Capítulo 05

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       Layla ouvia um som abafado e longínquo; sentiu estar deitada em algo quente.  Abriu os olhos devagar, só para ver que jazia no chão sobre o próprio sangue.

       Surpresa maior foi se deparar com todos caídos, também. Olhando de relance, viu Lylith se levantando; a expressão em seu rosto era de confusão e temor.

  " O que houve aqui? " - questionava-se.

       Talvez, algum inimigo os tivessem atacado. Nesse momento, vislumbrou Dimitri inconsciente.

       Mas de onde viera o ataque?

       Suas próprias correntes estavam quebradas.  Instintivamente tentou se erguer. Inutilmente.

       Seu corpo estava moído; a dor estalava por toda parte, fazendo-a ansiar pela morte. Não teve como manter os sentidos. Desmaiou, novamente.

***

Gritos de agonia e dor a trouxeram, abruptamente, a realidade.
Abriu os olhos devagar e sentiu o choque da luz dificultando sua visão.

Instintivamente analisou o lugar. Estava agora numa enfermaria, de bruços numa cama.
Havia, pelo menos, quatro seguranças na porta e dois enfermeiros cuidando de seus ferimentos.

Algo quente estava sendo posto sobre suas feridas.
E foi ao ouvir outro grito que se deu conta do que se tratava; estavam tirando enxertos de pele de vampiro para acelerar seu processo de cura.

Imaginar que havia pele de seu inimigo sobre o seu corpo, a fez se rebelar, mas foi inútil. 
Qual a finalidade disso? Por que queriam curá-la? Seria para torturá-la novamente?

Não. Algo havia mudado.
Sentiu calafrios só de pensar nisso.
Uma picada em seu braço a fez voltar de seus pensamentos.

- Você vai voltar a dormir! Quando acordar se sentirá melhor!

Pela voz compassiva do enfermeiro, ela entendeu que ele não sabia o motivo dela estar ali.
Como ele dissera, ela apagou completamente.

Como sempre, o sono não era bem vindo; teve pesadelos, para então acordar atordoada e ofegante.  Novamente, a haviam movido de lugar. Estava num quarto, coberta apenas por um jaleco de enfermo. Seu corpo ficara são.

Nenhuma corrente a prendia; porém, não se iludia. Sabia que ali era uma masmorra travestida de dormitório.

De repente, franziu o cenho. Deu- se conta de que não estava sozinha. Um grandalhão estava sentado numa poltrona num canto a observando.
Teve ímpetos de atacá-lo e tomar suas armas, mas se deteve ao perceber que ele estava desarmado.

"Por quê?"

- O que faz aqui? - perguntou entre dentes.

- Vim para serví-la!

-Servir- me? - perguntou intrigada- Mas o que diabos está acontecendo aqui? - irritou-se.  - Servir- me em quê? - bradou alto, exigindo uma resposta, quando ele pareceu intimidado.

- Como homem!

Foi então que a ficha caiu.
Layla tremeu de ódio.

-Saia!- vosciferou. - saia antes que eu o parta em dois! - ameaçou.

O homem não fez objeção.  Saiu em silêncio, pois temia por sua integridade física.
Sabia que aquela mulher devia ser temida. Ela era uma guardiã como nunca viram igual. Dizia-se até que era mais forte que a própria anciã, coisa que ninguém ousava admitir em voz alta.

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