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Beatrice

Senti um tapa ser deixado na minha bunda enquanto passava pelo corredor e olhei pra trás, vendo Mark me olhando com um sorrisinho sacana.

Mark: Ta ocupada? - perguntou me levando pra uma sala de sobre aviso.

Eu: Não. - ele me beijou com desejo, o que foi correspondido. Tirei a blusa dele e quando ele ia tirar a minha, me chamaram. - Agora eu estou. - dei um beijo no bico que ele fez revirando os olhos e sai dali, indo pra emergência. - Esse pessoal veio do Mercy West? - perguntei quando cheguei.

Owen: É. A emergência deles fechou ontem a noite, todos vieram pra cá.

Eu: Essa fusão já tá dando dor de cabeça. - ouvi um barulho de sapato freiando.

Owen: Aah, nossa nova ortopedista.

Eu: Primeiro dia aqui? - brinquei mexendo no computador.

Callie: É. - sorriu.

Eu: O Hospital é ótimo, é limpinho e sossegado. Não acontece muita coisa não.

Callie: Aham, sei.- riu se afastando.

•°•°•

Callie: Ele voou 5 mil km pra me fazer virar hetero, da pra acreditar? Com sorte não entraram no TS com incenso na mão, pra praticar exorcismo. - falou gesticulando enquanto eu procurava suprimentos no armário do deposito.

Eu: Já acabou? Não?

Callie: Eu? Não! Ele veio aqui pra desinfetar a Arizona da minha vida, você não acha isso uma aberração?

Eu: Acho, mas...- me interrompeu.

Callie: Ah, não tem nada de "mas". Tá, agora vai dizer que entende o que ele tá querendo falar?

Eu: Seria bom você tentar conversar com ele.

Callie: Eu não tenho nada pra falar com ele. Se ele tá afim de destruir o amor que eu sinto por ele depois de 30 anos.

Eu: Aah, não precisa exagerar. - me aproximei dela - foi você que mudou todo o jogo.

Callie: Você não esperava um pouco de compreensão quando encontrava com a sua mãe?

Eu: Eu nunca escondi nada dos meus pais. E eles não estranharam quando apareci formando um trisal. - ela me olhou surpresa. - É. Apenas ficaram surpresos por ser os dois ao mesmo tempo, mas sempre souberam. Mas você? Você namorou homens a sua vida toda, amava um e se casou com ele. - ela suspirou. - Quer falar sobre uma relação de 30 anos? Ele foi consistente, durante 30 anos. Aí de repente, muda tudo. Senta e conversa com ele. - falei perto dela que me olhava atenta. - Ele tem o direito de ficar chocado. - fui saindo.

Callie: Eu te odeio.

Eu: Só porquê tô certa e sou demais.

•°•°•

Eu: Bom, a senhora precisa assinar aqui. - apontei no prontuário. - Preciso falar os riscos novamente? Tem alguma dúvida?

Sra.Ramyton: Não, só tira logo isso do meu cérebro.- ri e olhei pro Karev.

Eu: Marca uma sala de cirurgia e me avisa qualquer mudança. - sai dali indo comer alguma coisa.

•°•°•

Entro na sala dos Staff's e sento ao lado de Torres que está chorando.

Eu: Deu tudo errado, né?

Callie: Pelo menos agora eu posso viver a minha vida.- fungou e eu a abracei. - Posso esquecer passeios e qualquer ideia de voltar a morar com a minha família. Não preciso de pai. Não preciso. - negou. - Ainda mais um pai que não me aceita.- beijei sua cabeça.

•°•°•

Me aproximei do pai de Callie que me olhou.

Sr.Torres: Não te conheço o suficiente para falar do assunto.

Eu: Sabe por que me chamo Beatrice?

Sr.Torres: Seus pais acham o nome bonito?

Eu: Minha vó, Beatriz Daddario, ela criou meu pai, para antes de qualquer coisa, amar a sua família, colocá-los em primeiro lugar. Ela era uma mulher incrível, assim como o meu pai era um homem incrível.

Sr.Torres: "Era"?

Eu: É. Meu pai morreu, quando eu tinha 16 anos.. tumor no cérebro. - suspirei. - Eu nunca escondi nada dos meus pais, mas confesso que eu fiquei com medo de suas reações quando apareci em casa com uma namorada e um namorado. - ri nostálgica. - Ele me disse que só queria me fazer uma pergunta. Naquele momento, eu entrei em um desespero tão grande no meu interior, eu achei que ele fosse me expulsar de casa. Mas ele simplesmente falou; Você ainda é quem eu quero que seja? - ele me olhou com os olhos vermelhos.- Eu era quem ele ainda queria que eu fosse. E ela também é. Ela é a sua filha, cada dia ela se torna mais quem o senhor quer que ela seja. O meu pai, tenente-coronel Bruce Daddario, servia o país, mas ele me escolheu. Ele escolheu me abraçar e dizer que estaria feliz se eu tivesse feliz. - senti meus olhos arderem. - a última coisa que ele me disse foi; " Quero que viva a sua vida com intensidade. Encontre o seu amor, como eu encontrei em você e na sua mãe. Seja feliz, e ilumine a todos com o seu sorriso. Não deixe que te esqueçam, pequena, faça o nome Daddario brilhar, assim como você". - enxuguei minhas lágrimas, sendo totalmente inútil, já que caíram mais. - O senhor tem uma filha totalmente incrível. Eu trabalho como médica cirurgiã e te digo; não sabemos o que pode acontecer em nossas vidas. No final, tudo que nos resta são lembranças, não deixe que essas sejam a suas últimas com sua filha. - o olhei uma última vez saindo de lá chorando rios de lágrimas.

•°•°•

Senti a cama afundar e ele me puxar pro seu peito, me fazendo chorar ali, enquanto ele fazia carinho no meu cabelo.

Mark: Callie me contou. - falou baixinho.

Eu: Ele ia adorar te conhecer. - ri em meio às lágrimas.

Mark: Eu também, querida.

Eu: Ele era um homem tão incrível. - me apertou mais a si.

Mark: Tenho certeza que sim.- beijou minha cabeça.

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Tô chorando, caralho, como faz pra parar?

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Pode conter erros ortográficos

Beijinhos,lê

𝗙𝗮𝘁𝗲 𝗜𝗻 𝗙𝗮𝘃𝗼𝗿¹ | Mark Sloan Onde histórias criam vida. Descubra agora