4. Mantenha a calma

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Wuxian não sabia mais o que fazer. A cada puxada de ar, a onda insuportável de dor e desconforto no peito aumentava.

Não havia dormido pela madrugada por conta da falta de ar e dores nas pernas, ao qual encontravam-se inchadas e doloridas.

O restaurante estava cheio, o que ocasionou várias idas e vindas do garçom, agravando o inchaço e a fadiga.

- "Xian, sente-se um pouco. Eu não vou te deixar trabalhar assim!"

No corredor, seu chefe tentava a todo custo alertar o funcionário para descansar e ir para casa.

Xiao Xingchen o abanava com um leque vermelho e branco, esperando que aquilo de alguma forma ajudasse o outro.

- "Que isso, chefinho! Eu aguento."

Sua voz saia tão pausada e baixa que se o mais velho não estivesse perto, provavelmente não ouviria.

Wuxian inspirou e expirou devagar. Sentia seus batimentos cardíacos tão fracos que jurou que poderiam parar a qualquer momento.

- "Aqui, segure a água que eu vou carregar ele até a nossa sala."

Seu outro chefe apareceu com uma garrafinha quase congelada de água. Entregou para o seu marido e ajudou o funcionário a caminhar.

Xue Yang o sentou no pequeno sofá e abaixou a temperatura do ar condicionado.

- "Wuxian, pare de ser teimoso. Você precisa ir no médico ou não irei te deixar mais trabalhar! A quanto tempo você está assim? E se isso piorar? Você tem um filho! Não pensa como ele vai ficar se algo acontecer?"

- "Amor, calma..."

Wuxian apenas ouvia mais um sermão enquanto bebia a água.

Sabia que Xue Yang estava certo. Sabia que seria muito pior ultrapassar seus limites do que aceitar se tratar e se recuperar.

- "Ele não precisa saber!"

- "Não precisa!? Wuxian, eu também tenho uma filha e sempre me imagino no seu lugar. Você sabe quantas vezes ele já veio aqui te buscar só esse mês? Se você não sabe contar, eu sei!"

Xingchen tentava acalmar o marido, o que era impossível. Aquilo era preocupação, pura preocupação e precaução do outro.

O Xue conhecia Wuxian a quase 10 anos, alguns meses depois da tragédia ter acontecido. Ofereceu emprego no seu restaurante recém aberto e até mesmo moradia para os dois no quartinho do estabelecimento.

Conheceu Yuan quando ele ainda era bem pequeno e tímido. Naquele tempo, a criança não pronunciava nenhuma palavra e apenas se escondia atrás das pernas do pai.

O casal entendia o porquê.

Quando decidiram adotar A-Qing, há 7 anos, fora Wuxian que organizou uma festinha de boas vindas. Até os dias de hoje, a pré-adolescente guarda o avião de bambu que ganhou do jovem no dia em que chegou.

- "Xian, por favor, vamos ao hospital. Não precisa falar com A-Yuan sobre isso, mas busque algum tratamento antes de seja tarde demais."

- "Se o problema for dinheiro, você sabe que podemos ajudar!"

O homem apenas balançou a cabeça e se levantou.

- "Vocês teriam 58.482,29¥* para me dar? Esqueçam isso... Eu estou bem, obrigado pela preocupação, de verdade!"

Era inútil tentar reverter a sua situação. Criar expectativas rasas em um problema como esse era inútil. O custo absurdo que aquilo acarretará era inútil.

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