𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐕𝐄𝐑, 𝐤𝐞𝐧𝐦𝐚 𝐤𝐨𝐳𝐮𝐦𝐞 (HIATUS)

𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐅𝐎𝐔𝐑

   Passava-se das seis e meia da manhã quando Bokuto lhe deixou próxima a sua casa. Você segurava os saltos com uma mão andando lentamente no chão de mármore da sua casa tentando não fazer barulho ao perceber que seus pais já estavam acordados preparando o café na cozinha.

   Você subiu as escadas lentamente cuidando para fazer menos barulho possível, os mais velhos nunca iriam lhe perdoar se lhe vissem chegando em casa agora depois de ter dito que iria dormir a noite toda pois estava cansada das semanas de prova que enfrentara a pouco. A única coisa que eles não toleravam eram mentiras.

   E você podia dizer que estava se tornando especialista nelas.

   Depois de perder o racha você não deixaria que pensassem que estava abalada o suficiente para ir embora e sair da festa deixando somente rumores em suas costas. Decidiu ficar e aproveitar até o último segundo para dançar e espairecer a cabeça pulando com seus amigos na pista de dança.

   Agora você enfrentava as consequências da boa noite de ontem, tendo seus olhos pesados implorando por um cochilo de segundos que seja, seus pés que doíam após dançar tanto com o amigo platinado e Akaashi. Você estava tão distraída com os dois que nem percebera as vezes que Kenma lhe lançava olhares, sempre cercado de meninas não tinha coragem para ir até você e puxar algum assunto, não depois de ter pegado o seu carro e deixado visível que estava descontente com a situação.

   Você subiu em silêncio até o seu quarto trocando de roupa rapidamente pelo uniforme da faculdade cuja teria aula daqui alguns minutos, se apressou em tirar sua maquiagem com ajuda do demaquilante e algodão. A figura rosada com a maquiagem pesada da noite passada havia sido rapidamente substituída por uma pose de boa moça, estudiosa e com uma maquiagem leve somente para tapar suas olheiras e deixar suas bochechas rosadas com o blush. Você suspirou encarando a si mesma no espelho.

   Ali estava a princesinha do papai do qual tanto se referiam. A imagem que você odiava que seus amigos ou conhecidos lhe chamassem e somente os mais próximos sabiam do porquê não gostara do apelido.

   Seus pais eram rígidos mas não precisavam exigir de você as melhores notas ou uma postura excepcional na faculdade, pois você sempre fora boa em tudo o que fazia e nos estudos isso não seria diferente. Uma imagem como boa moça era apenas um bônus.

   Você não poderia ficar por muito mais tempo se arrumando, apenas pegou sua bolsa com materiais e desceu para o primeiro andar suspirando fundo e colocando um sorriso em seus lábios ao traçar o corredor que levava até a cozinha e sala de jantar. Sentia ao avançar até lá o cheiro do café que lhe guiava até a cozinha, o doce aroma do pó amargo que você amava.

— Bom dia. - Se pronunciou assim que adentrou o cômodo.

— Bom dia, querida. - Seu pai retribuiu o seu sorriso.

   Você viu sua mãe concentrada ao que fazia no computador digitando algo rapidamente, ouvia-se somente os dedinhos ágeis tocar as teclas do teclado rapidamente. Se sentou a mesa a frente de seu irmão, Yuki, o mesmo lhe encarava com sorriso nos lábios e você já se preparava para a provocação do mais novo que viria em segundos. Seu pai colocou a sua frente uma xícara de café quentinho passado na hora como você gostava.