9- 𝘼 𝙘𝙝𝙖𝙫𝙚.

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He Tian começou a ser uma companhia regular para o de sardas. Diria até incomodante se não gostasse dele...A loja e até a casa do ruivo já eram sítios frequentes para o moreno. Todavia o ruivo depois de tanto tempo ainda não tinha conhecido He Tian como este o havia conhecido em apenas um mês. Apesar do pouco que o moreno apreendia, conhecia o suficiente, isto é, o que normalmente ninguém em sua perfeita sanidade sabia do de sardas.

Cada vez que tocava em algum assunto pessoal do moreno este mudava quase que numa rajada de tema, nem que fosse aquela típica conversinha sobre a meteorologia. Ele preferia manter esse assunto de lado, bem lá no fundo do poço cheio de musgo e humidade.

Concluindo, não sabia nada sobre ele. O seu nome era a única coisa relevante que conhecia de longe.

Hoje iam os dois a caminho de casa num estranho silêncio, não havia insultos propositais, não havia um ruivo irritado nem um He Tian sorridente. Quando no meio da calçada branca e escorregadia, por ser de calcário, o moreno agarrou no seu pulso e correu até longe para um lugar que ambos desconheciam... Uma floresta qualquer. Nem ele sabia que existiam florestas naquela enorme e vasta cidade.

Não sabia porquê que o moreno havia feito tal. E não sabia como a noite tinha chegado tão rápido no meio da correria e discurso que pelo caminho no meio de grandes e devoradores pinheiros, o ruivo tentava ter com o mais alto.

Um facto era que o moreno não proferia palavra alguma por mais que gritasse consigo.

Batia-lhe no ombro para o chamar atenção, mas a única reação que tinha de volta eram as grandes mãos do moreno à frente da sua boca para tapá-la como num pedido mudo por silêncio e a puxarem-no para trás de outro pinheiro ao mesmo tempo que observava por detrás do tronco do mesmo.

-He Tian fala comigo!

-Para baixo!- Gritou empurrando o ruivo consigo.

Um ruído estrondoso foi escutado.

Mo Guan Shan levou a sua mão livre à boca.

Tremia, tremia que nem varas verdes.

Perguntava-se o que raios se passava naquela tarde que parecia tão normal como todas as outras. Como assim tiros? Quem é que os estava a perseguir? Porquê que He Tian não lhe explicava nada do que estava a acontecer? Porquê que o seu coração estava cada vez mais fino e lento? Porquê que o mesmo lhe estava a escorregar do peito.

A sua respiração ficou mais pesada tal como o seu corpo e o seu peito que apertava cada vez mais. Não ia ser capaz de se levantar de certeza. O suor que antes era apenas do seu esforço agora também se juntava ao do ataque de pânico que estava prestes a ter.

'O que raios é que está acontecer aqui?' O ruivo pensou, mesmo sabendo o que era. Mas sabendo disso, ele nunca pensaria que lhe iria acontecer algo assim! Seria culpa sua?

Tocou He Tian no ombro. Este ignorava completamente a sua presença ainda a olhar na direção contrária. Agora que Mo queria que ele prestasse atenção nele, aquele filho da puta tinha a coragem de lhe virar as costas.

Via o chão ficar mais perto de si à medida que respirava - ou tentava- até realmente sentir o impacto do mesmo.

"Desculpa, eu sou um fraco... os fracos morrem sempre primeiro. Adeus He Tian.", Pensou quando finalmente as suas pálpebras pesadas fecharam.

Finalmente...

(. . .)

Mãos frias. Mãos frias percorriam o seu corpo com uma toalha. Estas pousavam a mesma na sua testa e trocavam esta de tempo em tempo repetindo o mesmo gesto vezes sem conta. Os seus olhos, estes teimavam em continuar fechados. Queria abri-los. Queria procurar He Tian. Estaria ele bem? "Ridículo...", pensou "...se há alguém que não está bem és tu idiota".

"𝙇𝙞𝙫𝙞𝙣𝙜 𝙄𝙨𝙣'𝙩 𝙁𝙪𝙘𝙠𝙞𝙣𝙜 𝙀𝙖𝙨𝙮" - ᵗⁱᵃⁿˢʰᵃⁿ 19ᵈᵃʸˢOnde histórias criam vida. Descubra agora