Capítulo 27

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Narração Por Elena Katherine Statham

Nice, França

Março 26, sábado

Encosto as mãos no muro que me impede de ir para frente, e onde o vento gelado da noite bate no meu rosto e agora consigo respirar fundo. Jason estar do meu lado apreciando a vista ou apenas perdido em pensamentos. Estamos na varanda da casa, escolhi esse lugar por ser um dos melhores lugares da casa.

— Acho que não somos pessoas normais — Digo com um sorriso falso no rosto, deveria ser uma piada, mas nem eu mesma consigo sentir alegria nisso

— Nem me fale, a gente nunca teve uma vida real — Responde e confirmo rapidamente com um aceno

— Você escolheu ser um assassino de aluguel? — Pergunto fazendo seus olhos caírem sobres os meus e faz um breve aceno imperceptível

— Não, sim. Nasci para ser o espelho do meu pai, ele não foi um assassino, mas eu sim. Foi o que me tornou ser quem sou hoje — Responde e franzo as sobrancelhas confusa, abro a boca várias vezes para dizer alguma coisa

— Seu pai matou o amante da sua mãe — Digo  colocando ainda mais a sua atenção em mim, o vejo negar

— Não, de onde você tirou isso? — Pergunta e dou de ombros confusa por negar, Jason viu com os próprios olhos que o seu pai matou um homem inocente

— Mas... — Tento continuar a frase, mas sou interrompida

— A minha mãe matou o próprio amante, não o meu pai — Responde e engoli em seco ao lembrar aquela conversa com Alice

— Desculpa, eu escutei outra história — Digo me afastando e sentando em uma das poltronas

— Claro que escutou, a Alice sempre tem a sua versão para contar e nunca se sai como culpada — Diz

— Nunca poderia imaginar — Digo levando a pontas dos dedos na minha nuca tensa

— Sou o mais parecido com ela do que imagina — Responde e por um momento penso que isso poderia ser mentira, como Alice mataria alguém que ama

— Mas Alice o amava — Digo e seu semblante se torna debochado, desvio dos seus olhos sobre os meus

— Como é que você ainda acredita nessa miséria de palavra, não existe amor quando se tem uma vida de luxo. Ela usou o segurança como usa uma bolsa de luxo, que daqui uns dias pode ser descartável — Responde e fico calada digerindo tudo que acabei de ouvir

— Jason — Chamo seu nome depois de um tempo e só consigo sua atenção, não sei se lhe digo alguma coisa

— Diga — A sua voz me encoraja a dizer

— Quero ter um futuro com você e o nosso bebê, e as crianças — Digo olhando em seus olhos mesmo com pouca luz onde estamos

— Eu também queria — Diz se retirando da minha frente e voltando para o seu quarto, fico novamente tentando digeri a sua palavra queria

Alguns dias depois

Lembro quando deitamos na cama na noite anterior, lembro de não conseguir pegar no sono e ficar alguns minutos olhando para o teto. Só não entendo quando me chamam para comparecer no escritório do meu marido em alguns segundos. Levanto da cama e trocar de roupa em alguns minutos, bato na porta antes de entrar e vejo Jason do outro lado da mesa em pé. Desvio dos seus olhos ao olhar em direção ao relógio e me assustar com o horário.

— Por que você me acordou tão cedo? — Pergunto assustada e fico ainda mais receosa quando vejo suas feições nada boa

— Você vai viaja, você e as crianças — Responde colocando um envelope em cima da mesa em minha direção, franzo as sobrancelhas confusa

— E você? — Pergunto por instinto, mas ao mesmo tempo tenho receio de sair desta casa

— Aqui neste momento envelope tem instruções do que você deve fazer quando chegar ao Brasil, aqui estar os passaportes e ... — Lhe interrompo sem entender exatamente nada, o vejo colocar os três passaportes

— Vou para América? — Pergunto olhando para aquele envelope nada satisfeita, mesmo sendo o país onde os meus avós maternos nasceram

— Me deixa falar — Diz autoritário e dou um passo para trás ao escutar o tom de sua voz irritado

— Só quero entender — Digo apavorada, não vou sozinha, tenho duas crianças e um filho ainda no meu ventre

— Você e as crianças vão para o Brasil — Responde destacando o país e sinto minha língua arder querendo saber onde ele fica no meio disso

— Mas... — Tento formular uma frase, mas sou interrompida

— Tem instruções neste envelope, tem uma pessoa que vai te levar até o aeroporto e lá irá te explicar como tudo vai acontecer — Responde e vou em direção aos passaportes e abro o meu, franzo as sobrancelhas e o olho assustada

— Mas o meu nome estar... — Agora eu mesma interrompo a frase

— Você não é mais a Elena Statham, as crianças serão seus filhos e você será uma viúva — Responde tudo na ponta da língua, não consigo entender o que vou fazer em outro país

— O que eu vou fazer? — Pergunto ainda mais apavorada com cada palavra saindo da sua boca, abro os outros dois passaportes e vejo o nome das crianças diferentes

— Só quero que vocês fiquem seguros, eu preciso de você no Brasil — Responde e segura meu rosto olhando em meus olhos, as minhas mãos tremem ao tocar suas mãos

— Estamos correndo perigo? — Pergunto preocupada, não posso deixa o Jason sozinha se estivermos em perigo

— Sempre estamos em perigo — Responde e seus lábios tocam os meus, correspondo seu beijo apressado e com desejo

— Mas Jason, não posso deixar você sozinho aqui — Digo afastando nossas bocas, mas o seu corpo continua colado ao meu e seus olhos continuam fechados

— Você pode sim, eu preciso que vocês estejam seguros — Diz se afastando brutalmente e dando as costas a mim

— Te amo

— Arrume suas malas, vocês vão embora hoje — Diz me deixando parada no escritório, estou assustada por ir embora daqui, apavorada ao viajar com duas crianças e perdida quando chegar em outro pais

(...)

Afasto das malas enquanto os seguranças coloca elas dentro do porta malas, levanto meu rosto procurando o Jason em qualquer lugar e não o vejo. Ele não vem se despedir de mim e nem das crianças, coloco os olhos em Ava que estar com o cenho franzido.

— A gente nem visitou a vovó, e ainda por cima vamos para aquele país selvagem — Responde e vou em sua direção

— Se despediu do seu pai? — Pergunto e a vejo negar assustada com as minhas palavras, esqueço que o Jason não estar nem aí com as crianças

— Entrem — Os seguranças ordena que nós três entramos no carro, depois de alguns minutos encostada na janela do carro puxo o envelope dentro da bolsa sem conseguir abri agora

Demora mais de meia hora para chegar ao aeroporto, saímos do carro e colocamos as malas em um carrinho. Franzo as sobrancelhas quando vejo Natalie vir em nossa direção, amiga do Jason de Israel. Como sempre estar muito elegante, mas não consigo entender o que estar fazendo aqui e por alguns segundos alguma coisa passa pela minha cabeça. O Jason sozinho na França com ela.

— Elena, me acompanhe

O Lobo SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora