Guardiões E Vampiros

Capítulo 20

-Já chega rapazes!

Layla aparece por trás de Dracke e pega Loren de seu colo, abraça-a apertado e depois a entrega para a mãe.

-O que está acontecendo aqui?!- Dimitri pergunta sem conseguir entender nada.

-Que tal conversarmos lá dentro?! Estou com saudades da nona!- Layla fala calmamente.

Dracke não se incomoda que o guardião o esteja fuzilando com o olhar, simplesmente segue adiante.
Helen parece atordoada demais para entender a situação e fica petrificada no exato lugar com a filha no colo.
Ela olha para Dimitri como se buscasse nele algum incentivo.

-Vamos!- ele a chama e pega Loren de seu colo- Deixe que levo a bonequinha gorducha!

-Eu não sou gorducha!- Loren protesta com um sorriso travesso.

Quando eles entraram na casa, depararam-se com uma cena fora do comum.
Layla estava abraçando Sophie e Dracke muito bem acomodado no sofá.

-Só pode ser brincadeira, Layla!- Dimitri esbraveja depois de pedir que a criança vá para o quarto - Você enlouqueceu de vez?! Como pode trazer nosso inimigo aqui?!

O senhor da noite apenas arqueia uma das sobrancelhas em claro sinal de desgosto.
Ele não queria estar ali, mas foi difícil convencer aquela guardiã teimosa de que não era seguro andar por aí, ainda mais com Lilith em seu encalço, só que ela não abriu mão de ir àquele lugar e no final das contas, resolveu segui-la e garantir sua segurança pessoalmente.
Era estranho sentir-se confortável no meio de tantos guardiões, mas o que lhe chamou mais a atenção, foi o fato deles terem acolhido uma serva e sua cria.

Certo, ainda lembrava claramente que Layla o libertara por causa dela, mas a acolherem como se fosse um familiar era surpreendente.
Agora ele tentava se lembrar o porquê de guardiões e Vampiros terem se tornado inimigos, mas a tentativa fez sua cabeça latejar.
Na verdade, parecia que ia explodir e a discussão entre os dois guardiões só piorava a situação.

-PAREM, AGORA!

Dracke pensou em gritar com os dois, mas a ordem veio da velha senhora e ele a admirou por isso.
Uma senhorinha aparentemente tão frágil estava pondo ordem em dois guerreiros.
Teve de sorrir com a visão deles se sentando como se fossem duas crianças birrentas quando Sophie apenas apontou o sofá e a poltrona.
Todos se sentaram, silenciosos e respeitosos.

-Mas nona?!- Dimitri se pronunciou igual uma criança mimada pronta para bater o pé só porque fora contrariada.

-Ele é nosso convidado!

O guardião revirou os olhos, mas ficou em silêncio.

-Bom, acho que já não seja novidade por aqui o fato de eu ser filha de uma guardiã com um vampiro.- Layla começou- Espero que isso não seja um problema.- ela fala olhando a expressão de todos.

-Não é!- Helen é a primeira a dizer.

-Só não gosto de suas novas companhias!- Dimitri alfinetou.

-Filho?!-A voz censuradora da nona foi dirigida a ele -Não há problema algum, mas é impressão minha ou você está mais gordinha?!

-Maldição!- Layla profere após um pequeno engasgo - Sobre isso, nona...hum, é que estou grávida...

-Mas que merda!- O guardião proferiu- Não me diga que ele é o pai?!- aponta para o vampiro muito bem sentado como se fosse o dono da casa.

-E quem mais seria?!- Dracke fez questão de entrar na conversa.

As exclamações das mulheres foram um caso a parte.

"Oh, que maravilha!"

"Meu Deus, Lala".

As duas a abraçavam e isso não ia ter fim.

-Não foi para isso que viemos! - Dracke as interrompe - Precisamos ser breves, para nossa segurança e para a deles!- completou.

-Tem razão! Nona, precisamos de sua ajuda...

-Fale!

-Onde meu pai e minha mãe estão enterrados?!

-Ah, querida...hum, não tenho a localização da tumba, mas sei que ela é vigiada de perto pela própria Lilith...

-Eu acho que sei onde é. - Dimitri interfere na conversa.- No quartel, mais precisamente na biblioteca. Ouvi rumores de que tem uma passagem secreta ali. E se avaliarem com calma, verão que tenho razão. Lilith não se afasta muito daquele lugar, por que será?

-Faz sentido!- Layla pondera - Temos que entrar lá.

-Por que?!- o guardião a inquire confuso.

-Lembrei que minha mãe guardava uma relíquia para mim, para quando eu crescesse. Ela dizia que era a resposta para tudo.

-E o que seria?!

-Um colar com um pingente verde!- foi a vez de Sophie se pronunciar.

-Então, a senhora sabia?!

-Suspeitei Lala! Aquele colar possui um feitiço antigo capaz de dá resposta para qualquer pergunta. É só você fazer a pergunta certa. - a senhora olha para o senhor da noite e prossegue -Será se vocês estão prontos para o que podem descobrir de seu passado?!

-Melhor que viver no escuro, não é NONA?! Mas você parece saber mais do que diz.- O vampiro retruca de forma irônica.

-A única coisa que sei é que você e Lilith têm um passado em comum!

-Sim! Somos inimigos!

-Não tenho certeza se isso foi sempre assim...

-Como?!- Ele inquire tentando manter a surpresa só para si.

-Em algum momento você e Lilith foram bem mais que inimigos, só não sei se antes ou depois de você se tornar o que é hoje!

Layla encarou Dracke e a surpresa da revelação a fez muda.
Por outro lado, ele também parecia tentar assimilar a novidade.
Teria tido um romance com a anciã?!
Porque se teve, não lembrava absolutamente de nada e agora já não tinha certeza de querer lembrar de algo assim.

-E tem mais, - nona os chamou de volta de suas conjunturas - Acredito que Lilith tenha a ver com a morte de Amely, também, porque Dionísio, eu sei que foi ela.

Layla sabia dessa possibilidade, mas ouvir isso em voz alta a fez se empertigar. A conta de Lilith só aumentava, mas havia mais cavando fundo em seu ser.
A simples hipótese de Dracke ter tido algum envolvimento com a anciã a atingiu em cheio.
Mas, no momento, não podia se ater a isso. Ela precisava se concentrar e elaborar um plano bom o suficiente para colocá-los dentro do quartel sem que Lilith desconfiasse de suas reais intenções.

Olhou Dimitri, por um instante, e uma ideia lhe ocorreu, uma ideia muito arriscada, mas capaz de os pôr em segurança no local onde precisavam estar e o guardião à sua frente seria uma peça fundamental.