19 - Conclusão

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Law e Bepo chegaram no quarto do menor com a pequena garota sorridente de cabelos roxos que entrou no local sem pensar duas vezes, logo olhando para trás com interrogação. Felizmente, o tio da mesma acabara por ceder e permitir que Trafalgar a levasse com ele uma vez ao hospital apenas para que a sobrinha o deixasse, de uma vez por todas, em paz com esse assunto.

- Senhor urso - era como ela chamava ao homem vestido de enfermeiro - não está aqui ninguém.

Bepo, em resposta, olhou em volta logo coçando a cabeça ao ver o caderno que o polícia dera ao garoto, aberto sobre a cama com o desenho de umas escadas. O seu aviso de que tinha saído e para onde.

- Fugiu de novo - resmungou Law. E foi ao cimo do edifício. Subindo as escadas de mão dada com a criança, em pouco tempo, estava no telhado. - Tama, tenha cuidado aqui em cima e não se afaste de mim para não cair.

Mas a menor não ouviu. Assim que Law abriu a porta e ela viu Luffy, largou o policial e saiu a correr na direção do moreno que quando avistou a menor, já era tarde de mais. A criança se atirou para cima dele e abriu os seus pequenos braços para o envolver num abraço apertado e um tanto reconfortante para ela, mas nem tanto para o garoto de olhos castanhos que suspirou pesado e a afastou um pouco, tentando ter calma. Em vão... Ao olhar naqueles olhos infantis tão cheios de preocupação e incerteza, desistiu do ato de manter distância. Como se o tempo parasse, Luffy apesar de reticente, decidiu tentar retribuir do seu jeito. Suplicou a Tama, com o olhar, para que o largasse. A menor, relembrando do medo do garoto em tocar outras pessoas, o soltou e recuou um passo esperando que ele fizesse tudo em seu tempo. E Luffy fez. Respirou bem fundo antes de se baixar ao nível dela e aperta-la o mais que podia contra o seu peito sem a magoar, numa forma de se certificar de que era real para alegria da criança que pôde voltar a sentir o aconchego do seu "irmão" mais velho. E sim, era ela ali... Ela estava bem... O que ele havia feito, não fora em vão. 

- E ai, Tama... Como você está?

- Maninho! Eu pensei que não ia ver você de novo!

- É, eu também... E ai, encontrou o seu tio?

- Sim! Ele quer conhecer você!

- Talvez... Noutro dia...

- Ah? Porque não hoje?

- Porque... - Luffy a olhou nos olhos. Sem saber realmente o que responder, fez uma cara de desgosto seguida da resposta mais infantil de que se lembrou - porque eu é que sei.

- Isso não é justo, eu também sei!

Luffy deitou a língua de fora em desgosto e a menor começou a rir. Tama, por sua vez, parecia ter entrado numa batalha de caretas com a de Luffy que a observava com certa descontração. Era tão bom ver ela de novo - ele pensou. Ver que no final, ao menos, o que fizera havia valido a pena. Ver que conseguira preservar a inocência da criança e impedir que ela passasse pelo mesmo que ele.

Ao fundo, Law e Bepo que antes se encontravam ao seu lado, observavam a cena um pouco surpresos ao ver que o garoto, realmente, estava inconscientemente a sorrir diante da brincadeira da garotinha de cabelos roxos. Luffy quase não falava, poucas palavras trocava com eles e mesmo assim, com aquela criança, parecia mudar um pouco e tentar se aproximar como se fosse outra pessoa. Sendo o telhado onde ele se refugiava um ambiente exterior, dando a ele uma certa "liberdade" desde que começara a frequentá-lo, uma grande mudança no jeito dele já havia sido visível em termos de á vontade com o ambiente, mas nunca nada assim.

- Bepo - sussurrou Law - ele já alguma vez agiu assim com você? - O homem de cabelos brancos acenou em negação.

- Bom, ele pode se dar bem com a criança mas isso não significa nada. Nós sabemos que ele estava preocupado com ela então é natural deduzir que tenha se apegado. Não significa que o possamos considerar estável. - Continuaram a observar.

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