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— Pensei que tivesse morrido ali. — Comentou Chuuya observando Tachihara sair da cabine do chuveiro com uma toalha enrolada no pescoço e cabelos molhados.

— Quase morri com o seu cheiro que ficou impregnado naquela cabine. Dazai como você consegue namorar esse fedido? — Tachihara apontou para Chuuya e encarou Osamu, que apenas riu da situação. O mais baixo levantou ameaçador indo para cima de Michizou, tentando dar-lhe um tapa, mas fora impedido porque o maior correu de si.

— Vem cá, vocês estão namorando mesmo? — Tanizaki, que estava sentado ao lado de Osamu, perguntou a ele.

Os dois ficaram a sós, visto que Chuuya ainda corria atrás de Tachihara, parecendo duas crianças.

— Claro que não. Não sei de onde o Tachihara tirou isso. — Dazai apoiou o queixo na mão e o cotovelo na coxa.

— Você gosta dele, né?

Osamu encarou Tanizaki com sombrancelhas arqueadas.

— Claro que não, tá louco? — Desviou o olhar.

— Você mente muito mal. — O ruivo riu. — Vocês até já se beijaram.

— Nossa que calor, estou fritando aqui. — Descoversou, deitando na grama na posição estrela do mar.

— Ainda muda de assunto?! — Tanizaki o olhou desacreditado. O moreno o ignorou e começou a cantarolar uma música aleatória, fazendo o garoto revirar os olhos e sorrir.

— JUNI, SOCORRO! — Um Tachihara elétrico e desesperado se colocou atrás do irmão, agachado.

— Ainda vou te dar uma rasteira, idiota. — Chuuya apareceu em seguida e deitou ao lado de Dazai.

Quando a agitação cessou, Tachihara se sentou na frente de Tanizaki.

— Será que nossos pais estão bem? — Murmurou Michizou fitando o irmão enquanto brincava com os dedos das mãos.

— Sinceramente? Eu não faço ideia, mas espero que eles estejam pelo menos vivos. — O ruivo encarou o chão, cabisbaixo.

— É mesmo... Vocês nunca falaram dos pais de vocês pra gente. — Pronunciou Dazai se sentando.

Tanizaki e Tachihara trocaram olhares pensativos. O mais alto mordeu a bochecha.

— Olha, aqui tem muita gente. Vamos para um lugar melhor, lá nós contamos. — Michizou levantou e ajudou o irmão a fazer o mesmo.

Os adolescentes caminharam pelo acampamento até encontrarem um local mais reservado, onde não havia praticamente ninguém.

Se sentaram debaixo de uma árvore e logo Tanizaki iniciou.

— Bom, tudo começou quando... q-quando... — O ruivo tartamudeou, mirando Michizou.

— Quando meus pais morreram no ataque de 86 e os pais do Juni me adotaram. — Continuou Tachihara, deixando Dazai e Chuuya boquiabertos.

— Espera, você é adotado? — Questionou Nakahara.

— Sim. — Suspirou. — No dia do ataque, meus pais morreram esmagados pelas pedras que caíram durante uma explosão, por pouco eu não morri também. Os pais do Juni me viram chorando muito e decidiram me levar para a casa deles, aí eles acabaram me adotando. — Deu de ombros.

— Passamos o resto da adolescência toda juntos, nos consideramos irmãos de sangue mesmo. — Tanizaki deu um pequeno afago nas madeixas ruivas do irmão, ambos sorrindo. — Mas... um dia a polícia apareceu lá em casa alegando que éramos deprês. Nossos pais tentaram nos proteger, mas acabou não dando e eles mandaram a gente fugir do país.

ROTA 96 | SOUKOKUOnde histórias criam vida. Descubra agora