Capítulo 25

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Narração Por Elena Katherine Statham

Nice, França

Março 09, quarta-feira

Sentada no sofá do escritório do Jason consigo escutar a voz do doutor Kildman ao outro lado da linha, levanto e me aproximo tentando colocar o celular do Jason no viva voz. Mas sua mão direita me afasta sem paciência. E afasto meu corpo quando ameaça desligar a droga do seu celular, sento no sofá novamente ansiosa

— Quero um exame de DNA sem falhas, pois faça os dois — Jason responde e franzo as sobrancelhas confusa

— Que dois? — Pergunto levantando do sofá novamente e indo em sua direção tentando escutar, mas suas mãos enormes me afasta novamente

— Para de tentar escutar, você não vai resolver nada — Responde e tento comer as minhas unhas em ansiedade

Me afasto indo em direção a vista maravilhosa que temos todos os dias, respiro fundo e conto alguns segundos tentando me acalmar. Deve ter algum exame para fazer sem machucar o bebê. Escuto os passos do seus sapatos sociais se aproximar, e sinto sua presença ao meu lado.

— Tem dois exames para fazer, mas a gestação tem que estar na nona semana e pode ocorrer um aborto ao fazer, chances mínimas — Responde e nego rapidamente

— Não, de jeito nenhum — Digo sem confiar neste exame

— E o segundo é o seu sangue, devem analisar pequenos fragmentos de DNA do bebê que circulam na sua corrente sanguínea — Responde e solto uma lufada de ar em alívio

— Certo — Digo me aproximando, mas Jason novamente se afasta como ontem a noite e não entendo o porque

— Não precisa retirar sangue, vão usar o que tiraram de ontem — Responde e se retira me dando as costas novamente

Ainda bem cedo tomei o meu café da má, na verdade não consegui dormi muito bem e a cama estava vazia demais. Não consigo me entender, será que um dia isso vai passar quando o meu filho nascer? É como se eu não tivesse paz desde o dia que os meus pais me contaram que iria me casa o Jason Statham. Volto para o quarto e sento na cama, não sei quantos dias temos que esperar pelo exame confirmando a paternidade. Jason compareceu a clínica para fazer os procedimentos no mesmo dia que ligou para o doutor Kildman. Mas quando o papel chegou nas mãos do meu marido consegui ver seus dedos tremendo, percebi que ele sentia medo ou receio. Só quero que consiga me dizer alguma coisa depois de abrir o envelope e ler, sua testa franzida me causa certo incômodo. Até que algo saiu da sua boca, e não foi nada como esperei.

— Deveria esfregar esse papel na sua cara, mas eu faço melhor, já marquei a data que esse bebê sai da sua barriga — Responde apontando o dedo para minha barriga e sua voz sai com nojo ao dizer bebê

— Não pode ser verdade, esses exames podem falhar — Digo com a boca seca e sinto meu rosto tremer, isso não pode ser verdade

— Fiz a merda desse exame, como você pediu, e agora diz que o exame falhou — Responde com ironia e sinto seus olhos queimarem sobre os meus com ódio, nego pensando que isso só pode ser um pesadelo

— SERÁ QUE PODE CONFIAR EM MIM, ESTOU CANSADA, EXAUSTA. NÃO QUERIA ESSE BEBÊ, MAS SE QUER MATA-LO PEGUE UMA ARMA E ATIRE NA MINHA TESTA. DESGRAÇADO DE MERDA — Grito sem conseguir suportar a dor que sinto, e isso na suas mãos não pode ser real, vou em direção ao meu quarto antes que as minhas pernas fraquejam. Escuto seus passos na minha direção e segura meu braço

— Não fale assim comigo — Ordena e consigo me soltar do seu contato virando o meu corpo em sua direção

— Me deixa em paz — Digo desferindo um tapa no seu rosto com toda a minha força, me afasto ofegante e apavorada com o que acabei de fazer

O Lobo SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora