Layla ouvia um som abafado e longínquo; sentiu estar deitada em algo quente. Abriu os olhos devagar, só para ver que jazia no chão sobre o próprio sangue.
Surpresa maior foi se deparar com todos caídos, também. Olhando de relance, viu Lylith se levantando; a expressão em seu rosto era de confusão e temor.
" O que houve aqui? " - questionava-se.
Talvez, algum inimigo os tivessem atacado. Nesse momento, vislumbrou Dimitri inconsciente.
Mas de onde viera o ataque?
Suas próprias correntes estavam quebradas. Instintivamente tentou se erguer. Inutilmente.
Seu corpo estava moído; a dor estalava por toda parte, fazendo-a ansiar pela morte. Não teve como manter os sentidos. Desmaiou, novamente.
***
Gritos de agonia e dor a trouxeram, abruptamente, a realidade.
Abriu os olhos devagar e sentiu o choque da luz dificultando sua visão.Instintivamente analisou o lugar. Estava agora numa enfermaria, de bruços numa cama.
Havia, pelo menos, quatro seguranças na porta e dois enfermeiros cuidando de seus ferimentos.Algo quente estava sendo posto sobre suas feridas.
E foi ao ouvir outro grito que se deu conta do que se tratava; estavam tirando enxertos de pele de vampiro para acelerar seu processo de cura.Imaginar que havia pele de seu inimigo sobre o seu corpo, a fez se rebelar, mas foi inútil.
Qual a finalidade disso? Por que queriam curá-la? Seria para torturá-la novamente?Não. Algo havia mudado.
Sentiu calafrios só de pensar nisso.
Uma picada em seu braço a fez voltar de seus pensamentos.- Você vai voltar a dormir! Quando acordar se sentirá melhor!
Pela voz compassiva do enfermeiro, ela entendeu que ele não sabia o motivo dela estar ali.
Como ele dissera, ela apagou completamente.Como sempre, o sono não era bem vindo; teve pesadelos, para então acordar atordoada e ofegante. Novamente, a haviam movido de lugar. Estava num quarto, coberta apenas por um jaleco de enfermo. Seu corpo ficara são.
Nenhuma corrente a prendia; porém, não se iludia. Sabia que ali era uma masmorra travestida de dormitório.
De repente, franziu o cenho. Deu- se conta de que não estava sozinha. Um grandalhão estava sentado numa poltrona num canto a observando.
Teve ímpetos de atacá-lo e tomar suas armas, mas se deteve ao perceber que ele estava desarmado."Por quê?"
- O que faz aqui? - perguntou entre dentes.
- Vim para serví-la!
-Servir- me? - perguntou intrigada- Mas o que diabos está acontecendo aqui? - irritou-se. - Servir- me em quê? - bradou alto, exigindo uma resposta, quando ele pareceu intimidado.
- Como homem!
Foi então que a ficha caiu.
Layla tremeu de ódio.-Saia!- vosciferou. - saia antes que eu o parta em dois! - ameaçou.
O homem não fez objeção. Saiu em silêncio, pois temia por sua integridade física.
Sabia que aquela mulher devia ser temida. Ela era uma guardiã como nunca viram igual. Dizia-se até que era mais forte que a própria anciã, coisa que ninguém ousava admitir em voz alta.
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Guardiões E Vampiros
VampirLayla viveu a vida toda trancada num mausoléu vigiando a tumba de seu inimigo. Era o negócio da família, passado de geração para geração. Mas ela já estava farta dessa vida de servidão; desejava uma vida melhor para sua avó Sophie. Algo melhor qu...