Capítulo 6

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Boa noite, como vocês estão?

Esse cap tá bem tranquilo, mas é aqui que a boiolice começa, preparem o uc para a chuva de doce (quem entendeu ganha um caramelo)

Boa leitura, perdoem qualquer erro que possa ter passado despercebido, e até as notas finais.
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Carina DeLuca Point Of View.
Seattle - Washington.

Essa semana eu tive um dos turnos mais exaustivos, foi literalmente um parto atrás do outro, trouxe tantas crianças ao mundo que o índice de população deve ter estourado.

- Me escuta, você saí, relaxa um pouco, se livra do estresse e quando for para casa vai estar pronta para dar atenção ao Tim.

- Eu não quero sair, eu quero ficar agarradinha com o meu Bambino até o próximo plantão.

- Carina você mal aguentaria assistir um filme com ele hoje, vai por mim, é melhor tomar um tempo pra você.

- Tem certeza de que essa babá é de confiança?

- Absoluta, e são só algumas horas, ele vai ficar bem, você também precisa ficar. Agora eu preciso desligar, meu plantão começa em 2 minutos.

- Ok, não beba muito café e se cuide.

- Ti voglio bene.

- Anch'io ti amo.

O bar do Joe era a única opção dentro dos meus requisitos (é perto e tem ótimos drinks), e o fato de encontrar metade dos meus colegas de trabalho por lá, como será que o dono se sente sabendo que vende doses e mais doses de álcool para as mesmas pessoas que cuidariam dele e de seus familiares caso fossem parar no hospital? Costumo entrar nesse diálogo toda a vez que piso no bar, que por sinal não estava tão cheio hoje, andei até o balcão e me acomodei em um banco.

- DeLuca, você por aqui.

Não demorou nem um segundo para alguém aparecer e me reconhecer.

- Parece que não restam muitas opções. - Respondi, reconhecendo a doutora Montgomery assim que a vi.

- É, as coisas meio que funcionam assim por aqui. - Faz o pedido e se acomoda melhor no banco ao meu lado. - Você e o Andrew são tão sofisticados, sempre tive curiosidades sobre isso.

- Isso?

- O seu país, costumes e todas essas coisas.

- Acho que me encontrou em uma boa hora, fim de expediente, um ótimo momento para esclarecermos suas dúvidas.

- 1 para mim, 0 para o Alex. Eu disse que você era muito mais legal do que parece. - Bate com as palmas da mão na superfície gélida do balcão, uma espécie de comemoração.

Que tipo de pessoa eles vêem quando olham para mim? Mais legal do que parece é quase como dizer que sou menos intediante do que pensam que sou. Ainda assim, é péssimo.

Apesar de ter uma vida agitada, não há muito a falar sobre mim, aos 28 anos sou apenas uma adulta cansada mas a maior parte do tempo, feliz. Nunca soube me infiltrar em espaços sociais, não tive um grupo enorme de amigos na escola, nem fui a mais popular, e definitivamente não fiz amizades duradouras na faculdade.

Addison e eu conversamos por longas horas, é agradável ter um momento descontraído, me lembrou daquele final de semana que Timote me levou sem eu saber, para a casa da instrutora dele, a vergonha de chegar lá sem consultá-la foi compensada pela recepção acolhedora de Maya Bishop, além de termos aquele breve momento em que ela se sentiu à vontade para me contar coisas pessoais, acabamos dividindo bons assuntos.

Saindo do bar, percebi que precisaria de alguns comprimidos para controlar a dor de cabeça que teria no outro dia graças à vodka, e os analgésicos em casa estavam em falta, por isso estacionei em frente a uma farmácia, sim, eu estava dirigindo depois de beber às quatro e doze da manhã, o que posso dizer; a medicina te ensina a beber sem perder o controle, mesmo sendo irresponsável, não sou o melhor exemplo. Empurrei a porta principal, cumprimentando o jovem no caixa com um aceno.

- Porra Victoria, você me fez sair de casa quatro horas da manhã, e agora diz que não sabe qual o nome do maldito antialérgico?

Ouvi uma voz estridente, aparentemente discutindo ao telefone no outro corredor.

- Me manda uma foto da receita. - Voltou a falar. - Não sabe? Dane-se, procura e me manda logo, eu tenho que ir trabalhar o mais cedo possível e você já não me deixou dormir.

Depois disso, ficou em silêncio, exceto pelo barulho dos passos se aproximando. Coloquei seis caixas dentro de uma cestinha pequena que peguei na entrada, e segui para a próxima fileira.

- Carina?

Virei de supetão ao ouvir meu nome, e Maya me encarava com a sobrancelha arqueada.

- Nossa, te encontrar a essa hora na farmácia não era bem o que eu quis dizer com "vamos marcar algo qualquer dia".

- Até mesmo porquê não foi planejado. - Completei, nos fazendo rir. - Como você está?

- Ótima na verdade, e você?

- Mesmo? Me pareceu com algum problema agora a pouco, eu estou bem sim, obrigada.

- Ah, não é nada demais, minha amiga voltou de um encontro parecendo uma bola de futsal.

Arregalei os olhos e ela riu alto.

- Tudo bem, ela é alérgica a muitas coisas e provavelmente ingeriu alguma delas durante o jantar. E bom, agora não sabemos o nome do remédio que preciso comprar.

- Talvez eu possa ajudar. - Alcancei a prateleira ao lado, sendo acompanhada por ela. - Esse aqui deve servir. - Peguei uma caixa do remédio e entreguei para ela.

Passe algum tempo trabalhando na emergência e você aprende o básico de qualquer coisa, lá se vê de tudo, inclusive reações alérgicas.

- Muito obrigada Carina, você salvou a madrugada, e a Victoria. - Agradeceu, se aproximando e estendendo a mão para mim.

O gesto dela sendo de sincera gratidão, o tom de voz demonstrava alívio, Maya tem um olhar firme e misterioso, como se soubesse todas as palavras que alguém gostaria de ouvir, como se prevesse o que esperariam dela, mas jamais entregava tudo de bandeja, ela soava como alguém que para ser conhecida, precisava ser desvendada, e aquilo era tão envolvente que por alguma circunstância relacionada à grande quantidade de álcool no meu corpo, depois desse pensamento objetivo sobre ela, segurei sua mão e a puxei para um abraço, sem ter tempo de me arrepender pois Maya retribuiu, me abraçando de volta.

- Preciso correr agora mas... Nos vemos?

- Sim.

E ela se foi, logo me direcionei ao caixa também e em seguida estava no carro, indo finalmente para casa. E de maneira inusitada, pensando em levar Timote para o treino amanhã, na intenção de topar novamente com Maya Bishop.

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Carina já deitou pra Maya, é isto, daqui pra frente é só ladeira abaixo #humor&piadas KKKKKKKKKK

Vou voltar logo, jurooo, até lá.

𝙵𝚎𝚊𝚛 𝚃𝚘 𝙻𝚘𝚜𝚎Onde histórias criam vida. Descubra agora