Dimitri havia chegado a seu apartamento, após mais uma noitada, onde aproveitara ao máximo seu dia de folga. Precisava disso após a última conversa que tivera com Lilith.
Agora já não tinha a menor dúvida de que ela estava escondendo algo sobre o passado de Layla. Havia alguma coisa de muito errado e ele faria de tudo para descobrir a verdade.Estava começando a retirar as armas quando um cheiro sutil o atingiu; um perfume diferente do que os moradores vizinhos costumavam usar. Sim, ele conseguia identificar cada um pelo perfume. Levara anos para conseguir ter essa percepção e um olfato tão apurado.
O cheiro ficou mais forte perto de sua porta e da janela da sala. Isso não era nada bom. Desligou a luz e descansou a mão nas armas.
Um estrondo de porta vindo abaixo e vidros se partindo o deixou com a audição zumbindo.Vampiros
Sempre fora muito cuidadoso, mas eram vampiros que estavam invadindo seu apartamento.
Mal podia acreditar nisso; pelas suas contas, havia cinco vampiros ali.
Ele era forte, mas com um número tão grande estaria em desvantagem e pelo modo como invadiram sua casa, duvidava que fosse a ralé.
Esses eram vampiros soldados.
E o pior de tudo, não poderia lutar ali, onde só vivia famílias.
Não poderia chamar tanta atenção para si.No entanto, havia uma vantagem morar no último andar. Tinha sua própria rota de fuga através do sótão; porém, deixou rastros para que o seguissem.
Queria saber como fora achado.
Deixou que o seguissem até um prédio abandonado. Lá conseguiria lidar com eles.Ali naquele espaço, os caçou um a um, enquanto eles se separavam para procurá-lo. Deixou o líder do bando por último, queria ter uma conversinha com ele, antes de estripá-lo.
Certamente, ele se considerava um homem robusto, mas aquela criatura parecia um gigante.O resultado do embate, foi um ombro deslocado e muitas costelas fraturadas, nem contaria as contusões. Se tivesse que pôr gelo naquilo tudo, teria que mergulhar numa banheira cheia.
-Como me acharam?
Foi sua pergunta para o gigante estendido no chão.
-Acha que vou falar?- desdenhou cuspindo sangue.
- Não! Assim tão fácil não teria graça, pelo menos, não para mim. Pretendo torturá-lo e se você falicilitasse, eu ficaria muito mal-humorado! - retrucou com um sorriso cínico.
O vampiro gritou quando a lâmina afiada do guardião retalhou sua carne, impiedosamente.
-Seu filho da...
Outro golpe em sua carne o impediu de continuar falando.
-Sem palavrões ou insultos! Estamos trabalhando aqui. - Disse sarcástico.
-Vai pro inferno!
-Hum, realmente aprecio quando vocês lutam, quando preferem uma morte dolorosa!
Meia hora depois, o vampiro agonizava no chão. Apenas os espasmos em seu corpo indicava que estava vivo.
Dimitri era um guardião muito hábil em tortura, portanto perito em fazer seus torturados falarem.-Dê-me um nome e acabo com seu sofrimento.
-Lilith!- balbuciou tentando conter as arcadas de sangue.
A anciã trabalhando com vampiros? Essa era uma surpresa muito desagradável.
Mas como suspeitava, não podia confiar nela.
Ia desferir o último golpe, conforme prometera, quando a criatura chamou sua atenção.-O quê?
-Amely!
-Como? Quem é ela?
-Ache o túmulo dela e terá suas respostas...
-Por que está me dizendo isso?
-Porque a anciã tem apenas nos usado, jamais cumpriu sua promessa!
O vampiro não disse mais nada, estava se afogando no próprio sangue.
Dimitri terminou com ele é cuidou dos corpos.
As últimas palavras da criatura ainda dançavam em sua mente.
Se Lilith os estava usando, isso não era algo recente. E afinal de contas, quem era Amely?
Lembrou-se de alguém que poderia ter essas respostas: Sophie.
Voltar ao Q. G. dos guardiões estava fora de cogitação.
A anciã pedira sua cabeça porque tinha muito para esconder, só não imaginava que ela fosse capaz de trair os seus daquela forma.
E ainda por cima, ficara cheia falso de moralismo quando Layla libertara Dracke.***
-Layla está com problemas?- a velha senhora o questionou enquanto servia um chá com biscoitos, recém tirados do forno.
Loren entrou correndo para pegar um da bandeja.
-Já lavou as mãos, jovenzinha?
-Sim, nona!
Nisso, Helen entrou e ficou imediatamente tensa ao dar de cara com o guardião muito bem acomodado no sofá da sala.
Dimitri a encarou profundamente, não pode evitar. Queria entender porque Layla sacrificara tudo para ajudá-la. Ao identificar sua aura pura, compreendeu tudo. Se não soubesse de antecedência, não teria como descobrir que ela era uma serva. E muito bonita, mesmo com aqueles cabelos desgrenhados.-Sente-se, eu não mordo!- ele disse calmamente -A não ser que você me peça!- completou com um sorriso sedutor.
Helen ficou pálida, mas deu uns passos a frente e sentou-se na ponta do sofá, procurando manter o máximo de distância dele.
Sophie pôs a bandeja de chá ao lado da de biscoitos, no centro da mesinha e também se acomodou, só que numa poltrona.O guardião fez um gesto para a criança e Helen entendeu o recado.
-Vá comer no quarto querida! Está passando seu desenho favorito!
-Posso mesmo, nona?- a garotinha a inquiriu com um olhar esperançoso, já que as refeições eram rigidamente servidas à mesa. E sempre nos mesmos horários.
-Sim, querida! Mas só desta vez!
-Ah, obrigada!- Disse e deu um beijo estalado na bochecha de Sophie, depois pegou um pratinho com as guloseimas e saiu correndo, assim como entrara.
-E então?
Sophie reiniciou a conversa e esperava uma resposta.
-Temo que sim! Layla está agindo estranho...
-Estranho como?
-Como um vampiro em transformação! - Foi direto ao ponto.
- Isso não...
Dimitri a encarou e como suspeitava, ela não parecia surpresa.
-Vampiro?- Helen pronunciou desolada. Mas ninguém lhe deu atenção.
O homem mantinha os olhos na senhora à sua frente.
-O que a senhora sabe?
-Layla não é minha neta, na verdade fui a criada de sua mãe, Amely.
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Guardiões E Vampiros
VampirLayla viveu a vida toda trancada num mausoléu vigiando a tumba de seu inimigo. Era o negócio da família, passado de geração para geração. Mas ela já estava farta dessa vida de servidão; desejava uma vida melhor para sua avó Sophie. Algo melhor qu...