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Julie Molina

Após todas as reuniões do dia, menos a de Luke, eu estava sentada na minha sala analisando algumas compras e vendas de investidores. Calma, não vou te entediar com os meus papos de negócios, tá?

- Julie, Luke Patterson já está aqui! - Logan diz da porta de vidro.

- Deixe-o entrar! - digo guardando os portfólios que analisava.

Luke adentra a sala, mas eu continuo muito bem instalada na minha cadeira.

- Boa noite! - ele diz em frente à minha mesa.

- Boa noite! - faço um sinal para que ele se sente na cadeira em frente à minha mesa. - Então, Luke Patterson, qual o motivo dessa visita?

Ele se arruma na cadeira, colocando a sua maleta na outra cadeira.

- Eu vou direto ao ponto, beleza!? - ele lubrifica os lábios. - Meu pai quer que você trabalhe na nossa empresa, Leonardo soube que conseguiu negócios muito bons com Durand. Ele acha você "esperta e ambiciosa". - Luke faz aspas com os dedos. - Mas para mim, você não tem nada mais que vantagens.

Faço uma pausa antes de falar.

- "Vantagens"? - digo em tom calmo, encostada na cadeira. - Você poderia me dizer quais sãos as minhas vantagens?

Luke semicerra os olhos, enquanto eu olho fixamente para ele.

- Bom... Primeiro: você é mulher; segundo: suas pernas são incríveis, a que horas elas abrem, querida? - Luke diz olhando para mim e sorrio cínica.

Logo mudo minha expressão, me inclinando para mais perto dele.

- Se abrem no mesmo momento em que a minha credibilidade cresce na frente da sua. - digo em um tom calmo.

Luke parecia não acreditar na minha resposta.

- Primeiro: não me chame de querida, meu nome é Julie, faça-me o favor de usá-lo; - digo me levantando da cadeira. - Segundo: não abro as pernas assim tão rápido como as garotas que você transa nas noites de sexta; - me sento na ponta da mesa, na frente dele. - E terceiro: não misturo sexo com trabalho. Se eu consegui esse negócio é porque sou decidida e esperta, diferente do filhinho de papai que está na minha frente.

Nos encaramos.

- Acha que sou um filhinho de papai? - Luke pergunta arqueando uma de suas sobrancelhas.

- Tenho absoluta certeza. - digo olhando firme para ele.

Nos encaramos por mais um tempo. Logo levanto da mesa, apoio o peso do meu corpo nos braços da cabeira em que Luke estava sentado, ficando ainda mais perto dele.

- E o que eu ganho trabalhando para o seu pai? - pergunto, mas Luke parecia paralisado. - Vamos, faça a sua oferta.

Luke faz uma pausa, o tempo que ele acorda do seu aparente transe. Logo volto a sentar na ponta da mesa, de frente para ele.

- Teria uma excelente posição na empresa e ganharia toda a comissão, não só uma parte dos seus negócios. - Luke diz encostando na cadeira.

Sorrio cínica ao ouvir a oferta.

- Tá bom, Patterson. Mas, o que te faz pensar que eu deixaria a chefia de uma empresa para trabalhar para outra pessoa? - pergunto arqueando uma das sobrancelhas.

- Como pode ter tanta certeza de que o seu pai vai entregar a empresa para você? - ele pergunta se inclinando em um tom de desafio.

- Prefiro ter a esperança de trabalhar pra mim mesma, do que trabalhar para outra pessoa. E, outra coisa, para quem mais ele entregaria a empresa? Ele sabe que eu sou a pessoa certa para esse cargo. - digo em tom de confiança.

- Se você diz... - Luke faz um sinal de rendido com as mãos.

- Diga ao seu pai que eu recuso a oferta dele e que se ele for tentar outra vez, é melhor que mande alguém mais convincente com um proposta melhor do que essa. - digo olhando no fundo dos olhos de Luke, me levantando da mesa.

- Acha que estou aqui por vontade própria? - ele pergunta se inclinando para frente. - Não mesmo. Não quero que você trabalhe na empresa.

- Por que, Patterson? Está com medo do seu pai perceber que eu sou melhor do que você? - pergunto me inclinando para frente. - Está com medo de competir comigo?

- Eu? Com medo de competir com você? Nem um pouco. - ele diz olhando para mim.

- Eu teria medo de fosse você. - digo subindo as duas sobrancelhas rapidamente.

Luke se encosta na cadeira com o dedão e o indicador em seus lábios, pensativo, mas seus olhos não desviavam de mim.

- Obrigado pela conversa, Julie. - ele diz se levantando da cadeira.

Não respondo nada, apenas o observo até que ele saia da minha sala.

- Vou te dar mais um tempo para considerar a oferta, Molina. - Luke diz antes de sair da minha sala.

- Não perderei meu tempo pensando dessa oferta fraca. Que tal pensar em uma oferta melhor e vir aqui de novo, só para que eu possa recusa-la? Apenas para que eu tenha o prazer de vê-lo fazer de tudo para que eu trabalhe na sua empresa. Eu não trabalho para os Patterson. Trabalho para mim mesma e ponto. Passar bem. - digo acenando com um sorriso fraco entre os lábios.

Luke me lança um olhar mortal e se retira da minha sala.

É cada uma, viu?

Reviro os olhos enquanto respiro fundo.

Seis e meia. Fim de expediente.

Pego minha bolsa, a posicionando na divisão do meu braço e saio da sala.

- Já está de saída, Julie? - escuto a voz de Logan enquanto me aproximo do elevador.

- Sim. - viro para trás.

- É só que Luke Patterson deixou isso aqui. - ele me entrega um cartão de visita do Luke.

Reviro os olhos, mas pego o cartão.

- Obrigada, Logan! Até amanhã! - digo entrando no elevador.

Enquanto Luke e Leonardo estão brincando de advogados (que tentam convencer um juiz que o real assassino não matou a vítima mesmo com todas as provas), estou tratando de negócios maiores que eles podem imaginar. Essas ofertas e estratégias novas irão os atrasar por mais um tempo.

Boss (JUKE)Onde histórias criam vida. Descubra agora