A MOÇA DA MOTO - Romance Espiritual de Paulinho Santos da Fratuni

Capítulo 12 - Onde o Amor Floresce

ANJOS E DEMÔNIOS

A festa de aniversário da mãe de Carla durou até as 4 da manhã de domingo, e eu nem vi o tempo passar.

Depois da valsa de Yuri com sua mãe, que causaram em mim uma comoção extasiante, e uma nova conexão com o Fantasma da Noite, chamado Marcelo, fiquei ainda mais intrigado, porque voltei a sentir uma emoção incomum e chorei feito criança enquanto assistia a dança magistral entre Carmem e seu filho.

Fiquei ainda mais intrigado com aquela manifestação da Entidade Marcelo, ao meu lado direito, porque até Carla notou e comentou sobre o perfume característico que era exalado no ambiente, quando aquela entidade espiritual se aproximava de nós.

Eu ainda não me sentia a vontade pra conversar com Carla sobre o fantasma Marcelo, por vários motivos, onde o maior era que Carla, como todas as PESSOAS NORMAIS, estava interessada no Mundo dos Vivos e não no mundo dos Fantasmas que assediam os Médiuns.

Mesmo tendo comentado sobre o aroma exalado por Marcelo, Carla pensava ser um perfume gostoso, de qualquer componente daquela festa, que o vento trouxera para as nossas narinas.

Mas eu estava habituado aos fenômenos do Mundo Espiritual, e percebia o assédio de Marcelo, sobre mim, de maneira inusitada. Era a Energia de Carla que me ligava àquela entidade, e eu queria saber mais. Saber o que aquela Entidade Espiritual queria de mim, pra solicitar minha ajuda, pela segunda vez.

Ajuda-lo em que?

Os seres invisíveis que nos rodeiam recebem vários nomes nas variadas religiões.

São chamados de: Anjos, Demônios, Fantasmas, Almas Penadas, Espíritos Sofredores... cada religião tem sua própria explicação e nomenclatura para esses seres que interagem com a humanidade, mas todas as doutrinas constatam a sua existência.

Para católicos e evangélicos só existem dois tipos de seres espirituais interagindo com a humanidade: Os Anjos, (espíritos do Bem a serviço de Deus) e os Demônios (espíritos do Mal a serviço de seu OPOSITOR o Anjo Lúcifer)

Os espíritas chamam os Espíritos do Bem de Mentores e Benfeitores Espirituais. Aos Espíritos do Mal, os espíritas denominam como: Zombeteiros ou Trevosos. Percebem, meus amigos, que são nomenclaturas diferentes para a mesma constatação?

Católicos e evangélicos acreditam que os Anjos atuam no Plano Terreno como Mensageiros de Deus, e os Demônios são Anjos Caídos subordinados às Legiões de Lúcifer que comanda um Terço das Hostes Angelicais, desde a Rebelião Angelical, ocorrida Milênios Antes da encarnação de Cristo na Terra.

Tanto a Teologia Cristã, quanto a Teologia Islâmica, maiores religiões monoteístas do nosso planeta, alegam que os Anjos de Lúcifer foram enviados para a Terra como castigo e maldição pela sua Rebeldia contra as Leis do nossos Pai Criador.

Já os Espíritas não acreditam nas Hierarquias de Lúcifer. Acreditam que os Espíritos Bons e Maus que interagem com a Humanidade são Pessoas Desencarnadas, ou seja Alma dos Mortos.

A experiência com Marcelo, o Espírito abortado por Carla, me mostrariam que essas duas Teses Monoteístas Cristãs estão corretas e se complementam, posto que as ENTIDADES ESPIRITUAIS que nos rodeiam precisam tanto de nós, quanto nós precisamos delas.

DEPOIS DA FESTA

Voltei a refletir sobre a estupenda emoção que senti quando Yuri e sua mãe dançaram a valsa, no centro do salão, sob os olhos atentos dos convidados.

Sou fã de música clássica e costumo ir a teatros, assistir concertos sinfônicos. Também levo as minhas crianças pra assistir clássicos infantis, como "Pedro e o Lobo", no teatro municipal com orquestra ao vivo...

Mas nenhum concerto me emocionou tanto quanto aquele número de dança de Yuri e sua mãe, valsando ao som daqueles músicos sinfônicos, e aquilo pra mim, foi o diferencial daquela festa.

Em seguida, o DJ deu à festa, uma conotação mais alegre e trivial. Na pista de dança, Yuri dava um show à parte, comandando, com sua espontaneidade e bom humor, a integração de adultos e crianças que se aproximavam da pista de dança, sem deixar ninguém de fora.

Nos hits internacionais consagrados como clássicos gays, Yuri me tirava dos braços de Carla e levava-me pro centro da pista, pra dançarmos juntos. Eu entrava na vibe de Yuri, pois percebia que aquilo causava contrariedade ao velho Álvaro, e dançamos desatinados, parecendo um casal de bichas loucas!