Escavar um túmulo no meio do nada, sob forte tempestade, não era nada animador, mas fora tudo que planejara para aquela madrugada fria e sombria. Por isso, o fez sem pressa, saboreando o momento como o faz o carrasco.
Vez ou outra, contemplava o cadáver e seu sorriso reluzia na escuridão. Por fim, gargalhava, descontroladamente, num limiar de sanidade e loucura.
Havia terminado seu trabalho. Agora destituia-se do pesado fardo.
Um esquife, especialmente, feito para aquela ocasião encerrava sua maldição sob terra, relegando-a ao esquecimento.
Quando terminou o sepultamento, tratou de cobrir seus rastros; o tempo se encarregaria do resto.
Estava livre. Finalmente.
Contemplar o túmulo de seu inimigo era estranhamente prazeroso. O ar parecia mais puro desde então. O mundo seria melhor; não carecia de sua presença nociva.
Ao inimigo sobrava a fria escuridão da terra; estaria na absoluta solidão para sempre. Essa era uma justa punição.
Esteve de pé ante a tumba por muito tempo, mais até do que realmente precisava; só a tempestade como companhia.
Voltou ali por dias à fio, como se carecesse alimentar a certeza de que o subjugara; de que o inimigo jazia sob a terra, nas entranhas da densa floresta, onde ninguém poderia oferecer- lhe qualquer subterfúgio, menos ainda, resgaste.
O tempo lhes sobreveio implacável.
Dias, meses e anos se passaram; e por fim, mais de quatro séculos.
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Guardiões E Vampiros
VampirLayla viveu a vida toda trancada num mausoléu vigiando a tumba de seu inimigo. Era o negócio da família, passado de geração para geração. Mas ela já estava farta dessa vida de servidão; desejava uma vida melhor para sua avó Sophie. Algo melhor qu...
