Carla é uma jovem encantadora, que conheci casualmente na cidade praiana de Peruíbe. Meu carro quebrou perto da Reserva Ambiental da Jureia e ela me deu uma carona na garupa de sua moto. Conversando no caminho, descobri que ela era uma fã dos meus l...
Nos oito meses que se passaram depois que retornei a São Paulo as próprias circunstâncias da enfermidade da sua mãe, mantiveram eu e Carla muito conectados.
Carla já possuía o hábito de subir quinzenalmente para São Paulo, nos finais de semana para rever seus pais e, com a enfermidade da mãe, passou a subir nas quintas-feiras, para acompanhar seu estado de saúde, onde nos encontrávamos.
Eu atuava na sua família como uma espécie de Conselheiro Espiritual, pois, quando nos deparamos com uma doença incurável ou expectativa da morte todas as pessoas, independentemente de serem mais ou menos religiosas se apegam a Deus, abrindo o coração para todas as místicas.
Essa mudança foi visível em Álvaro, o pai de Carla, que na primeira vez que recebeu-me em sua casa, desdenhava vulgarmente do meu trabalho como músico e escritor espiritualista, levando-nos a um embate com palavras agressivas.
Agora, mesmo sendo seco e arredio, para comigo, evitando conversas além de monossílabos, Álvaro me tolerava em sua casa, pois percebia que minha presença fazia bem para Carmem, e eu ainda recebia o apoio de Carla, sua filha e de sua irmã Maria.
O CULTIVO DA FÉ
Eu frequentava a casa dos pais de Carla regularmente, preocupado de verdade, com a saúde de Carmem e atuava na motivação pra que ela buscasse toda ajuda espiritual com a qual se identificasse, e acreditasse, como eu, que MILAGRES OCORREM, e independem de Doutrinas ou Dogmas. Trata-se de uma FORÇA ESPIRITUAL a serviço de todos, que as pessoas devem recorrer quando necessitadas!
Então, seu esposo Álvaro e sua cunhada Maria se predispunham a levá-la em qualquer curandeiro que ela quisesse, quer fosse o milagreiro: pastor evangélico, padre católico, pai de santo, ou curandeiro espírita... não havia preconceito! Se Carmem desejava ir, seu esposo e sua cunhada a levavam.
Também fui a sua casa algumas vezes, acompanhado por Luíza, Karina, Jaque e Lívia, onde fizemos sessões de Emanação de Cura, acompanhada por Musicoterapia, como fazemos nos Centros Espíritas que frequentamos.
O resultado estava sendo fantástico! Pra quem tivera o diagnóstico confirmado por outros especialistas, de que tinha de 4 a 6 meses de vida, Carmem já durava oito meses.
Algumas vezes ela ficou ruim nesse período. Foi internada e chegou a parar na UTI... porém contrariando expectativas médicas, recuperava-se e voltava para casa, provando que o cultivo da FÉ, promove resultados orgânicos que surpreendem a CIÊNCIA.
O DOM DO SACERDOTE
Eu e Carmem nos tornamos mais do que bons amigos. Nesse período ela me ligava mais do que Carmem, pois eu lhe passei o meu número e a orientei a ligar-me para tirar qualquer dúvida, até a mais banal, pois me tornara o seu "Personal-sacerdot"
Um pastor, um padre, um rabino, um pai, ou mãe de santo, são sacerdotes de suas respectivas doutrinas, e funcionam para os fiéis de sua religião como o PAJÉ atuava nas tribos indígenas, antes mesmo dos europeus chegarem as Terras Brazilis.
Lembram quando eu lhes contei que fui evangélico por 23 anos, antes de tornar-me espírita? Nesse período cheguei a ingressar no ceminário para tornar-me pastor, mas percebi que o meu sacerdócio não estava na igreja, e sim na ARTE ESPIRITUAL.
Por outro lado, nutro enorme respeito e admiração pelos sacerdotes cristãos, evangélicos e católicos, que levam muito a sério sua missão pastoral. Apascentar as Ovelhas de Cristo e ser a pessoa que se dignifica a acudi-las nas mais diversas tribulações da vida é uma Profissão Digníssima, que requer talento peculiar.
Requer uma paciência e uma resignação que poucos possuem, pois os sacerdotes atuam como psicanalistas de massa, absorvendo muitos desabafos e expectativas de seus fiéis que lançam sobre seus PASTORES seus próprios anseios e frustrações, através da CONFISSÃO.
Tudo isso eu refletia, enquanto ouvia, por horas ao telefone, os anseios e frustrações de Carmem, numa espécie de Confissionário, nos dias em que sua enfermidade a castigava, conforme eu me dispusera a fazer na carta que lhe escrevi, em Peruíbe.
Naquela carta, que lhe passei pelo wattsap, persuadindo-a a falar de sua doença aos seus familiares, eu lhe disse que atravessaria aquela jornada ao seu lado, e lhe emprestaria um pouco da minha Experiência Espiritual, que é pequena, e da MINHA FÉ, que é enorme.
Essa relação entre Sacerdote e Fiel, acordada previamente entre eu e Carmem, a mãe de Carla, nos tornaram confidentes, e ela segredou-me detalhes que nem Carla ou seu esposo Álvaro conheciam, tamanha a confiança que desenvolvemos.
Nossa relação naqueles oito meses foram muito além de Genro e Sogra, como eu lhe pedi no início, e também além de amigos... naquele período eu fui como um padre, que ouve confissões detalhadas do fiel que deseja se reconciliar com as LEIS DE DEUS.
Carmem não era uma mulher lamentosa. Pelo contrário, era uma guerreira. Uma mulher sensata e muito agradável que, como todos nós, confessava que faria algumas coisas diferentes, na sua Jornada de Vida, se soubesse o que eu sabia agora.
- A maioria dos Pecados que cometemos, ao longo da Vida, não são por Maldade e sim por Ignorância, Carmem - Eu lhe dizia - Mas sabemos que QUEM AMA PERDOA! E ninguém nos AMA tanto quanto DEUS, nosso Eterno Pai. Ele nos vê como CRIANÇAS, aprendizes das SUAS LEIS, na Longa e Desafiadora Jornada da Vida. Ele sabe, como eu sei, que TUDO o que você fez lá atrás, foi o Melhor que você pode, de acordo com os CONHECIMENTOS que você dispunha. Morte não é castigo, assim como doença também não é. São meras consequências da VIDA... e a VIDA ETERNA é dom gratuito de Deus, para todos os SEUS FILHOS.
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