Capítulo 20

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Narração Por Elena Katherine Statham

Londres, Inglaterra

Março 07, segunda-feira

Coloco mais dois livros dentro da mochila, fico dúvida em colocar mais livros ou deixar como estar mesmo. As roupas foram escolhidas pela governanta pela ordem do Jason, vou levar apenas uma mala de 23k e uma mochila para Paris, não sei quanto tempo vamos ficar por lá, mas não quero levar o mundo nessa viagem. As crianças estão mais receptíveis comigo, principalmente a mais velha. Enquanto fico esperando no sofá com as crianças, os seguranças guardam as nossas malas.

— Será que vamos ficar na casa da vovó? — Ava pergunta em direção ao irmão, as crianças devem estar sentindo falta dela

— Estão todos prontos? — Jason aparece na sala vestindo um sobretudo longo, confirmo as sua pergunta ao levantar do sofá

— Sim, estamos prontos — Respondo caminhado em sua direção, as crianças entram em carros separados ao nosso, sentamos nos bancos de trás

— Vai ser como uma lua de mel, que a gente não teve — Jason sussurra em meu ouvido e sua mão pesada repousa na minha coxa

Ficamos calados até chegarmos no aeroporto, o jatinho estar pronto para o nosso embarque e assim subimos as escadas ainda calados. Sento na poltrona colocando minha mochila no chão, e fico alguns minutos olhando pela janela, as crianças entram, mas são direcionadas a ficar na poltrona da frente. Decidi tomar apenas água antes do jatinho decolar em destino a França. Jason estar sentado ao meu lado, mas os meus olhos continua na janela, viagem vai durar menos de uma hora.

— Tem uma cama... — Interrompo qualquer frase que queira insinuar

— Não vou transar com você — Digo entre dentes e finalmente consigo colocar os meus olhos nos dele

— Nem se quer passou pela minha cabeça transar com você aqui, estou dizendo por causa do bebê — Responde e toco minha barriga apenas por instinto, mas nego a ficar deitada

— Estou bem, vai ser uma viagem curta — Respondo abaixando a guarda e o vejo dar de ombros

— Que seja — Diz e se retira do meu lado, o vejo se sentar na poltrona perto do seus filhos, e me sinto mal por ter insinuado besteiras

Volto meus olhos para janela, e retiro meu livro da mochila para tentar ler alguma coisa, mas não consigo por sentir enjoo a viagem inteira. O jatinho pouso na pista as duas da tarde na França, entramos em nossos carros já estacionados no aeroporto, as crianças vão em outro carro separado. Fico um pouco confusa quando percebo que estamos as duas horas viajando de carro, me mexo um pouco desconfortável, mas Jason estar ao meu lado.

— Para onde estamos indo? — Pergunto tomando alguns goles de água, fico apreensiva ao não saber para onde estamos indo neste momento

— Estamos em Nice — Responde e o olho agora totalmente confusa

— Mas você disse que a gente iria para Paris — Digo e o vejo confirmar rapidamente,

— Sim, mas mudanças de planos acontecem — Responde tranquilo, não sei como uma pessoa que mata pessoas pode ter um olhar tranquilo

— Só achei que fosse seu trabalho — Digo rapidamente e tomo mais alguns goles de água, me sinto agasalhada demais para quem agora estar indo para o litoral da França, retiro minha jaqueta de couro ainda dentro do carro

— Continua sendo — Responde, depois de alguns minutos chegamos na casa que vamos ficar por alguns dias ou até mesmo um mês, não sei quanto tempo vamos ficar aqui

Entramos na mansão de frente para uma vista maravilhosa de água parada, e posso dizer que aqui é um paraíso e não sei se quero voltar para aquela casa que temos em Londres fechada e cheia de seguranças. O que posso dizer, até o ar é melhor para se respirar do que em Londres escura e triste, aqui tem mais luz, não o preto e branco.

— Gostou? — Sua pergunta é boba em relação a gostar, e eu amei cada canto desta casa

— Amei, e seus filhos vão adorar — Digo agora na varanda olhando a paisagem e tudo que Deus fez para ser apreciado e não destruído

— Escolhi a casa pensando em você, achei muito parecida com aquela casa de praia — Responde e confirmo rapidamente, fico um pouco desapontada ao não pensar nas crianças e só em mim

— Por que você não coloca as crianças pelo menos uma única vez em seus pensamentos? — Pergunto cruzando meus braços e tentando decifrar suas emoções diante da minha pergunta

— Não tenho amor para dar para elas — Responde e tenho dificuldade para respirar por causa da sua resposta

— Você não ama seus filhos? — Pergunto e vejo confirmar rapidamente sem respirar, sem pensar na pergunta que fiz e fico com medo das crianças ouvirem

— Só amo você e esse filho que vai nascer — Responde e fico até mesmo sem saber como reagir, e de repente a paisagem e tudo nesta casa fica horrendo para mim

— As crianças não tem culpa, e por isso que os dois me odeiam tanto — Digo me retirando daquela varanda, porque se eu passar mais algum segundo posso desmaiar

Sou direcionada ao quarto que vou ficar, minha mala já estar no aposentos junto com a mala do Sr. Statham e fico um pouco sentada na cama pensando em tudo que acabei de escutar. Que culpa essas crianças tem, que culpa? Decidi trocar de roupa depois de alguns segundos olhando para o nada, entro no banheiro para fazer minhas necessidades e acabo tomando banho. Vesti roupas confortáveis e não decidi descer por enquanto, mas sei que estou com muita fome. Decidi desfazer a minha mala no closet que tem no quarto, e espero mesmo que Jason apareça para desfazer as deles. Escuto batidas na porta assim que abri a mala para retirar as roupas.

— Posso entrar? — Fico surpresa com tanta gentileza, nunca pediu permissão para entrar no seu próprio quarto e confirmo com um aceno de cabeça quando o vejo abri a porta

— A casa é sua — Digo retirando as minhas necessaire com produtos pessoais e guardo no closet e alguns produtos guardo no banheiro

— A casa também é sua — Jason responde deixando uma de sua malas quase escondida no closet e fico confusa por não abri-la, e o vejo abri as outras com seus pertences como roupas

— Cadê as crianças? — Pergunto curiosa para saber se estão aproveitando a piscina, o clima estar muito diferente de Londres, não aquele frio insuportável quando andamos na rua

— No quarto delas fazendo os deveres — Responde colocando suas roupas totalmente organizadas e fico até mesmo arrepiada com seu perfeccionismo neste guarda roupa

— As crianças deveria estar na piscina — Digo ao me tocar das suas palavras e vejo para de colocar suas roupas no closet, seus olhos estão sérios em mim

— Já disse para você não ser a mãe deles — Responde autoritário e confirmo como uma esposa inteligente

— Não, não vou fingir ser a mãe deles, porque você também não é pai para eles — Digo e o vejo sorri debochado da minha cara, volta a arrumar suas roupas organizadas

— É melhor você não se intrometer na educação que dou aos meus filhos, e essa educação também vai ser dada para o bebê que estar dentro de você — Diz apontando para minha barriga e sua voz aumenta um pouco de volume em cada palavra dita

— Meu filho vai ter uma infância normal, ele vai brincar quando lhe der vontade e também vai estudar o que sua idade permiti — Digo também aumentando o volume da voz, não consigo entender porque estou me tremendo dos pés a cabeça

— Veremos — Jason responde saindo do quarto e batendo a porta com toda força

O Lobo SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora