Capítulo 12

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Narração Por Elena Katherine Statham

Londres, Inglaterra

Fevereiro 04, sexta-feira

Penteando o cabelo em frente ao espelho no closet deixo os meus olhos cair sobre a mala aberta vazia, com os dedos trêmulos toco nas roupas em cabides. Uma voz rouca me faz colocar os pés no chão, fecho a mala ainda sem nada dentro.

─ O que você estar fazendo aí parada? ─ Antes de responder vou em sua direção, não quero deixar o meu desespero me consumir antes do tempo

─ Nada, vou deitar ─ Digo rapidamente passando pelo seu corpo e deito na cama de barriga para cima em mil pensamentos

Apenas de camisola espero o que tem para fazer comigo e depois posso fechar os olhos e tenta dormi. Jason se deita ao meu lado e nenhum momento avança em meu corpo até sentir a ponta do seus dedos tocar o meu joelho esquerdo. Prendi a respiração ao senti subir cada vez mais, não consigo ver nenhuma expressão em seu rosto ao tocar nos lábios maiores da minha vagina.

─ Hoje não vou gozar em você ─ Responde e apenas o abajur ilumina a cama com pouco claridade, acho que não entendi

─ Como... ─ Sou interrompida ao senti o seu contato com o meu prazer e franzo as sobrancelhas ao sentir isso, seguro seu pulso para não continuar

Não quero sentir isso com ele, não com o Jason.

─ Tira suas mãos de mim ─ Ordena em um rosnado e acabo soltando seu pulso ainda receosa

Dois dedos deslizam do ponto de prazer e ameaça a entra como seu pau fez hoje de manhã e dias atrás. Jogo a cabeça para trás e contorço meus pés em prazer, e sua expressão continua a mesma. O que ele quer de mim?

─ Goza nos meus dedos ─ Diz sussurrando em meu ouvido e não consigo conter um grunhido

─ Jason ─ Imploro que pare, mas ao mesmo tempo quero que se deite em cima de mim e me faça sua

Nego rapidamente os pensamentos absurdos que acabam comigo, não sei o que pensar até liberar sobre seus dedos um líquido transparente. Fecho os olhos ao ver colocar seus dedos na boca, e em seguida se virar de costas para mim. Deixo um choro preso na garganta por me sujeitar a isso, enrolo o lençol em mim.

Fevereiro 07, segunda-feira

O movimento pela cama é silencioso, mas consigo sentir sua ausência e me esforço a abri os olhos para ver o horário, seis horas. Ele disse que teria folgas e depois de pensar mais um pouco acabo fechando os olhos com muito sono. Apenas acordo quando Marta, a governanta chama o meu nome e em seguida coloca uma bandeja em minhas pernas, um café da manhã para um batalhão de soldados.

─ Statham me pediu para alimenta-la muito bem hoje ─ Responde dando de ombros e acabo ficando paranóica, mas por outro lado estou com fome

Tomo dois copos de suco e ovos cozidos, algumas frutas e deixo algumas coisas de lado. Levanto da cama as nove horas da manhã e tomo um banho quente, coloco roupas confortáveis com um conjunto de moletom e uma crocs branca nos pés. Desci as escadas e vou direto para biblioteca, as crianças estão fazendo esportes como natação e vôlei. Deito na poltrona reclinável, em pensar que ficaria sozinha e sem ninguém para perturbar, alguém bate na porta.

─ Sra. Statham, chegou uma encomenda para senhora, parece que é um livro ─ Marta responde se aproximando da poltrona e pego em mãos animada

Não sei o que vou fazer com tanto livro, mas aceito de bom agrado e tenho quase certeza que é do Jason. Fico sozinha e com dificuldade consegui rasgar a embalagem, como sempre folheio os livros para ver se as páginas não estão rasgadas. Até cair um envelope no meu colo, abro rapidamente.

Sei que meu irmão saiu de casa essa manhã bem cedo, e sei que não voltará até o anoitecer. Depois que o sol repousar você estará em meus braços e bem longe dessa mansão.
Prometo.          S.

