vinte e três

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CECÍLIA FERRI.

Aquela festa estava sendo insuportável, eu não conseguia me divertir, tentava o máximo não olhar para frente pra não ver o Bruno, a frieza em que ele me tratou havia sido péssima, e a tontura que eu estava por não ter conseguido comer absolutamente nada o dia todo estava me matando.

– Você quer uma água? – Júlia pergunta preocupada e eu nego. – Amiga nem uma água?

– Eu falei para você que eu tinha jantado antas de vir.

– E eu não acredito em você, os transtornos voltaram? Eu vou com você no psiquiatra.

– Para que? Pra ele me passar vários remédios e me diagnosticar com vários transtornos? Pra eu ficar grogue, e nervosa pelos os efeitos colaterais?

– Com a nossa saúde mental não brincamos Ceci, realmente é ruim tomar remédio, mas devemos normalizar o uso deles quando é preciso, os efeitos colaterais são péssimos mas você já passou por eles uma vez, se você precisa de ajuda você tem que buscar, e eu vou ficar no seu pé para isso.

– Tudo bem. – Concordo não querendo brigar e ela respira fundo segurando a minha mão.

– O Lucarelli está meio que dando em cima de mim. – Ela fala com as bochechas coradas e eu arregalo os olhos.

– Está falando sério?

– Sim, mas eu tenho quase certeza que é porque ele está bêbado.

– Como se o cara precisasse estar bêbado para dar em cima de você né Ju?

– Ele me chamou para tirar foto naquele corredor que tem uns letreiros coloridos? Mas o corredor é tão escuro.

– Eu iria, ele beija bem. – Falo lembrando de quando fiquei com Luca e ela começa a rir.

– MEU DEUS EU TINHA ESQUECIDO QUE VOCÊ TINHA PEGO ELE.

– Conselho de amiga, vai atrás dele.

– Você vai ficar bem?

– Claro que sim, daqui a pouco a Bruna volta. – Falo olhando minha amiga que tinha o rosto com tédio enquanto estava na mesa com os amigos do Neymar.

– Eu já volto.

– Não vou sair daqui. – Falo mexendo no cardápio com tédio, eu não via a hora de ir embora.

Respirei fundo e meu olhar seguiu até o Bruno, ele estava no bar bebendo e tinha uma loira com a barriga trincada do lado dele, a mulher estava com um cropped extremamente curto exibindo seu físico perfeito, Bruno voltando a ser o que era e eu não estou surpresa com isso.

Me encolho o máximo que posso na cadeira onde estava e tento olhar para o outro lado, sabia que se continuasse olhando os dois eu iria me machucar mais ainda, mas o que é um arranhão pra quem já está fodido? Eles conversam um tempo e eu vejo a mulher praticamente se jogar pra cima dele, ele tenta relutar o máximo, mas a mulher realmente era linda, nem eu relutaria tanto, só parei de observá-los quando vi que os dois estavam se beijando, seria tortura demais para mim continuar olhando, viro a cabeça para o lado e me levanto indo para o banheiro, eu não iria conseguir segurar as lágrimas, eu não podia ficar brava, eu quis assim, a culpa era minha.

Quando entro no banheiro vejo que estava sozinha e me permito chorar, lavo o rosto tentando disfarçar o que havia feito e volto para a mesa vendo que Bruno não estava mais no bar, já estava na mesa com os amigos e sem a loira.

– Onde você foi? Você deixou as coisas tudo aqui, eu sei que só tem gente conhecida, mas você deixou o celular jogado na mesa. – Júlia fala com ele na mão e eu balanço a cabeça negativamente.

girl almighty | bruno rezende Onde histórias criam vida. Descubra agora