1993
— Ele perdeu os pais há cinco anos. — Falou um idiota da sala, apontando o dedo para mim, algumas carteiras atrás.
Com as minhas pernas cruzadas debaixo da carteira, estou na escola mais uma vez, esperando o sinal bater para ir ao recreio, um idiota falou aquela frase que me matou por dentro, não reagi, fiquei apenas calado no meio da sala ouvindo ele falar tudo sobre a minha vida infeliz para os mamas tetas, estou com a minha cabeça baixa e minhas mãos cruzadas, também em cima da carteira, mexendo todos os meus dedos... nervoso.
— Eu vi ele e mais um menino no fundo dos corredores semana passada, deviam estar tramando alguma coisa... — Continuou o idiota, falando para os mama tetas dele.
Eu peguei minhas coisas, e segui direto para os corredores, o professor na sala gritou o meu nome, mas não o dei atenção, segui nos corredores chorando, com os meus braços cruzados na barriga, com uma forte dor emocional.
O professor sai da sala — preocupado —, em direção a mim, até que ele conseguiu me alcançar—
— Sam, o que aconteceu? — Se aproximando de mim.
— Ele são uma mentira. Estão mentindo para todos! Inferno! Tenho idade para dar um soco na cara deles de uma vez.
— Não faça isso. O que fizeram com você?
— Eles falaram do meu pai, zombaram de mim. Mais uma vez. — Ainda chorando. — Isso nunca vai acabar?
— Vou dar um jeito nisso. — Afirmou o professor.
— Eles acham que sou um tolo. — Comecei. — Eu sou um idiota, professor. Um babaca. Todos me acham um, e eu sou. Eu não aguento mais. Você não vai dar um jeito, não tem como. Eles são parasitas que ficam com você até desistir. Estou desistindo.
— Não. — Começou a exclamar — Você não é um tolo ou babaca, pensamentos negativos trazem grandes consequências em que não pode estar pronto para tal, e isso vale para qualquer situação. Vou te ajudar. Mas de uma forma psicológica, primeiramente, dane—se eles. Aqueles "idiotas" não serão nada da vida, já que vão sofrer na primeira tentativa de pequena oportunidade. Lembre—se, no final é você que ganha. Não importa o que pensam e falam sobre você. E sobre o seu pai... Conhecia ele muito bem, ele não é nada do que dizem para você. Seu pai era um rapaz extraordinário, pensava sempre nas principais características e tinha palavra para tudo, era um ótimo advogado.
— Tem certeza? — Perguntei, me acalmando ainda mais... Parando de chorar.
— A absoluta certeza... Vamos voltar para a sala?
— Não, quero ir embora...
— Tudo bem, vou chamar o coordenador.
Ele se virou direto para a sala e chamou o idiota e todos os seus capangas mama tetas. Todos foram para a diretoria, olhando para minha cara.
Estou ferrado amanhã!
Ele chamou meu avô e finalmente fui embora, ficamos no carro sem falar uma palavra, cheguei em casa com todos dizendo um "Oi", mas ignorei todos, e subi correndo nas escadas, eu havia jogado a bolsa na bancada da cozinha. Chegando no meu quarto, fechei a porta e segui ao banheiro chorando.
E nós—
— Ele teve um péssimo dia hoje na escola. Não consegui conversar com ele no caminho, acho que vocês conseguem. Não sei o que fazer. — Afirmou Chuck.
— Eu cuido disso... — Disse Sonic, subindo as escadas com a orelha baixa.
E nós—
Entrei no quarto dele, a porta do banheiro estava aberta, ouvi sons de choro. Era Sam.
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Sonic vs Shadow
FanfictionHá trinta anos, algo terrível aconteceu no espaço. Maria, conhecerá seu parceiro, que tenta a busca da liberdade há anos. Desde quando aquele ser caiu em sua piscina, e o outro na grama de seu quintal. Sempre houve uma sombra os cercando. Ele tem um...