Café Americano

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— A gente se beijou.

— AAH! Caralho, finalmente!

Soonyoung riu alto, deixando que Joshua, seu primo, segurasse suas mãos e desse pulos de alegria enquanto gritava vários "aleluia". Estavam sozinhos em casa, no quarto que dividiam, e o alfa finalmente estava contando onde havia passado a tarde.

— Eu sei! Eu tô tão feliz que eu vim dançando o caminho todo! — o alfa exclamou, jogando-se em sua cama e batendo as pernas no colchão igual adolescente em filme clichê. — Nem vou dormir essa noite com medo disso ser um sonho e eu acordar sozinho.

O beta riu, aproximando-se do maior e beliscando seu braço com força.

— Ai, caralho! Pra que isso?

— Agora você sabe que não tá sonhando — sentou-se ao lado dele. — Você vai ter que me contar tudo direitinho, do início ao fim!

— Ai, tá — ajeitou a postura rapidamente. — Primeiro, ele veio falar comigo na escola, aí...

Foi interrompido quando a porta do quarto foi aberta, a mãe de Joshua havia chegado. Ela era uma bela ômega branca de meia idade, nascida em Los Angeles.

— Oi, meninos, chegamos — ela disse. — Venham ajudar a gente com as compras.

— A gente já vai, mãe, só deixa o Soonyoung terminar de contar sobre o namoradinho dele...

— Ele não é meu namorado — exclamou, empurrando o primo. — Ainda!

— Gay! — o beta riu.

— Chega! Não quero ouvir essa palavra aqui dentro e não quero vocês falando nesse assunto — a mulher disse séria, matando o clima amigável entre os jovens.

Soonyoung fechou a expressão e Joshua abaixou a cabeça.

— Já estamos indo, mãe.

— Ótimo, venham logo — então ela saiu batendo a porta.

Soonyoung bufou e revirou os olhos, levantando para fazer o que foi mandado. Olhou para seu hyung que ainda estava sentado na cama, encarando os próprios dedos enquanto crispava os lábios.

— Você não pode continuar escondendo... — tentou se aproximar, porém o beta levantou, passando por si enquanto secava o rosto de forma rápida e discreta.

— Não tô escondendo nada.

O alfa suspirou.

Estava fora do seu alcance.

[...]

Na manhã seguinte, Soonyoung chegou à escola com muito bom humor, ou quase isso. Alguns desentendimentos em casa abalaram um pouco seu ânimo, mas uma troca de mensagens com Jihoon antes de dormir e ele já estava dando pulinhos por aí.

Ainda estava difícil acreditar que, finalmente, havia beijado Lee Jihoon. Muitos diriam que não era grande coisa, era só um beijo, mas não para ele(s). Foram passos muito pequenos e cautelosos até que chegasse àquele ponto. Aproximar-se do ômega foi mais difícil do que ele esperava, mas não menos emocionante e ele não se arrependia de nada e faria tudo de novo se fosse preciso.

Andou até seu armário para fazer a troca de materiais e achou ali o livro de poesias que havia pego na biblioteca.

— Que merda, esqueci disso — murmurou sozinho ao pegar o objeto. Guardou os livros didáticos e fechou a porta, jogando a mochila sobre o ombro, ele andou até as mesas que ficavam no pátio, que estavam vazias naquele horário.

As aulas começariam em 20 minutos e seus amigos provavelmente chegariam atrasados já que ficaram a noite inteira jogando online, então Soonyoung decidiu fazer um esforço e começar a ler.

Café, Camomila e Cheiro de Livro Novo • soonhoonOnde histórias criam vida. Descubra agora