decidi não me envolver entre os dois, e mergulhei na multidão de curiosos e funcionários.

Por coincidência esbarro-me com Theobaldo, ele era os olhos e ouvidos da mansão, eu tinha total confiança de que ele poderia ter notícias sobre como começou essa confusão.

— Theo! Você está bem? Que loucura foi essa?

— Gata, devagar... ainda estou devastada. — ele se abana com um lenço umedecido.

— Imagino, eu ainda estou sem entender nada! Sabe dizer o que aconteceu?

— Meu amor eu tô tão perdida quanto você nesse rebu, foi simplesmente do nada, minha sorte foi que eu conseguir avisar a todos antes que o desastre fosse maior. — apesar do seu costume tom irônico, eu percebia o choque em suas palavras, afinal as pessoas lidam com emoções de forma diferente.

— Todos estão bem?

— Todos os funcionários sim, agora o senhor Hugo tadinho... Inalou muita fumaça está sendo amparado.

— E... e-e o senhor Cavill? — minha voz oscila denunciando meu nervosismo. — Você o viu?

— Não... Não me recordo. — Theo me encara com certa curiosidade. — Você o viu?

— Não, queria saber se estão todos bem.

— Devem estar, quem não tá bem sou eu. Preciso de um copo d'água. Você vem?

— Não, eu vou te esperar aqui.

A melancolia era presente entre todos no ambiente, um acidente que não fazia sentindo para mim ou para qualquer outro que trabalhava naquela casa.

Tentei abraçar meu próprio corpo para me aquecer, devido à noite fria minha garganta estava seca e os lábios gélidos. Observava o vai e vem de pessoas e tive a sensação de estar sendo observada e virei para trás, de imediato encontro seu olhar. Minha respiração suaviza ao perceber que estou apenas centímetros distante dele.

— Por Deus... Você está bem! — digo ao abraçá-lo, cheirando seu perfume, trazendo todo o conforto que eu precisava.

Naquele momento eu não queria saber se estávamos em público, se as pessoas ao nosso redor nos olhariam de forma estranha pelo contato íntimo, eu só queria abraçá-lo. Henry esperou eu me acalmar para poder me tirar de seu toque, eu não entendia porque ele estava me afastando.

— Onde você estava todo esse tempo? — seu maxilar estava travado e sua postura rígida.

— Apenas dando uma volta... Eu estou preocupada com você, está ferido?

Henry cruzou os braços, analisando-me. Seu olhar era tão poderoso que eu poderia vender minha alma.

— Não.

— Quer conversar? — sugerir ao vê-lo cismado. Se antes eu estava nervosa agora era o dobro, será que ele sabia?

— Não minta pra mim.

— O que? — ri desconfortável.

— Para de fingir que tá preocupada.

— Eu não tô fazendo isso. — meu corpo estremece. — Só perguntei se está bem, que mal tem isso?

— Saberia como eu estou, se não desaparecesse por horas.

— Ei, não diz isso. — o ar nos meus pulmões entra mais fácil agora que entendo o rumo da conversa. — Eu vim correndo atrás de você, não significa nada?

— Você não deveria nem ter saído de perto de mim.

Estendi a mão até seu rosto fazendo um carinho, mostrando minhas intenções, Henry apesar de desconfiado aceita meu toque e beija minha mão em seguida.

— Onde está Kal? — me espanto ao dar conta dele só agora.

— Em segurança, ele está muito assustado. O deixei me esperando para vim te encontrar. — meu brilho voltou com sua resposta.

— Minha cabeça está a ponto de explodir. — Henry desabafa — Estou tão estressado, meu irmão sabe como me provocar. Eu só pensava em você.

— Agora eu estou aqui. — Henry senta na calçada e me puxa para perto, deitando a cabeça em meu colo.

— Dorme comigo hoje.

Seu pedido era manhoso e gentil, por mais que eu amasse essa ideia, algo me dizia para parar com essa disputa de atenção entre os dois e cortar os laços. Mas como conseguiria? eu amava ser desejada pelos dois.

— Não sei se deveria senhor Cavill.

O mesmo da um sobressalto ao ouvir minha resposta, se ergue ficando de pé e muda totalmente sua expressão doce para algo mais viril e até sombrio.

Conhece o trato, se não vier até mim eu vou até você e eu acredito que não quer isso, quer?

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⏰ Última atualização: Jun 23, 2022 ⏰

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