todas as vezes que te escrevi • klaroline

1 de fevereiro de 2020

Querido Klaus,

  Hoje completa exatamente um ano desde que você me deixou. Eu poderia escrever 1000 linhas falando sobre a dor que isso me causou, mas todas as cartas anteriores a essa, já mostraram isso, não é? Hoje consigo lidar melhor com a falta e a dor que ainda reside aqui dentro, não aperta mais minha garganta como antigamente e não me dilacera mais todas as vezes que chamo seu nome pela casa e não o escuto de volta, também nem lhe chamo mais.
  Aprendi muita coisa nesse último ano. Aprendi como o amor pode destruir, como amar e precisar de outro ser humano pode maltratar tanto. Descobri o quão resiliente eu sou, quanta dor posso aguentar dentro de mim, dor que parecia que iria causar uma eclosão do meu corpo e que resumiu meu coração há milhares e milhares de caquinhos pequenos. Passei o último ano recuperando cada pedaço de mim que se destruiu com sua ida, dia após dia, dor após dor. Aqui estou eu, não é esse o resultado final ainda, todos os dias eu posso ser melhor do que ontem então ainda não estou satisfeita com quem eu sou.
  Não vou ser uma daquelas que te agradecem por você ter me destruído e me feito descobrir tantas coisas, eu preferiria que você nunca tivesse me machucado assim, que você ainda estivesse aqui comigo e portanto não vou te agradecer por isso. Mas posso te agradecer por ter me apresentado seu amor, por ter sido meu lar durante cinco anos e por ter feito lar dentro de mim também, posso agradecer por ter compartilhado sua felicidade comigo e suas dores também, fomos um só durante cinco anos e foi uma experiência mágica enquanto durou. Obrigada por isso.

Com amor, Caroline.