Capítulo 24

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Narração Por Elena Katherine Statham

Nice, França

Março 08, terça-feira

Entro no nosso quarto depois que quebrar a minha cabeça pensando, tenho que implorar para o meu marido fazer o teste de DNA e comprovar que ele é o pai. Não sei bem o que aconteceu comigo, mas antes de realmente confirmar a minha gravidez, não queria estar grávida, mas agora que consegui escutar seus batimentos. Preciso ter o meu bebê, o nosso filho, não foi do jeito que a gente quis e Jason me machucou muito. Mas o amo, e nunca iria para aquele apartamento do Steven, decidi ficar porque no fundo do meu coração eu ainda o amava e amo o Jason.

— Não acredito que você ainda estar chorando? — Jason entra no quarto e o olho tentando respirar fundo para tentar lhe explicar a situação novamente

— Estou desesperada, você fazendo isso só vai me fazer te odiar — Digo sem conseguir levantar argumentos sobre o nosso filho, e ele vem em minha direção empurrando meu corpo contra a parede e segurando meu queixo

— Você já me odiava antes, e eu fiz o que fiz e não me arrependo. Pode me odiar, para sempre se você quiser — Diz finalizando suas palavras e retirando seu contato do meu corpo, lhe abraço caindo no choro

— Faz o teste de DNA, tenho certeza que você não vai se arrepender — Digo levantando o rosto para olhar em seus olhos, não consigo ver nada

— Esse DNA só vai me fazer passar mais vergonha — Responde me afastando

— Jason, você me deve isso depois de contar tudo sobre os meus pais e a sua esposa, te odiei todo esse tempo e agora a gente tinha se acertado. Por que você quer estragar tudo de novo? — Pergunto lhe seguindo até o banheiro onde ele retira suas roupas para tomar banho

— Quem estragou tudo foi você, esse é seu castigo por ter me traído — Responde tentando passar pelo box e tomar o seu banho, mas fico no seu caminho

— Me escuta, ainda dar para fazer um DNA, não sei as semanas o bebê tem que ter, mas... — Me interrompe de explicar empurrando meu corpo para longe

— Não — Responde e vejo o chuveiro ligado, saio do banheiro onde me sento um pouco na cama lhe esperando sair

— Como você vai tirar o meu bebê? — Pergunto quando Jason sai do banheiro indo direto para o closet, não queria pensar nisso, mas pode acontecer

— Se você quer um jeito mais fácil posso te derrubar da escada, ou o Doutor Kildman tira esse capeta — Jason responde com certo deboche e não acredito que vai ficar chamando o nosso filho de capeta e demônio

— Seu monstro, o que custa fazer o que lhe peço, em Jason? — Pergunto desesperada, não sei mais o que fazer

— Custa muito, não é porque a gente fez amor gostoso ontem que você começa mandando em mim. Chega desse assunto, quando você casou comigo deveria ter sido fiel a mim e não foi isso que você fez — Diz se vestindo elegante trocando apenas suas roupas sociais

— Não passou de beijos, acredita em mim — Digo com o coração doendo, apertado dentro do peito

— Chega, não quero nem pensar em vocês se quer se beijando — Responde expressando em seu rosto o nojo que sente das minhas palavras

— Você vai sair? — Pergunto realmente desistindo um pouco, os meus nervos estão à flor da pele

— Preciso ver uma pessoa — Responde saindo do closet o mais depressa possível, fico parada um pouco até escutar a porta do quarto bater

Volto para o quarto onde escuto um completo silêncio, a noite já caiu faz uns minutos e nem se quer consegui comer nada. Passamos o dia inteiro naquela droga de clínica fazendo exames para depois matarem meu filho. Será que já estar tudo acertado, desde o minuto que fiz o ultrassom? Saio do quarto indo em direção a cozinha, pego um prato preparando sanduíches que pego os ingredientes na geladeira.

— Se a senhora quiser posso fazer — A senhora que prepara nossas refeições se manifesta e nego rapidamente já terminando, volto para o quarto com um copo de suco

Na escrivaninha sento sozinha para comer a minha segunda refeição do dia, pela janela do quarto consigo ver os seguranças a alguns metros de distância. Término a comida e escuto alguém bater na porta, sem responder vejo que é Ava passando pela porta. Meu quarto estar com as luzes apagadas, apenas o abajur perto da cama estar acesa e ela procura por alguém até me achar sentada.

— Papai saiu? — Pergunta fechando a porta, Ava sabe a ausência do seu pai, se não, ela não entraria no meu quarto

— Faz um tempinho, estar procurando por ele? — Pergunto e a mesma nega rapidamente, aponto para cama e Ava se senta na ponta

— Só queria saber como foi a consulta, você viu o meu irmão? — Pergunta sorrindo e confirmo rapidamente, e quase deixo lágrimas escorregar, Ava não vai ver por causa das luzes apagadas

— Sim, mas o bebê só tem algumas semanas — Digo sem conseguir lhe ver, meus olhos estão embaçados por causa das lágrimas

— Desculpa te tratar mal desde que você chegou, desculpa por chamar você de idiota — Seus pedidos de desculpas sinto que realmente são sinceros vindo de uma criança

— Tudo bem, acontece — Digo sem realmente saber que desde criança nunca passou pela cabeça que éramos irmãs, e ainda tem o Ares que é nosso irmão. Sinto que estou chorando e sorrindo ao mesmo tempo

— Vou para o quarto, porque se o papai me ver aqui pode até brigar com nós duas — Responde me dando um meio sorriso antes de sair pela porta, são crianças que nunca teve o amor do pai verdadeiro e do Jason, não sei nada em relação a mãe deles

Mas Rebecca sempre pareceu gentil comigo.

Fico sozinha por longo minutos, meia noite consigo sentir a cama afundar ao meu lado e seu toque no meu braço. Mesmo sem conseguir dormi afasto seu contato o fazendo rir de mim, viro o corpo para olhar em seus olhos e vejo um sorriso idiota nos lábios.

— Se você não estivesse grávida agora, eu iria fazer um filho em você — Sua voz saiu um pouco estranha, tenho certeza que bebeu além da conta

— Nunca mais vai encostar um dedo em mim — Digo me levantando e o Jason faz o mesmo, e não me deixa passar pela porta e sair do quarto

— Deita na cama e abra essas malditas pernas — Diz se aproximando e nego o fazendo me jogar na cama

— Você é surdo, seu idiota — Digo sentada na cama e vejo seu braço levantar para me bater, consigo até sentir sua força no meu rosto, mas espero e não vem

— Sai daqui, SAI DAQUI — Grita as últimas palavras ao não me ver mexer um músculo, levanto saindo do seu quarto o mais depressa possível

Sento em uma das poltronas onde sentei hoje de manhã, a minha visão agora estar embaçada pelo choro e tudo estar escuro. Escuto seus passos nessa direção e Jason aparece no meu campo de visão.

— Eu faço a merda do exame de DNA — Responde e vou em sua direção lhe abraçando, e devagar sinto seus braços acolher meu corpo

— Obrigada — Digo e seus dedos levantam meu rosto em sua direção, seus lábios tocam os meus e fico frustrada por se afastar

— Vou dormi em outro quarto — Responde se afastando ainda mais e fico novamente sozinha sem entender

O Lobo SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora