Capítulo 07

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Narração Por Elena Katherine Goulding

Londres, Inglaterra

Janeiro 24, segunda-feira

Entro na mansão encontrando Statham sentado na poltrona solitário, franzo as sobrancelhas confusa e lembro que o meu noivo deve ter entrando pela garagem subsolo. Em sua mão esquerda vejo um copo de uísque e em seus lábios tem um sorriso largo.

─ Seu irmão chegou faz um tempinho ─ Digo e o vejo confirmar se levantando e caminhado em minha direção

─ Vi vocês dois no jardim ─ Responde acariciando com a ponta dos seus dedos a maças do meu rosto e consigo ver em seus olhos certa insatisfação

─ Certo ─ Respondo e fecho meus olhos quando nossos lábios se encontram em apenas um selinho demorado

Separamos apenas quando escutamos passos na entrada, Steven agora estar em nossa frente e nos sentamos no sofá macio. Entrelaço meus dedos das mãos nervosa quando Statham coloca seu braço esquerdo em meu ombros, só quero subir as escadas e entrar no meu quarto.

─ Quero dizer algo para vocês dois hoje, pena que nossa mãe não estar presente agora. Mas marquei a data do nosso casamento, vai ser aqui em casa e algo muito simples ─ Statham consegue jogar isso em minha cara, realmente acreditei que não nos casaria

─ Meus parabéns, irmão ─ Steven responde com um tom seco em sua voz, logo percebo seu rosto fazer uma careta onde deveria estar sorrindo

─ Vou mandar fazer seu vestido em Paris, o melhor do país ─ Responde colando seus lábios em meus ouvidos e sinto a pele do meu corpo eriçada

─ Não precisa se incomodar, tenho roupas suficientes para esse dia ─ Digo quase vacilando nas palavras e pareço sufocada ao extremo

─ Suas roupas são horríveis, querida ─ O homem ao meu lado responde com ironia e acabo decidida a calar a boca pelo resto da noite

─ Acho que esse dia deve ser especial, então acho que um vestido novo cairia muito bem em você ─ Steven responde chamando minha total atenção, mas esse dia nunca vai ser especial, não com a pessoa que irei me casar

─ Vou subir, estou cansada ─ Digo levantando do sofá, não consigo suportar ficar em companhia de nenhum dos dois

─ Cansada de que, não faz nada o dia inteiro ─ Statham acompanha o meu movimento, não consigo entender suas palavras

─ Com licença ─ Digo conseguindo sair daquele lugar sufocante, entro no quarto fechando a porta com certa força tentando descontar a angústia que sinto

Vou me casar com um homem que não amo e que não me ama também, isso nem é a ponta do iceberg. Perdi os meus pais, eles mudaram por causa do dinheiro, a porra do dinheiro. É por isso que estou aqui. Será que algum dia vou ser feliz, não, eu perdi muitas coisas. Não tem como conseguir sentir mais nada daqui em diante. Deixo a água morna do chuveiro cair sobre meu rosto, fico alguns minutos dentro do banheiro até não conseguir suportar ficar em pé. Volto para o quarto enrolada em uma toalha e não fico surpresa ao ver o Statham.

─ Aproveita que estar pelada por baixo da toalha e se deita nessa cama, agora ─ Escuto sua voz autoritária

─ O que aconteceu com você, lá embaixo? ─ Pergunto ao lhe ver transtornado sem motivos, a presença do seu irmão é tão ruim assim?

─ Deita nessa cama, AGORA ─ Se aproxima colocando suas duas mãos em meus ombros, sou empurrada em direção a cama

─ Você pode fazer o que quiser, mas nunca vou ser sua ─ Digo deixando o meu corpo desnudo, não posso me proteger, mas os meus sentimentos continuam sendo apenas meus

─ Cala a boca

A ponta dos seus dedos desabotoa a calça e os botões da sua camisa social, seu corpo pesado se deleita por cima do meu. Coloco a minha atenção para um lugar e um objeto especifico, consigo sentir apernas dor. Consigo apenas respirar quando consigo ficar sozinha, toco com os dedos a minha intimidade e em seguida vejo sujos de sangue. Sento na cama colocando todas as lágrimas cair sem pudor, coloco agora tudo para fora.

Janeiro 25, terça-feira

Acordo com alguém chamando meu nome, reconheço a voz e com muita dificuldade consigo abri os olhos. Vejo a governanta parada ao meu lado da cama, sento com pressa e seus olhos caíram sobre o meu pescoço com os olhos arregalados.

─ Bom dia ─ Resmungo tocando o pescoço confusa, estou com dores entre minhas pernas e agora a ficha caiu

─ Bom dia, o Sr. Statham lhe chama para tomar café da manhã com ele e seus filhos ─ Responde e me pergunto se sou a obrigada a ir

─ Mas... ─ Tento responder, estou indisposta e isso não é uma desculpa

─ Se não descer comigo, ele mesmo disse que vem lhe buscar e arrasta-lá pelos cabelos ─ Responde e sei que estar repetindo as mesma palavras do meu noivo

Levanto da cama indo em direção ao banheiro, jogo água no rosto tentando acordar e vejo as marcas de mordidas em meu pescoço. Retiro o pijama e consigo ver ainda mais marcas de seus dedos. Entro no closet pegando uma calça e blusa de mangas longas. Penteio os cabelos e escovo os dentes, e me preparo mentalmente para descer.

─ Bom dia ─ Digo entrando na sala de jantar, esqueço de andar ao ver duas crianças sentadas fazendo seu desjejum, conheço uma delas

─ Quem é ela? ─ A menina de cabelos loiros pergunta com a voz exigente, é um pouco mais crescida que seu irmão

─ Senta ─ Statham não se interessa em responder sua filha, faço o que me diz e apenas coloco café na xicara

─ Não estou com muita fome ─ Digo trocando olhares com o garotinho, acho que ele consegue me reconhecer

─ Acho que estou desatualizada, não sabia que as putas de luxo agora comem com a gente ─ A menina novamente tenta chamar a atenção do seu pai

─ Ela não é uma puta de luxo, é a nova dona desta casa, minha esposa ─ Statham responde com tanta calma que me assusta

─ Só falta dizer que será a nossa mamãe ─ A menina debocha, vejo a semelhança de sua mãe em seu rosto, eu a conheci alguns anos atrás

─ Quero a porra do silêncio nesta mesa ─ O seu pai responde alto o suficiente para todos escutarem e automaticamente a menina abaixa seu rosto para o seu desjejum

O Lobo SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora