Capitulo 23 - Pretérito

245 26 9
                                    

*semi-filler

Temari

- Mamãe? - ouvi Gaara chamar

- Gaara, querido - eu via medo em seus olhos, ela estava tremendo - Vocês precisam ficar quietos, nós já vamos sair daqui

- Andem logo, entrem no carro - papai nos chamou e empurrou um de cada vez para dentro do carro - Temari, não importa o que aconteça - ele me parou antes de me empurrar para dentro - Você precisa proteger os seus irmãos

- Tudo bem - eu respondi

- Lembre-se do treinamento - ele falou com as mãos em meus ombros olhando fundo em meus olhos - Você sabe onde tem dinheiro e o local, não se esqueça disso, cuide dos seus irmãos, agora vamos

Entramos dentro do carro e papai começou a dirigir. Eu treino desde que tinha seis anos. Meus pais falaram que esse momento chegaria. Eu só não sabia o que estava esperando. Não sei o porque dessas coisas estar acontecendo. Estávamos de férias até um tempo atrás. Agora estamos nessa cidade no interior do país do vento. Minha mãe estava assustada e eu abraçava os meus irmãos. Gaara não fazia ideia do que estava acontecendo e eu ficava feliz deles não passarem pela mesma coisa que eu.

O carro acelerava cada vez mais. Não sabia para onde estávamos indo. Mas eu teria que dar um jeito para voltar para casa. Casa. Se é que um dia nós tivemos algum lugar pra chamar de casa... Começamos a ouvir um barulho estranho. Vários carros apareceram do nada e meus pais se assustaram. Gaara queria chorar. Eu comecei a falar com ele que iria ficar tudo bem. Kankuro só me encarava.

Nós estávamos fugindo. De alguém. Eu queria ter tido uma explicação melhor sobre isso. Mas não tive e tinha que me contentar. Eu nunca soube do trabalho do meu pai e minha mãe sempre estava em casa conosco. Sempre me treinou enquanto papai não estava. As vezes eu não gostava de ser a primogênita. E as vezes eu gostava. Me sentia importante. Me sentia protetora.

- O que nós vamos fazer agora? - minha mãe perguntou - As crianças precisam ficar em um lugar seguro

- Precisamos sair dessa parte da cidade, eu sei onde deixá-las - ele respondeu

- Nos deixar? - eu perguntei - Mas e vocês?

- Não é hora de ser insolente, mocinha - minha mãe retrucou - Escute o que o seu pai está dizendo

- A casa da senhora Chiyo não fica longe daqui - ele respondeu - Vamos deixá-los lá

O carro acelerou. O pneu gritava no asfalto que estava quente. Estava calor. Era a única sensação que eu poderia constatar agora. Eu já estava bolando vários planos na minha cabeça. Como a mamãe me ensinou.

- Temari - Gaara me chamou - Para onde estamos indo? - ele perguntou

- Vamos continuar as nossas férias em outro lugar - eu respondi com um meio sorriso, ele ainda tinha só nove anos

- Estou com fome - Kankuro resmungou

- Vamos comer quando chegarmos lá - falei

Enquanto conversava baixinho com os meus irmãos um outro barulho surgiu. Estrondoso. Meu ouvido estava zumbindo. Gaara gritava. Tinha vidros em nossos corpos. Estavam atirando contra o carro. Tinha sangue em nossas roupas. Eu só pedia para que isso tudo acabasse.

- CRIANÇAS! - minha mãe gritou - Vocês estão bem?

- Estamos bem - falei, aquilo com certeza era mentira

Wolves (Shikatema)Onde histórias criam vida. Descubra agora