Devolvi a carta ao livro nervosa e acabo atrapalhada jogando tudo no chão,  penso que depois que o sol repousar vou ser livre?

Suas mãos seguram meus braços com força e estrebucho por não conseguir suportar em cair em seus braços.

─ Seu pai estar chegando, mas se não, iríamos adiantar a nossa noite de núpcias – Diz entre dentes e segura meu cabelo com força

A lembrança daquele dia onde fugi para não me casar com o Jason e ele conseguiu que enfim voltasse para casa. E graças ao meu pai aquilo não aconteceu naquele dia, mas nada o impediu até agora. E se ele me achar novamente, isso é possível, não posso ficar iludida sendo que posso voltar a esse lugar com menos chance de sair.

Com a mala aberta no closet coloco apenas o necessário e fecho deixando todas as minhas esperanças lá dentro. A deixo no mesmo lugar, e volto para biblioteca e almoço com as crianças, e Alice conversando sobre a aula de piscina e uma caminhada pelos arredores da mansão.

─ Elena, deveria caminhar com a gente, papai disse que faz bem a saúde. Pena que os seguranças ficam todo tempo atrás e hoje aumentaram quase cem homens ─ Ares responde e vejo Ava dando de ombros

─ Mais cem seguranças? ─ Pergunto deixando a colher cair na mesa, como Steven vai me tira daqui?

─ Que barulho é esse? ─ Ava pergunta ao ser a primeira a perceber gritos na sala, levanto da cadeira em um pulo

─ São as vozes dos meus filhos ─ Alice responde caminhando depressa até o som de gritos

Deixo a cadeira cair no chão e nós quatro aparecemos na sala ao ver Steven no chão quase desacordado, cheio de sangue no chão. Não, não pode ser.

─ O QUE ESTAR ACONTECENDO AQUI? ─ Alice grita correndo até seu filho mais novo, mas os seguranças a empurra para longe

─ Seu filho bastardo, seu filho de uma vadia ─ Jason cospe as palavras da boca, vejo suas mãos sangrando e feridas

─ Para com isso ─ Digo ao ver as crianças assustadas e chorando pelo seu tio ferido, não consigo pensar em estar nos lugares delas

─ E aqui temos um projeto de vadia, VOCÊ DEVERIA SER FILHA DELA ─ Jason grita apontando para sua mãe se estrebuchando nos braços do segurança, o meu marido corre em minha direção sem tempo para mexer um músculo

─ Não faça... nada... com ela ─ Steven resmunga sem quase conseguir pronunciar as palavras ainda no chão, ele chama atenção do seu irmão

─ Ainda não estar morto, ótimo, esse é da família ─ Jason debocha e em um piscar de olhos o seu pé esquerdo chuta a cara do seu irmão

─ Para, por favor, pare ─ Digo desesperada sem pensar o que fazer

Outros seguranças ergue Steven, o seu rosto destruído, um olho sem conseguir abrir. O seu rosto que era branco rosado estar cheio de feridas profundas e outras superficiais.

─ Deixe... nós dois em paz, nos amamos. Diga Elena, diga quem você ama ─ Steven resmunga com muita dor e nego para não prolongar o seu sofrimento

─ Não Steven, não amo você e o meu lugar é com meu marido ─ Digo enxugando as lágrimas que insiste em cair sobre as bochechas, tomo a iniciativa que tomei hoje antes do almoço

─ Não precisa mentir ─ Steven diz tentando se levantar e me afasto, não consigo mais ver isso

─ Faço a minha escolha, e eu escolho o meu marido ─ Respondo olhando diretamente em seu olho aberto e assim subo as escadas sem olhar nem um segundo para trás

Ao entrar no quarto espero agora a minha sentença, e não demora para o causador de todo sofrimento aparecer e trancar nós dois sozinhos. Na verdade, nós três. Eu, Jason e Deus. Agora o único que pode ajudar.

O Lobo SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora