De manhã cedo, Layla fazia uma ronda pela propriedade avaliando os estragos.
A tempestade cessara da forma que chegara -de repente .
Exceto pelos vultuosos jardins, não eram muitos os danos que se podia causar numa fortaleza de pedra.De certo modo, a bagunça deixaria sua avó feliz. Havia muito o que fazer. Essa era sua única distração desde...? Bom, desde sempre. Refletiu.
A brisa que soprou do leste trouxe consigo um odor pungente de combustível, o que certamente se tratava de uma novidade para aqueles lados; junto com o cheiro, veio a percepção de que o carro não estava em movimento.
Seguiu naquela direção. Além dos portões de segurança vira o carro batido contra uma árvore; aproximou-se com cautela. Havia uma mulher lá. Ninguém mais.
O pedido de socorro veio num sufocado murmúrio, que Layla ignorou. Deu-lhe as costas, afinal não tinha nada a ver com os infortúnios daquela mulher. Após dá alguns passos, parou hesitante.
Que monstro se tornara para deixar uma inocente morrer à míngua?- Questionou-se.
***
Helen acordou ao som de passos; abriu os olhos com certo receio. O rosto afável de uma velha senhora contrastava com o semblante sério de uma figura mais jovem.
- Olá! - Sophie a saudou, apresentando-se. - Essa é Layla, minha neta.
-Nona, não há motivos para formalidades, ela já está pronta para partir.
-Oh, sim! Desculpe pelo incômodo... hã ... e obrigada, eu acho! - Foi falando atropeladamente. - A propósito, meu nome é Helen Stuart! - Disse fazendo força para ficar de pé, embora seu corpo todo estivesse moído e sentindo dor por toda parte.
- Calminha aí, minha jovem! Você precisa descansar. - Atalhou Sophie, obrigando-a a ficar deitada. -Vou cuidar de seus ferimentos...
Layla revirou os olhos e levantou as mãos em sinal de rendição.
- A senhora é quem sabe, mas a quero fora daqui ao amanhecer. - Disse e foi saindo.
- Fiz algo errado? Ela parece que me odeia. - Ela meio que lamentou.
- Está enganada! Ela salvou sua vida, mas isso não a faz mais sociável. - Explicou - Imagino que esteja com fome, vou trazer uma sopa quentinha. Vai ajudar a te aquecer.- mudou de assunto.
Helen sorriu agradecida. Na verdade, já estava incomodada com a deselegância de seu estômago que insistia em anunciar em alto e bom som a sua fome.
Sozinha no quarto, pode reparar que não era um local para meros mortais. A arquitetura remetia ao medieval, mas longe de ser considerado arcaico. Pelo contrário, harmonizava perfeitamente com o moderno.
Prova disso, era o lustre de cristal pendurado no teto.Em seu semblante havia profundo deslumbre, porém mais que isso, algo nela acusava uma luta íntima.
Layla apercebeu-se disso, mas por sua avó, permitiria a permanência da mulher na casa por quanto necessitasse. Sua resolução se devia ao fato de estarem longe da civilização e à constatação de que Helen ficara muito machucada naquela batida. Teria chamado um médico, mas sua nona era perfeitamente capaz de cuidar disso sozinha.
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Guardiões E Vampiros
VampirLayla viveu a vida toda trancada num mausoléu vigiando a tumba de seu inimigo. Era o negócio da família, passado de geração para geração. Mas ela já estava farta dessa vida de servidão; desejava uma vida melhor para sua avó Sophie. Algo melhor qu...