O Encontro

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2006

Estou nervoso, com os meus dedos cruzando uns aos outros. Estou sentado em uma enorme recepção, admiro todas as pessoas passando por mim, principalmente aquelas que estavam com pranchetas e terno social, ainda tentando perceber quais delas são administradoras ou chefes de estado, aqueles que chamavam mais atenção. Ainda pensando sobre isso, continuava a entrelaçar os meus dedos, vejo uma pequena revista que estava em uma pequena mesa ao meu lado. No título da revista, está escrito "DreamWorld fatura meio bilhão em vendas internacionais". Sim, estou na DreamWorld. Eles me convidaram para fazer uma pequena conversa sobre mim, afinal eu enviei o curriculum para eles semana passada, e eles gostaram. Me disseram que será apenas uma conversa para confirmar o que já está confirmado. Espero que nos próximos trinta minutos eu desenrole e confie em meu próprio potencial, que guardo comigo há alguns anos. Está de tarde, então aproveitei e olhei para aquela bela vista do por do sol, é muito bonito, inclusive sua cor está bastante chamativa, um tom de vermelho e amarelo, reluzente aos meus olhos.

E nós—

Por um momento, já estava pensando em mim mesmo, entrando pela porta da frente e pedindo um café bem ao lado da recepção. Com certeza, não podia pensar isso, nem sabia se iria mesmo ganhar esse emprego de Analista de Dados, criei diversas possibilidades, mas... E—

Um homem, saiu do corredor e seguiu em direção até mim, ele parecia normal, sem rótulos. Com um sorriso no rosto, caminha com alguns documentos em mãos, provavelmente poderia ser meu ficheiro, mas não criei expectativas, comecei a disfarçar. E—

— Você é? — Perguntou ele.

— Peterson. Sam Peterson — Respondi, levantando do banco e entregando a minha mão para ele.

— Que bom. Sam, sou Peter Andrews. Responsável pela organização na área de recursos humanos na DreamWorld. — Esclarecia ele, apertando as minhas mãos.

— Por favor, me siga. — Continuou

Andando pelos corredores, seguindo ele, fiquei um pouco com receio, não estava parecendo que iria ser contratado, apesar de ser muito funcional um cara qualquer com projetos médios e pequenos ser contratado pela primeira vez com carteira assinada em uma empresa extremamente grande. Ele andava com aqueles documentos ainda em mãos. Com a cabeça erguida e com uma enorme confiança, passando por aquelas grandes paredes de vidro separando as salas de desenvolvimento, firmamente olhava para aquelas pessoas desenvolvendo com uma maior facilidade, e eu na minha casa com trezentas xícaras de café na mesa, lixo cheio do lado e um ouriço deitado atrás de mim. Caraca, as coisas mudam e são diferentes. Puts, não acredito que estou pensando nisso agora...

No final do corredor havia um elevador, muito bem decorado com altas cores tons de prata brilhantes que ferviam os olhos, coisa de rico, e como não podia imaginar, entramos nele. Como sempre eu fiquei bem no canto do elevador, no fundo dele quase encostado na parede. E—

— Então você desenvolveu trabalhos para algumas lojas da cidade? — Perguntou

— Sim, poucos clientes queriam que eu aprimorasse os serviços, então estava lá para solucionar os tais problemas. — Respondi olhando para ele.

— Claro, ótimos desenvolvedores resolvem bons problemas. — Continuou

Tudo bem, achei estranho a afirmação dele, não resolvi bons problemas, resolvi péssimos, aqueles que faz a dor de cabeça aumentar mais de cem porcento, tudo para as outras pessoas no mundo da programação é fácil. Me lembro daqueles "retardados" que pediam para mim hackear perfis do MSN. "Mas que droga!", pensava. Desenvolvo programas e soluções, não hackeio computadores, falava para eles.

Sonic vs ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora