Touch My Body (SasuHina)

"Se..." ~ SPIN-OFF

x Esse capítulo se passa entre dois acontecimentos importantes existentes no Capítulo 12 ~ Casamento, durante as duas semanas que correram nele;

"Se..."

SPIN-OFF

TOUCH MY BODY

"Se fora dos teus sonhos, você não conseguir me encontrar...

Talvez eu já não esteja mais por perto."

— Tsc.

Um som desgostoso quebrou o silêncio à medida que observava, ainda com a caneta repousando na mão esquerda, aquele trecho recém escrito por ele, que simplesmente havia brotado na sua cabeça fértil.

O homem de íris escuras estudou a frase melancólica e, fora ele mesmo quem escrevera aquilo? Ainda fixo nas duas linhas, ele esticou a mão livre, tomando posse da xícara delicada que se mantinha a sua espera. Levou-a à boca, sorvendo mais um pouco do café forte.

— Hina, meu bem. — A voz rouca subiu alguns níveis, buscando-a no outro cômodo. — Venha cá um instante.

Não ouviu qualquer resposta, apenas os passos calmos da esposa. Ela surgiu nas suas costas e as mãos pequeninas, incrivelmente macias, tocaram-no os ombros e a nuca, massageando-o nos locais.

— O que foi, amor? — Assistiu ao Uchiha largar-se na cadeira, graças aos seus toques. — Precisa de ajuda?

Ele moveu-se, positivo, e se recompôs, retornando à postura ereta. Inclinou o papel para que a mulher pudesse ter uma visão melhor do conteúdo.

— Leia.

As íris claras, atenciosas, deslizaram pelas duas frases curtas e simples, mas que carregavam um peso, um significado bem maior do que aparentavam.

— Eu diria que isso foi... — Ela pausou brevemente antes de completar: — intenso.

O Uchiha permaneceu em silêncio, depois de menear a cabeça, concordando com a análise.

— Quando escreveu? — Um tanto perdida sobre a inspiração dele, a morena quis saber.

— Agora. — A resposta veio de imediato.

— E o que pensou? — Hinata tomou a folha nas mãos, retornando ao conteúdo. Colocou-a de volta sobre a mesa, de frente para o marido. — O que pensou para escrever algo assim?

— Não pensei em nada. — Ao mesmo tempo que a sua caneta voltou a trabalhar, ele murmurou: — Só saiu.

"Se o teu coração disparar, apoiado nas recordações do nosso passado...

Talvez nós já não possamos mais viver o presente."

De cima, a ex-Hyuuga leu, em tempo real, o que acabara de ser escrito ali, diante dos seus olhos.

Franziu o cenho.

— Sasu, seja honesto. — insistiu, desconfiada. — Me fale... O que está pensando?

— Já disse, Hina. — retrucou, voltando a repetir: — Só saiu.

Mais uma vez, o moreno abaixou a cabeça e retornou à escrita.

"Se a minha voz invadir a tua mente e lhe oferecer palavras de amor...

Talvez eu já não seja mais capaz de dizê-las."

— Sasuke...? — O nome do Uchiha escapou num sussurro baixo e hesitante.

— Hm? — Encarou-a com uma leve curiosidade.

— O que...

Com o semblante sério, o rapaz esperou que a companheira concluísse o que pretendia comentar, mas, ao contrário disso, ela se calou. E ele compreendeu o que acontecia.

Um sorriso de canto, debochado, desenhou-se nos seus lábios finos.

— Está preocupada? — questionou-a ciente da resposta que viria.

— Claro! — exclamou, intrigada. — Olha o que está escrevendo!

Ele resolveu seguir o conselho e analisou o pouco que havia escrito. Achou graça. Mas que diabos...?

— Tem razão, meu bem.

Sasuke ajeitou os óculos no rosto e a caneta, pela quarta vez, tocou o papel. Após poucos segundos, ele deixou-a caída sobre a folha, arrastou a cadeira e pôs-se de pé. Capturou o queixo da mulher e beijou-a, carinhoso.

— Vou tomar um banho.

Depois de avisá-la, ele se direcionou ao banheiro da suíte, desaparecendo do radar da esposa. Ainda instável, Hinata cruzou os braços e inclinou-se a fim de verificar o que mais ele tinha registrado ali.

"Se o errado der certo, eu ainda estarei aqui, ao seu lado.

Mas o "se" não existe e o "talvez" é indefinido, bem diferente do "agora"...

E o "agora", meu bem, quer que você venha para a banheira."

Com as bochechas avermelhadas, Hinata deixou uma gargalhada divertida escapar.

Sasuke não precisava pedir, ela iria de qualquer forma.