ROTA 96 | SOUKOKU

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Um molho de chaves descansava sobre o passante da calça do guarda. Ele estava distraído o suficiente para que Dazai pegasse as chaves sem que ele percebesse. Mas o quanto isso poderia dar errado? O moreno não sabia, mas iria arriscar.

Osamu lançou um rápido olhar para Chuuya, que entendeu instantaneamente o que ele quis dizer.

Com extrema cautela, Dazai pegou o molho de chaves sem fazer nenhum barulho. Soltou a respiração que nem percebeu que havia segurado quando conseguiu pegá-las.

Chuuya sorriu vitorioso pelo êxito do moreno e focou no que faria a seguir.

O garoto era muito bom no quesito chutes, agora usaria isso à seu favor.

— VAI! — Gritou Dazai, empurrando o portão de ferro assim que conseguiu abri-lo.

O guarda instantaneamente sacou sua arma da cintura, mas em um movimento rápido, Nakahara chutou o objeto para longe, fazendo o mais velho lhe olhar incrédulo.

O homem correu atrás dos dois jovens, que agora corriam por aquele lugar à procura de alguma saída.

Todavia, foram pegos de surpresa por alguns guardas que os seguraram fortemente pelos braços, impedindo-os de correr.

— Pensaram que podiam nos fazer de idiotas, né? — Proferiu um dos seguranças. — Levem eles para o poço.

O coração de Dazai e Chuuya falharam uma batida. Então era isso? O plano de fugir falhou e agora eles iriam morrer de forma tão patética?

Por sorte, dois anjos chamados Tachihara Michizou e Tanizaki Junichirou apareceram de repente socando e esfaqueando os guardas.

— Às vezes é preciso usar a violência. — Pronunciou Tachihara, dando de ombros após perceber que Dazai encarava seu canivete ensanguentado por conta dos golpes que dera.

— Rápido, por aqui! — Ordenou Tanizaki em um grito. Correu até um corredor vermelho com as paredes descascadas; que não viam uma tinta há tempos. O lugar fedia a sangue.

Por um breve momento, Dazai se lembrou do sonho que teve com Odasaku, onde ele o vía em um corredor extremamente escuro e um som de tiro ecoava por seus ouvidos.

Os adolescentes corriam sem ao menos olhar para trás. O som de uma sirene ensurdecedora repercutia por todo o local, denunciando que havia pessoas fugindo. Isso fez com que todos os guardas daquela prisão se pusessem em alerta.

Finalmente acharam uma brecha numa janela, a mesma onde Tanizaki e Tachihara haviam passado. Os quatro garotos passaram o mais rápido possível e logo já estavam do lado de fora.

Correram por todo o gramado que cercava aquele lugar enorme. Eles já estavam sorrindo em comemoração por terem conseguido fugir, mas o som do tiro raspando na região do abdômen de Tachihara os impediu.

— MICHIZOU! — Tanizaki gritou desesperado, segurando o irmão que estava prestes a cair devido a dor.

— Eles vão nos pegar se pararmos agora! — Chuuya disse olhando ao redor, tentando localizar de onde veio o tiro.

Ao longe, fora possível ver alguns policiais vindo até eles, os deixando em choque.

Tanizaki apoiou o irmão em si e saiu correndo com Dazai e Chuuya os seguindo.

Os policiais tentavam atirar, mas felizmente suas miras eram péssimas e os garotos agora estavam mais seguros, visto que adentraram uma floresta e as árvores impediam que os acertassem.

Correram o máximo que puderam e depois de um tempo conseguiram despistar os policiais.

Agora, a maior preocupação de todos ali era o estado de Tachihara. A bala havia pegado de raspão, mas ele estava bem machucado.