O Confronto III: Parte I

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Foi assim que segui as minhas palavras, dentro de um mundo de onde eu estou morto, todos que estão ao meu lado, morreram para mim. Estou paralisado por dentro, destruído por todos que convivi nesse instante, pareço-me uma pessoa angustiada de todo o terror que me assombra nos últimos 20 anos.

Essa história. Tem o seu fim por agora.

E nós—

Deitado, a luz do sol brilha em metade de minha face, pisco os meus olhos levemente até acordar, quando vejo, está muito claro, deve ser de manhã, só não sei que horas.

Vejo as ondas do mar batendo suavemente na longa praia que há na frente de nossa casa.

Me viro do outro lado da cama, percebi que houvesse alguém atrás de mim, e era verdade. O ouriço azul está me olhando com uma cara de preocupado, na mesma hora, eu lembrei do ocorrido de ontem. Continuo olhando para ele.

— Será que sou o culpado de tudo. — Diz eu, em uma das minhas maiores dúvidas.

— Não. Nada. — Reafirmou Sonic.

Eu me ajeito na cama, até estar em uma posição confortável, olho para cima.

— Onde ela está? — Perguntei, quase chorando.

Sonic demorou para responder a minha pergunta, passou-se então alguns segundos...

— Na praia.

Eu me levanto, com a maior dificuldade, e ainda sinto que ele está do meu lado, é como uma praga, um vírus entrando no seu corpo e te matando de pouco em pouco.

O que esse porra quer comigo?

Sigo em frente até o corredor, vou ao banheiro e pego minha escova de dente—

Sonic ficou apenas me olhando, apoiado como índio em cima da cama.

E nós—

Molho a minha cara, e mantenho a torneira aberta, penso por alguns instantes... vou para a praia.

E nós—

Frances Connor está sentada na areia observando o nascer do sol, claro, já estava claro o suficiente para deixar nítido o dia, mas mesmo assim, o sol iluminava uma reta perfeita de arcos no oceano, ela observara aquilo. Christopher se aproxima.

— Posso sentar? — Digo, com minha saliva seca.

Ela me olhou. Com o maior carinho do mundo.

— Você deve.

Christopher se aproxima e senta na areia junto com ela. Pássaros cantam, as ondas batem. Foram momentos difíceis de se lembrar, mas ela sabia do que estava se tratando desde ontem.

— A Sara quer visitar a empresa hoje. Você bem que podia levá-la para saber um pouco sobre o que você faz.

— Eu só vou se você for.

— Christopher. Você precisa sair um pouco da parte da corporação. Preciso acordar, precisa viver. Você está ficando muito mercado corporativo, não tem como eu te ajudar se você não se ajuda primeiro. Eu tento. Tento mesmo. Mas eu não consigo sozinha.

— Já está combinado de você... de a gente ir?

— Eu só preciso que você saia um pouco dessa vida. Você quase se matou ontem. Eu não quero isso de um amigo, isso é. Já passou dos limites.

— Eu tenho medo, Frances. Eu tenho muito medo de eles te pegarem. Eu não quero que eles façam isso com você. Eu não quero mais ver a cara dele. Estou cansado, mórbido, angustiado, Eu quase matei ontem, foi que eu vi uma coisa que eu não queria que acontecesse.

Sonic vs ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora